Capítulo 4

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A semana transcorre de forma tranquila, Dedé passou a vir todos os dias cuidar da casa e de mim, todos os dias a ajudei com a cozinha e estou descobrindo um novo prazer: cozinhar. Nunca imaginei um dia sequer chegar perto de um fogão, mas Dedé esta me ensinando e estou surpresa em descobrir como preparar o meu alimento, relaxa, estou dando novo significado a comida, que antes só via seu valor, sentada num bom restaurante, e servida pelo melhor chef de cozinha. Nina também se fez presente e muitas vezes brincamos de boneca na varanda como fazia antigamente, a menina é uma graça e me conquista a cada dia.

O cãozinho, ainda sem nome, corre em volta de mim, tentando subir pelas minhas pernas, enquanto tendo tirar algumas ervas frescas da horta nos fundos do quintal, a atadura em sua perninha traseira o impede de fazer alguns movimentos e por várias vezes tive que dar-lhe broncas por tentar tira-la com os dentes.

— Que danadinho você — Brinco um pouco com ele, e ele deita se abrindo pedindo que coce sua barriga, — é um dengoso! Né Bebê? Ama carinho...

— Mas quem não amaria ser acariciado assim, por uma ruiva linda? — ouço a voz atrás de mim, é impressionante como fico tímida perto dele.

— Bom dia.

— Bom dia, vim lembra-la da consulta do... como é mesmo o nome dele? — Aponta o cachorro deitado ao meus pés.

— Bebê.

— Serio isso? Se ele pudesse falar, pediria outro nome.

— Por quê? Só porque é macho? — zombo do machismo dele.

— Bebê não é nome, Viviane.

— É nome sim. Eu o chamo assim, ele responde feliz da vida e até Dedé já aprendeu, então esse é nome dele.

— Thor é nome de cachorro.

— Theo também é.

— Touché — Sorri divertido, te vejo mais tarde?

— Sim, vou levar Bebê até você.

— Ok. — se aproxima e prendo a respiração enquanto ganho um beijo demorado na bochecha, chega me dar calafrio quando ele se afasta e fico muito vermelha. Jesus! O que acontece comigo, estou caidinha por ele, e nem nos beijamos!

— Ok. — murmuro de volta, mas ele já se afasta pra casa dele e observo o movimento de seu corpo magro com os músculos nos lugares certo. — Perfeito.

— Sim, é bonitão nosso vizinho e você está igual uma abobalhada o encarando desse jeito. — Dedé se aproxima, o que deu nessa gente? Todo mundo vai chegando e me pegando de surpresa! Credo!

— Ele não é casado, Dedé? — enfim tomo a coragem de perguntar, chega de fingir desinteresse quando estou e muito interessada.

— Não. Quando mudou há dois anos, veio com a filha e a mãe dele, não são de falar sobre a mãe da menina, nem a criança. Você está caidinha, né?

— Não, estou só curiosa, um homem jovem com uma filha morando nessa cidade tão pequena? Nunca se perguntou o porquê?

— Creio que todos na cidade minha filha, mas ele é discreto, se tem mulheres, não sei, mas sei que às vezes sai pra Búzios e se diverte por lá. Aliás, coisa que você deveria fazer também.

— Não obrigada, estou bem aqui.

— Vou falar com Elis, pra ela vir buscar você para sair um pouco, é jovem, precisa de diversão. — Elisabete é a filha da Dedé, quando criança, brincávamos muito juntas, e nessa semana descobri que Elisabete é guia turística e mora em Búzios, um outro município próximo daqui. — E não adianta dizer não.

A MINHA CHANCEWhere stories live. Discover now