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{Isadora}
— Meninas! Para o salão principal!
Ao ouvirmos a voz da senhora Thompson, corremos de nossos quartos para o salão principal, pois quando ela chamava daquela maneira, era por duas razões: alguém fez algo de errado, ou um casal queria adotar. Particularmente eu nem esperava mais a segunda opção. Afinal, quando se está em um orfanato feminino a quinze anos, acaba se ganhando uma experiência, e a minha é: os casais nunca querem adotar alguém com treze anos para cima, só crianças e bebês.
Ao chegarmos ao salão principal, nos enfileiramos da mais velha para a mais nova; eu era uma das últimas, uma das mais novas que ainda permanecera aqui. A senhora Thompson, uma senhora que já beirava seus cinquenta anos e sempre mantinha seu cabelo loiro preso em um rabo e cavalo, se aproximou de nós com um sorriso no rosto.
— Meninas, hoje nós estamos recebendo o senhor e a senhora Cullen. Sejam educadas. — sussurrou a última parte antes de ir até a porta.
Um minuto depois a porta foi aberta, e todas ficamos sem fôlego. O casal era extremamente belo, daqueles que so se via em capas de revistas famosas. A mulher tinha o rosto em formato de coração, um sorriso doce e o cabelo castanho enrolado naturalmente. O homem era mais alto, tinha o cabelo loiro penteado para trás e uma expressão bondosa. Ambos tinham rostos pálidos e olhos em coloração que lembrava mel derretido.
Senti o ar acabar ao meu redor, só de olhar para eles. Peguei minha bombinha de ar do bolso do casaco e fiz o procedimento rapidamente, amaldiçoado internamente a asma que eu tinha.
— Sr. Cullen, Sra. Cullen. Como estão? — a senhora Thompson perguntou educada.
— Estamos muito bem, obrigado por perguntar. — O senhor Cullen respondeu educadamente.
— Que bom. Por favor, deixem-me apresentar as meninas.
Conforme o casal e a senhora Thompson iam se aproximando de nós, eu ia percebendo as garotas ao meu redor ficarem ansiosas, principalmente as mais novas. Algumas batiam os pés levemente contra o chão, outras começavam a roer as unhas e a carne ao redor, e ainda havia aquelas e mantinham as mãos atrás das costas, puxando as pontas de seus cabelos e enrolando-os nos dedos disfarçadamente. E eu permanecia normal. Sabia que um casal como eles iria querer alguma garota com no máximo doze anos, cabelo claro e olhos cor de mel como o deles, talvez uma que tocasse piano como a Thessa, ou uma bailarina na como a Gaby; e eu não era nada disso.
Fiquei tão imersa em pensamentos, que nem reparei que já era a minha vez. Arrumei a postura e mantive as mãos atrás das costas.
— Essa é Isadora, a mais antiga do orfanato. — A diretora do orfanato me apresentou — Está com a gente desde que era um bebê de seis meses.