Diamante de Sangue

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Finalmente Gabriel ia me revelar o seu tão misterioso segredo, que ele guardava a sete-chaves.
Há tempos que vinha investigando ele, até quando falava sozinho enquanto dormia, isso era sinal de consciência pesada. O Arcanjo havia aprontado alguma coisa ruim e isso não o deixava em paz. Pelo menos era o que eu imaginava.

- Vamos, diga-me! O que você esconde de mim?!
- Antes quero que saiba que eu não tive escolha, Ryan!
- Todos nós temos escolhas!
- Nesse caso não!
- É tão grave assim?!
- Espero que me perdoe amigo, foi tudo por uma boa causa!
- Desembucha! - Gritei
- A verdade é que...

Quando ele ia me dizer o que estava acontecendo, inexplicavelmente Gabriel perdeu a fala ao olhar mais adiante.
Ele apontou para o alto de um monte, com um sorriso estampado no rosto.

Ao olhar para trás, avistei uma luz vermelha brilhando no topo da pequena montanha, só podia ser o Diamante de Sangue.

- Aquilo é o que estou pensando?!
- Pode apostar que sim, Ryan! Conheceria aquela jóia divina em qualquer lugar do mundo!
- Vamos pegá-lo então e depois você me conta o seu segredo!
- Tudo bem!

Assim que começamos a caminhar em direção ao sagrado objeto, ouvimos rugidos em nossas costas. Ao olharmos para trás, avistamos uma legião de demônios famintos, correndo em nosso encalço, totalmente enfurecidos.

Na mesma hora peguei a motosserra e tentei ligá-la, puxando a cordinha.
Para a minha sorte, começou a falhar o motor.
Por mais que eu tentasse acionar a arma, mais próximos os demônios chegavam perto da gente.

- O que está havendo?! Por que a motosserra não funciona?!
- A energia maligna está cada vez maior no Umbral, a eletricidade não existe mais aqui!
- O que vamos fazer?! - Perguntei
- Vamos correr até o diamante! Essa é a nossa única chance!
- Mas e essas coisas?!
- A minha espada é poderosa, ela irá nos proteger!

Iniciamos uma verdadeira corrida contra o tempo, até o topo da montanha. Eu ia na frente, onde Gabriel me dava cobertura contra os demônios.
Os gritos incessantes deles eram terríveis, mas eu tentava ignorar aqueles sons do inferno, focando apenas no meu objetivo final.

Parecia que aquelas criaturas sabiam o que queríamos, pois não desistiam de nos atacar. Eu corria o máximo que podia, sentia o ar pesado em meu peito, dificultando minha respiração na subida.

O ambiente como Umbral era um clima hostil e tóxico, a sensação era quando você sente que algo ruim vai acontecer, como se estivesse preso dentro de um elevador quebrado e sozinho.
O medo era constante, se não fosse a minha fé e a ajuda de Gabriel, eu não estaria vivo aquela hora.

Ele dilacerava os demônios que tentavam nos agarrar pelas pernas. Faltando menos de 800 metros para pegar o diamante, tivemos que escalar aquele morro sombrio.

As pernas começavam a fraquejar, e o fôlego já não era o mesmo, afinal eu já tinha quarenta e quatro anos de idade, minha força da juventude tinha desaparecido, o que me mantinha em pé era a minha disposição em vencer.

Ao olhar para trás, percebi que os monstros já não conseguiam nos acompanhar, muitos despencavam do alto, caindo em crateras escuras e sem fundo.
Era possível escutar os gritos deles ao longe, provocado pelo eco.
Quando agarrei um galho para me apoiar, surgiu um demônio de dentro da terra, agarrando meu braço furiosamente, tentando me arrastar para as profundezas.

O Arcanjo usando sua espada, cortou a cabeça da criatura, que é jogado violentamente para baixo.

- Você está bem?!
- Sim, mas confesso que me assustei agora!
- Demônios são uma verdadeira praga!
- Meu corpo está dolorido, não tenho certeza que chegarei ao topo!
- Nem pense em desistir, Ryan!
- Eu sei, mas estou muito cansado!
- Você foi o primeiro a me convencer a recriar as Balas de Deus, não seria justo com nossos amigos que se foram, permitir que uma dúzia de demônios nos derrotassem!
- Você tem razão parceiro! As vezes me esqueço o quanto você é iluminado.
- Vamos pegar o diamante e dar o fora daqui!

Obscuro final; Consumados (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora