Capítulo 5

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Dormi o dia todo. Theo me deixou em casa e durante o percurso o ar entre nós parecia carregado de puro desejo que contínhamos por diversos motivos.

Como convencê-lo de que estrago tudo que começo? Que não sou confiável e me envolver com alguém é sinônimo de encrenca? Pior ainda, como convencer meu corpo de que não deseja o dele? Que não devo me aproximar demais? Sinceramente, não vim pra casa para me encrencar com o primeiro homem que conheço! Mas sou maluca demais pra recuar agora, é exatamente como ele falou: começamos e não vamos parar.

Sei muito bem como isso vai parar, mas estou disposta a resistir o máximo que puder, quem sabe assim ele desiste e eu não tenha que enfrentar mais um fracasso em minha vida?

Me viro na cama e apanho meu celular em duvida se devo ou não conversar com Cristina, minha terapeuta, combinamos se eu me sentisse insegura, bastaria entrar em contato. Apero o botão e inicio uma chamada por vídeo.

— Oi Vivi, como está? Nossa que cara é essa? — Sorri da minha cara que provavelmente esta amassada e inchada.

— Saí ontem com amigos e você sabe como essas coisas são...

— E o que eu não sei?

— Hum, que já conheci alguém? Acha que é precipitado? Será que estou me enfiando em confusão, Cristina, não sei se voltar pra casa vai mudar nada em mim, olha como já estou?! — meus olhos marejam, é difícil colocar todas minhas angustias pra fora, mas sei que se quero ser uma mulher melhor, uma pessoa equilibrada, preciso me expressar com palavras, não com meu corpo.

— Viviane, e desde quando se envolver com alguém, te faz ser uma pessoa ruim? Cadê o crédito de confiança que conversamos na ultima consulta?

Cristina me lembra que preciso acreditar mais em mim, me dar a chance de ser eu mesma e me reconhecer novamente, mas é difícil demais... Conversamos por mais um tempo, me sinto bem mais segura com as palavras dela, e me fez recordar que vim pra me "re-conhecer" buscar dentro de mim, a mulher que sei que sou, e me dar uma nova chance.

Levanto mais leve e tomo um banho bem demorado e quentinho.

— Bom dia, ops.... boa tarde, Dedé. — Cumprimento ao entrar na cozinha e sentir o cheiro de carne assada, meu estômago se manifesta com fome.

— Ei menina, como foi a noite.

— Foi bem interessante, e interessante foi também um certo doutor chegar lá.

— Bingo! — Ela ri — Sabia que ele estava caidinho por você também! — Gargalha, como se tivesse feito a melhor boa ação do planeta.

— Dedé! — tento ralhar com ela, mas não consigo disfarçar que adorei que Theo tenha ido me encontrar, e ainda mais quando me recordo do beijo que trocamos e fico vermelha.

— Corada, Vivi? Ah vai me contar tudo, essa velha aqui precisa sentir umas emoções!

— Nada pra contar, Dedé. — Demonstro desinteresse e apanho uma banana na fruteira. — Dançamos, nos divertimos e me deixou aqui hoje cedo.

— Hoje cedo?!

— Sim, hoje cedo, e não me olhe assim com cara de que dormi junto com ele, só dançamos a noite toda, apenas isso.

Ela balança a cabeça, e creio ter ouvido um "que desperdício", mas não dou muita bola, se der corda, Dedé vai querer me casar com Theo, e definitivamente isso não está nos meus planos.

Meu celular vibra e vejo que chegou mensagem.

"Vivi, sua bandida,

não falei que você

A MINHA CHANCEWhere stories live. Discover now