A Caçada

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Corríamos sem parar por aquele lugar tenebroso de Chernobyl.
Infelizmente o plano não saiu conforme o combinado e nem pude avisar aos outros que naquele momento, eu estava fugindo com Samantha para qualquer lugar que fosse longe dos mercenários.

Era possível ouvir passos atrás de nós, aqueles malditos criminosos estavam em nosso encalço, e eu precisava fazer alguma coisa.
Logo mais a frente, acabamos nos deparando com uma enorme caverna misteriosa, onde sem pensar duas vezes, adentrei com a jovem africana e nos escondemos daqueles assassinos.

A caverna era muito maior do que eu poderia imaginar, no interior da gruta haviam várias bifurcações, onde só Deus sabia pra que lugar levava.

- Você está bem? - Perguntei a ela, me certificando que estávamos sozinhos.
- Sim Ryan, obrigada.
- Vamos continuar andando e ver onde vai dar esse caminho sinistro. - Falei enquanto pegava minha arma do coldre

Infelizmente eu estava sem lanterna, fazendo com que fosse mais difícil minha visão naquele escuro.
Ouvíamos bater de asas de morcegos, sendo que alguns deles chegavam próximos ao rosto, mas nada que afetasse nosso trajeto.

Inesperadamente, comecei a escutar passos firmes às minhas costas, como se alguém tivesse nos perseguindo. Quanto mais a gente avançava, mais perto ficava o som dos seus pés.

Mirei minha 9mm para trás e perguntei:

- Quem está aí?!

Apenas um macabro silêncio foi a resposta que recebi, Samantha me olhava assustada, querendo entender o que estava acontecendo, sendo que na verdade, nem eu mesmo conseguia explicar. Mas o arrepio na alma foi a mesma sensação que senti no parque de diversões.

Resolvi caminhar em direção ao som, mesmo com as pernas quase travando de medo.
Ao longe avistei apenas um vulto se escondendo por trás de umas pedras, onde paralisei na mesma hora e perguntei:

- Identifique-se ou vou atirar!

Apontei a arma para a estranha figura, até que o ser se levantou e ficou de frente para mim, mas devido às sombras das rochas, não consegui visualizar o seu rosto.
Entretanto era possível saber que se tratava de uma mulher.

Quando ela começou a andar lentamente, meu coração congelou ao descobrir que aquela aberração, era a mesma alma que encontrei no banheiro do parque.
Fiquei mudo, minha voz não saía da boca, e tremia por dentro como uma criança.
Aquele vestido preto e desbotado de aparência antiga, me causava arrepios, sem dizer que estava coberta de sangue, onde escorriam por suas mãos magras e esqueléticas.

Porém, ouvimos disparos de metralhadoras vindo do interior da caverna, fazendo com que a imagem daquele espírito desaparecesse diante dos meus olhos.

- Você viu aquilo?! - Perguntei para Samantha
- Do que você está falando Ryan?! Temos que dar o fora daqui, os mercenários estão atrás de nós!
- Mas e aquela coisa...
- Vamos logo!

Sem escolha, atendi ao pedido da jovem africana e continuamos correndo por aquele labirinto misterioso, pois agora aqueles homens estavam nos caçando por toda a parte, éramos como ratos indo diretamente para as ratoeiras.

Mesmo em perigo, eu não conseguia me conformar que apenas eu tinha aquela estranha visão perturbadora.
Os outros pareciam cegos diante daquela criatura, ou seja lá o que fosse.

- Você não viu mesmo, o que eu vi Samantha?
- Se você está se referindo sobre aqueles morcegos pendurados no teto da gruta, eu vi sim!
- Estou falando daquela mulher de vestido preto!
- O que?!
- Deixa pra lá, devo estar enlouquecendo.
- Adoraria continuar ouvindo suas historinhas de terror, mas temos companhia...

Obscuro final; Consumados (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora