A voz do Além

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Bill esperava ansioso por minha decisão com um sorriso sádico, como se soubesse o que eu iria fazer, no entanto o que fez eu tomar a atitude certa, foi um pequeno detalhe, porém causou uma grande diferença.
No momento em que eu ameacei quebrar a arma, ele logo exitou e acabou me obedecendo na hora, ou seja, a espada era uma poderosa força contra ele ou o próprio Lúcifer. Eu não pretendia me livrar da arma, então eu disse:

- A espada é minha seu maldito! Ela pertence ao Arcanjo Gabriel, terá que me matar se quiser em seu poder!
- Você sabe o que isso significa?
- Sim! Que você vai morrer...

Joguei a espada para o alto, fazendo Bill olhar para cima feito um idiota, onde aproveitei para sacar minha Calibre 12 e dar um tiro em seu corpo, causando um buraco enorme sobre as costelas, onde ele é arremessado violentamente para trás, pelo impacto da bala.

Peguei a espada novamente e apontando para ele, afirmei:

- Eu sei o quanto você quer essa arma, só não sei o motivo ainda, mas ela não será sua Bill! Se você encostar um dedo em Judy eu te corto aos pedaços, já disse uma vez e repito... Eu não negocio com assassinos!

O maligno mesmo com um buraco no peito, se levantou um pouco tonto pelo ataque e sorrindo feito um louco, disse:

- Tem razão Ryan! Eu gostaria muito da espada, ela seria melhor usada em minhas mãos!
- Isso nunca vai acontecer!
- Mas também não pense que eu não imaginei que você pudesse ter essa reação!
- O que quer dizer?!
- Eu não vou matá-los, não se preocupe! Tenho coisas mais importantes pra fazer para o senhor Lúcifer do que perder tempo com insetos como vocês!
- Vai fugir como sempre?
- Não exatamente! Continuarei observando de longe, mas antes de partir, deixarei que ele se encarregue de exterminar todos vocês, assim como fizeram com os canibais!

Bill pegou um pouco de barro e tapou o ferimento da bala, cicatrizando na mesma hora com o poder da magia negra, onde ele olhou para mim e sorriu.
Inesperadamente o tempo mudou, começou a escurecer e um vento misterioso soprava para o norte, causando um clima terrível.
Eu me sentia preso em um pesadelo, era como se aquilo não fosse real, de tão perturbador.

O maldito transformou-se em um corvo outra vez e sumiu entre as nuvens escuras, misturado com uma fumaça que emanava do templo.

Imediatamente corri até Judy, apesar dos ventos fortes, e comecei a desamarra-la, nesse momento ela olhou para trás em direção ao templo, e observando a escuridão atentamente, ela arregalou os olhos verdes e soltou um grito assustador, que quase me deixou surdo. Era como se ela tivesse visto o próprio Lúcifer em pessoa.

Assim que a soltei, ela pulou em meus braços, tremendo de medo.

- O que foi princesa?
- Tem um bicho feio lá dentro tio Ryan!
- Fique dentro daquela Oca, que eu e o tio Travis vamos acabar com ele!

O tenente levou a menina para o interior da Oca e fechou a entrada com uma tábua de madeira, onde avisou a criança:

- Fica quietinha, se você se comportar bem, deixo você dar um tiro com minha submetralhadora mais tarde!
- Tá bom! - Falou ela inocentemente

Encarei o militar e falei escondido sem que ela pudesse escutar:

- Não fica dando ideia Travis!
- Qual o problema? Você mesmo disse pra ela aprender a ser mais forte!
- Depois conversamos sobre isso, agora temos um demônio pra enfrentar!

Peguei meu fuzil tático e o tenente sacou sua metralhadora, estávamos carregados até os dentes, nada poderia nos deter, foi dessa forma que derrotamos Jonathan, mas desta vez o inimigo era de outro mundo. Esse pode ter sido meu erro ao subestimar o Wendigo...

Obscuro final; Consumados (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora