O dia no santuário começou calmo, diferente do normal na verdade. Negan não havia aparecido para dar ordens, as pessoas estavam trabalhando na horta e dentro da própria fábrica.
O café da manhã do chefe dos salvadores havia sido feito por ele mesmo depois de uma noite cheia de afazeres e problemas para resolver.
— Ganhei. - Negan diz mexendo seu peão sobre o tabuleiro de jogo.
— Você roubou isso não vale. - Ana fala se ajeitando sobre a bancada. — Vamos jogar de novo.
— Você sabe que eu não roubei. - Negan fala comendo um pedaço de sua panqueca — Onde aprendeu a fazer isso?
— Com a minha mãe. - ela responde deixando seu olhar se abaixar — Fazíamos quando estávamos em casa e depois víamos filmes, só que isso não importa mais, é passado.
— Sobre eles eu...
— Não quero saber deles. - Ana diz - Quando vou começar o processo de criação da cura?
— Estamos só esperando os equipamentos necessários para podermos faze - la. - ele fala se levantando e pegando os pratos — Você pode andar pelo santuário se quiser. Tenho reuniões importantes hoje, só volto a noite se tudo der certo.
— Ui senhor ocupado. - ela brinca vendo ele revirar os olhos e bagunçar seus cabelos. — O que tem de interessante nesse lugar?
— Quase nada, pelo menos não pra adolescentes e crianças.
— Está dizendo que as crianças e adolescentes não tem vida aqui dentro?
— Eles podem ajudar os pais a conseguirem pontos.
— Isso de pontos é ridículo. - Ana fala sem pensar vendo o olhar de Negan mudar drasticamente — Não que eu esteja falando de jeito que você governa, só que deviam ter direitos iguais sabe? Seus salvadores não tem que trabalhar por pontos para poderem comer ou beber, já os outros tem que trabalhar para conseguir ter o que comer na mesa a noite. Eles trabalham muito mais que seus salvadores.
— Não quero começar meu dia me irritando com você, então me ajuda a lavar isso aqui.
— Ficou impressionada com sua capacidade de não aceitar a verdade.
— Olha que eu te jogo naquele buraco escuro e frio de novo.
— Por mim tanto faz..Só que se você fizer isso, vai me ter fraca pra fazer a cura pra você e seu pessoal. - Ana fala levantando as sobrancelhas enquanto mantinha um sorriso fraco nos lábios.
Negan não iria deixar Ana dentro de um lugar gelado e sem comer direito, não só por causa da cura, mas porque ele gostava dela, ele se sentia bem com ela. Ela o divertia e o tratava como um homem normal, não como o cara todo poderoso e carrancudo.
— Às vezes eu acho que devia cortar sua língua.
— Você ficaria sem alguém pra conversar com você sobre suas coisas passadas.
Negan deixou o prato ensaboado dentro da pia e encarou a garota que guardava as vasilhas limpas e secas.
— Você tem resposta pra tudo.
— Só porque eu me sinto bem com você. - ela fala dando ombros.
Aquilo era verdade, Ana se sentia bem falando com Negan, estando com ele na verdade. Ele cuidava dela melhor do que ninguém, a divertia e fazia esquecer os problemas que ela tinha dentro de si.
— Eu preciso ir - Negan diz lavando o último prato e o entregando para a garota. — Vai ficar bem?
— Sim. Eu posso dar uma volta no santuário depois? Sabe, pra conhecer as pessoas e ficar um pouco com gente da minha idade.
— Está dizendo que é ruim ficar com um velhote como eu?
— Claro que não - ela ri se aproximando — Eu gosto de ficar com você, você é legal e se parece com um...pai, um que eu nunca tive.
Negan engoliu seco sentindo a alegria tomar conta do seu corpo e puxou Ana para um abraço, deixando um beijo nos cabelos da garota e saindo do quarto. Voltando a ser o carrancudo chefe de sempre.
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𝐿𝑜𝑣𝑒 𝐼𝑛 𝑇ℎ𝑒 𝐴𝑝𝑜𝑐𝑎𝑙𝑦𝑝𝑠𝑒 ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ
Teen Fiction➸ "Apocalipse" significa fim dos tempos, para muitos aquilo era a furia se Deus sobre os homens que eram tão pecadores, o tão conhecido Armagedom. Para outros apenas a consequência do uso indevido de produtos e vírus em laboratórios. Tem origem no t...