A vida é como um carrossel, gira sempre pro mesmo lado,mas há inúmeras entradas e saídas
... Lina MaranoAcho que essa frase aplicaria bem na personalidade da Judy. Ao deixarmos ela no parque, a criança se divertia como nunca, mesmo que os brinquedos fossem velhos e não funcionassem mais.
Gabriel aproveitava para descansar, bebendo uma garrafa d'água sob uma árvore alta, se protegendo do sol escaldante.
Travis carregava suas armas com certa impaciência, obviamente ele não queria estar ali conosco cuidando da Judy, mas se quisesse nos acompanhar teria que saber que somos uma equipe e cuidávamos um do outro.Me aproximei da grade onde ela brincava no carrinho bate-bate, usando sua imaginação, era incrível como ela conseguia encontrar a felicidade em coisas tão simples.
Eu a olhava e pensava, onde estariam os seus pais? Será que eram vivos? Ou foram arrebatados? Caso tenham ido para o céu, por que ela ficou?
Eu não queria entrar na onda do tenente, mas de uma coisa ele estava certo, havia algo misterioso envolvendo Judy, mas eu ainda não sabia o que era, talvez eu tivesse com medo de descobrir.O fato é que eu adorava aquela menina e faria qualquer coisa para protegê-la.
- Vem aqui do meu lado tio Ryan! - Disse ela dentro do carrinho
- Não, obrigado princesa. Já estou bem grandinho pra isso.Sem pensar duas vezes, ela correu até o carrossel e montou sobre um cavalinho de ferro descascado.
Travis chegou ao meu lado, observando a criança brincando e disse:
- Isso é uma grande perca de tempo. Devíamos estar atrás da pólvora pura em vez de fazer os gostos dessa pirralha!
- Deixe a menina se divertir um pouco. Nós não sabemos quando ela terá essa chance novamente.
- Vou ali dar uma mijada. - comentou o militar sem cerimôniasObservei o tenente adentrando na mata fechada.
Ao retornar o meu olhar para Judy, avistei o vulto de uma pessoa ao seu lado no brinquedo.Imediatamente saquei meu revólver e corri até ela, preocupado com sua segurança.
Quando cheguei próximo a criança, perguntei olhando ao redor:- Você está bem amor?!
- Estou sim, por que tio Ryan?
- Achei ter visto alguém aqui com você!Ela não se importou muito com o que eu disse e continuou brincando.
Mesmo assim eu fiquei em alerta, se tivesse algum mercenário por perto, eu ia meter bala sem pensar duas vezes.Ao longe, percebi que Gabriel dormia na sombra da árvore, se eu fosse depender do Arcanjo para vigiar, estávamos perdidos.
Judy saiu do cavalinho e foi até a roda-gigante, sentar sozinha naquela cadeira enferrujada.
Mas era prazeroso ao ver que ela se sentia como Alice no país das maravilhas.Inesperadamente senti um arrepio inexplicável na espinha, um frio misterioso invadiu meu corpo e desapareceu.
Olhei ao redor mais uma vez, tentando entender o que era aquilo, que estranha sensação de morte foi aquela.
Tentei tirar isso da minha cabeça, até ouvir uma risada feminina atrás de mim, misturado com um som grave e assustador.Peguei minha 9mm e apontava para o invisível, não avistava ninguém ali além de mim.
- Quem está aí?! Apareça ou eu atiro!
Porém, nenhuma resposta veio a tona, se eu não tomasse cuidado, acabaria enlouquecendo.
- Para com isso Ryan, você tem que relaxar! - Falei alto pra mim mesmo
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Obscuro final; Consumados (Concluído)
TerrorApós o arrebatamento avisado pelos anjos, o mundo transformou se em um verdadeiro inferno, onde é dominado por demônios e criaturas das sombras. Ryan mesmo sentindo que perdeu tudo, acaba descobrindo que existe uma forma de eliminar o mal de Lúcifer...