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Conforme os meses iam se passando, e maio dava espaço para junho e julho, Safira foi compreendendo o estilo de vida e as motivações dos reis vampiros.
Na teoria, ela pensara várias vezes, era uma vida melhor do que a dos humanos no aspecto judiciário. Apenas uma lei para seguir; em que país isso existia? Nenhum.
Mas na realidade, tudo era mais difícil. Se afastar dos conhecidos, evitar aparecer em público, não se apegar às coisas enquanto vê todos ao seu redor morrer. Vez ou outra ela se perguntava como nenhum deles ficou depressivo com o tempo.
Outra coisa que mudara foi sua relação com eles. Era verídico que os três passavam a aura de pessoas perigosas, das quais não era recomendado se aproximar, mas perto de Safira era diferente. Apesar de serem insistentes, eles mantinham leves avanços até ela. Em um dia, Marcus a convidou para um momento de leitura na biblioteca; em outro momento ela encontrara um broche de cabelo prateado na cama de seu quarto de hóspedes; outra vez fora Aro quem se dispôs a ensinar pintura para ela.
De certa forma eles haviam compreendido aonde erraram ao apresentar a mulher. Os presentes caros soaram ofensivos para Safira, como se ela fosse uma mulher da vida - como eles mesmos diziam - Que poderia ser comprada facilmente. Aquilo só fizera eles a admirarem ainda mais.
A rotina de Safira também se tornara mais agitada. Além do trabalho de modelo durante o dia, após o pôr do sol ela saía escondida de sua casa e era levada por Jane até o castelo, onde passava boa parte da noite acordada.
E conforme o tempo passava, a mulher ia ganhando a simpatia e o respeito da guarda real. Não era o fato de ser companheira eterna - talvez só no início - dos três reis, mas por conta própria. Suas atitudes demonstravam aquilo, quer fosse elogiando o bom trabalho de Félix e Demetri, quer fosse se preocupando com Jane e Alec, quer fosse cumprimentando qualquer pessoa que passasse por ela com um pequeno sorriso.
Em pouco tempo, Safira sentiu de todos o amor e carinho que anteriormente só sentira de uma única pessoa - seu pai. Nem mesmo de sua própria meia-irmã ela sentira tanto afeto; claro, a adolescente só tinha olhos para o namorado, e mesmo antes de conhecê-lo ela nunca sequer demonstrou sentir algo positivo pela mais velha.
A verdade era que, apesar de a princípio ter sido contra tudo aquilo, ela estava começando a se sentir em casa. E sua simples admiração por Aro, Caius e Marcus havia se tornado algo muito maior; algo que nem mesmo ela esperava sentir por três vampiros sanguinários.
Mesmo não acreditando em destino, ela havia se apaixonado por eles.
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