Vivendo uma mentira

Capítulo 2

Noah

Cheguei na mansão da minha mãe, joguei minhas coisas num canto e meu celular começou a tocar, era Lucca meu melhor amigo.

– Fala cara, e aí o que tem pra hoje? - diz ele como se fossemos sair.

– Nada, peguei um voo de 8 horas, estou cansado.

–  A qual é, precisamos comemorar sua chegada, sair para uma balada conhecer umas gatinhas, beber, reunir os moleques.

– Beleza, vou falar com a minha mãe primeiro talvez eu faça algo com ela e te ligo pra confirmar se rola.

Desligo o celular, e fico ali parado analisando a mansão, faz  anos que não venho aqui, não mudou muita coisa, só alguns móveis novos, uma nova cor na parede,mas quase tudo continua igual. Paro meus pensamentos sobre o lugar quando olho pra porta da cozinha.

Uma garota aparentemente distraída sai de lá, dando uma risada gostosa de se ouvir e nossa! Quem é essa, ela tem um rosto delicado como de um anjo, mas ao mesmo tempo não tem nada de angelical, seu corpo é formado por curvas, que nossa,  tem peitos proporcionais pro corpo e mesmo estando de frente posso ver que tem uma bunda enorme, seus lindos cabelos preto amarrados em um coque bagunçado a deixa ainda mais sexy. Quando finalmente olho diretamente em seus olhos vejo que ela me observa, me analisando, quando percebe que estou olhando pra ela, fica bem envergonhada.

– Olá.

– Oi- diz ela envergonhada.

Vou até ela estendo a mão para cumprimenta-la, e toco suas mãos que são ainda mais macias do que imaginei, meu toque nela a deixa arrepiada, gostei disso.

–  Eu sou – ela me interrompe.

– Noah, eu sei, sou Maria Luísa, Malu.

–Como sabe quem eu sou, e eu não sei quem é você?

– Eu trabalho aqui, e estou encarregada do preparo pro seu jantar de boas-vindas.

– Trabalha aqui? Desde quando? Minha mãe nunca me disse que tinha alguém aqui além de Rute.

–Trabalho aqui a 5 anos, tenho a função de arrumar a mansão, fazer as compras necessárias, contratar pessoas como jardineiro essas coisas.

– Hum, e você estuda? Mora longe? – pergunto querendo saber mais sobre ela.

– Na verdade eu moro aqui, e sim eu faço faculdade de engenharia civil, estou no 3°ano e você?

– Terminei minha faculdade de administração e engenharia mecânica, e vim...

Sou interrompido por alguém fechando a porta atrás de mim, quando me viro não consigo esconder minha cara de desdém para o babaca na minha frente, é a primeira vez que o vejo em quinze anos, continuo com mesmo ódio dele, nada mudou olhando pra ele agora, a minha vontade é de socar a cara dele, mesmo sabendo que ele não iria sentir nem metade do que minha mãe sentiu a anos atrás.

Quando eu tinha 11 anos, vim passar as férias na mansão da minha mãe, nuca fui com a cara do meu padrasto mesmo pequeno, nunca gostei dele. Em uma certa noite, ele e minha mãe começaram a brigar, uma briga feia, eu estava no meu quarto brincando, as coisas começaram a ser quebradas, e eles não paravam de gritar, ouvi minha mãe dizer, sobre alguma "vagabunda", ele tinha a traído, minha mãe chorava e gritava em meio as lagrimas, do nada os gritos pararam, fui até a sala e quando cheguei fiquei parado que nem um idiota.

Meu padrasto estava em cima da minha mãe com as duas mãos em seu pescoço. Ela estava ficando roxa, sufocada, ela me viu, seus olhos exalavam medo, ele olhou na mesma direção que ela, saiu de cima dela imediatamente, eles estava vindo em minha direção, muito irado, naquele momento achei que ele me mataria, assim como estava fazendo com a minha mãe, quando faltava muito pouco para ele chegar até mim, ele caiu, eu olhei pra frente e minha mãe estava com a respiração frenética, com um enfeite de madeira nas mãos, o qual tinha acabado de acertar meu padrasto.

Depois ela me levou pro meu quarto, começou a arrumar minhas coisas na mala, pediu desculpas sem parar, disse que me amava muito, e que iria ficar tudo bem, pediu pra que não contasse a ninguém o que havia acontecido. Chamou o motorista e me mandou pra casa do meu pai. Contei a ele o que tinha acontecido, acho que falou com a minha mãe, nunca mais vim pra Nova Jersey, meu pai me proibiu e eu não fazia e mínima questão.

Conforme fui crescendo e entendendo o que tinha acontecido, só desenvolvi mais raiva e mais ódio dele e do que ele fez minha mãe passar.

– Oi Malu, como vai querida? – diz ele como se fosse um cara muito gentil.

– Oi Ed!!! Tudo sim e você? – ela diz dando um abraço nele.

Aquela cena me deixa irritado, só por ver como ela o acha um cara legal, mas não sabe o monstro que esse cara pode ser.

– Olá Noah, como vai?

– Podemos pular a formalidade, não faço nenhuma questão de dar educação a você, seu hipócrita de merda.

–  Calma, acho que devíamos conversar a sós, faz tempo que não nos vemos.

– Não tenho nada pra falar com você, enquanto eu estiver aqui, finja que eu não existo.

Pego minhas coisas e subo as escadas, olho pra trás e vejo a cara de assustada de Malu, não sei porque, mas minha vontade é ir até lá pega-la pela mão e contar a ela quem é esse idiota e proteger ela de qualquer mal  que esse filha da puta, nojento possa lhe causar . Subo até meu quarto tem uma caixa de meus bombons preferidos em cima da cama, e um recado "oi meu amor, mamãe teve que sair pra comprar algumas coisinhas, mas chego logo, espero que goste dos bombons, até as 20 horas, no seu jantar de boas-vindas".

Analiso o quarto, teve algumas modificações, analiso a cama enorme de casal e me lembro de Malu, penso em como iria ser ter ela toda pra mim nessa cama, não sei porque não consigo tira-la da cabeça, sem dúvidas ela é linda, umas da mulheres mais bonitas que já vi, mas em modéstia parte sou um cara bonito, tenho dinheiro, sou confiante, e já fiquei com uma parcela grande de mulheres, nenhuma ficou na minha cabeça como ela aliás só estou pensando nela porque é a primeira garota que vejo desde que chegue em Nova Jersey hoje de manhã.

Enquanto arrumo as coisas para tomar banho, ligo para Lucca e digo para vir ao jantar, aviso que não iremos sair.