Capítulo 17 (parte 2)

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Theo

Impossível não ler novamente o texto que está a minha frente no computador, desde o momento que acordei e recebi uma ligação de Elias pedindo que acessasse a rede e descobrisse o que estão falando de Viviane, eu não paro de ler linha por linha tentando entender o que está escrito ali.

— Era disso que ela tinha medo. — Constato enfim, triste por ver algo tão intimo dela, exposto de forma tão vil.

Apanho o celular e ligo pra Elias.

— Theo...

— Eu li.

— Então acho que todo o trabalho foi por agua abaixo.

— Não acredito que haja verdade ali cara, apenas é um site da pior espécie, especializado em distorcer a verdade. — tento acalma-lo.

— Eu também custo acreditar que ela possa ter feito dessas coisas, mas onde há fumaça... — É esse tipo de pensamento que mais me assombra, as pessoas tendem a acreditar sempre no pior, não procuram a verdade e ouvir o outro lado da história, mas não vou deixar as coisas assim, vou tirar toda essa história a limpo e ajudar a mulher que amo a limpar seu nome.

Meu instinto me diz que algo ali procede, mas a mulher que conheci, a mulher que me arrematou diante de tantas coisas, não é fria. Se ela errou no passado, no presente tenta acertar.

Desligo a ligação, com a promessa que descobriria a verdade, e que toda essa lambança não prejudicaria nosso propósito.

Saio pelo quintal até a casa de Viviane, disposto a conversar e esclarecer todo esse passado. Chega de segredos, passou da hora de enfrentarmos a verdade e esse medo dela.

— Bom dia, Dedé. — Entro pela porta dos fundos e encontro Dedé com cara de choro e assustada encarando a porta que dá pra sala e gritos de Osmar vindo de lá.

— Não sei se é um bom dia, a casa está numa agitação, seu Osmar não para de gritar ao telefone e não vi a menina Vivi ainda. — Dedé me passa as informações de tropeço, creio que nunca viu tanto nervosismo nessa casa.

— Eu vou até ela.

— Theo, não brigue com ela, eu ouvi a conversa do Sr. Osmar, e sei o que ela já me contou... ela mudou, a menina se arrependeu de verdade. — Sinto um baque em meu peito, me dando conta que todos conhecem a história que a envergonha, menos eu, que sempre deixei claro que não fugiria, fosse o que fosse que ela tinha a me dizer.

— Irei apenas tentar entender o que houve, sim? — a tranquilizo e saio até a sala onde vejo Osmar correndo pra fora e sem entender muito bem o que acontece, o sigo.

Vejo Viviane saindo correndo de carro pela estrada e respiro frustrado.

— Que porra!

— Ela fugiu e você a ajudou, Elisabeth! — Osmar grita descontrolado, Elis se encolhe infeliz — E agora? Pra onde ela foi? Não sabe o inferno que irá enfrentar? Eu sabia que tudo isso seria um erro! Essa ONG só serviu de desgraça em minha família!

Coloca as mãos na cabeça e me aproximo e o toco no ombro.

— Fica calmo, cara, eu sei pra onde ela foi. — Ele me encara surpreso — Tenho um amigo policial que me ajudou a arranjar e colocar um rastreador no carro dela. — Ele respira aliviado e pego meu celular para conectar ao GPS do carro de Vivi.

Saímos pela estrada de chão atrás dela e nada me preparou para a cena à minha frente: O carro da mulher da minha vida, capotado, destruído e nesse momento descubro o significado do coração parar.

A MINHA CHANCEWhere stories live. Discover now