A tragédia

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Cada vez que nos aproximávamos mais, ficava mais difícil de entender o que estava acontecendo, além de carros de policias havia também repórteres, tudo ficava mais confuso ainda.
- Mas que droga está acontecendo aqui?!  - Perguntei para o meu motorista que estava tentando estacionar o carro no meio de tantas pessoas.
- Não faço a mínima ideia, mas é melhor a gente descobrir... – respondeu ele.
- A gente nada, é melhor eu ir descobrir! – respondi abrindo a porta do carro e entrando no meio da multidão para tentar entrar em casa e saber o que realmente estava acontecendo.
- Você é Cheryl Blossom?! – perguntou um policial pegando no meu braço.
- Eu mesma, algum problema?! – perguntei o olhando de cima a baixo.
- Eu acho melhor você não entrar agora! – falou ele tentando me impedir de abrir a porta.
- Como assim você acha melhor eu não entrar?! Essa a minha casa e você está me irritando, então me de licença que eu vou entrar sim! – respondi alterando meu tom de voz, que mudou imediatamente quando eu abri a porta e me deparei com a pior cena da minha vida, eu me senti no meu pior pesadelo e cada vez que eu olhava mais me dava vontade de sentar e chorar para o resto da minha vida, a minha família foi brutalmente assassinada enquanto eu estava fora, eles estavam todos mortos e o sangue se espalhava pelo chão imenso da sala, era como uma cena de filme de terror, eu não podia acreditar nisso, quem faria uma coisa dessa?!
- Eu sinto muito Cheryl... – falou o policial pegando no meu ombro.
- Isso não é verdade! Acorda Jason, por favor se levante, não me deixa sozinha por favor! – gritei chorando indo na direção do meu irmão que estava caído com a blusa ensanguentada, eu o abracei o mais forte que podia e não sentir o coração dele foi a pior coisa do mundo, eu sei que meus pais também estão mortos, mas a falta do meu irmão vai ser imensa para mim.
Eu não queria solta-lo, não queria sair dali e viver uma realidade onde a minha família não existe, por mais imperfeitos que erámos, ainda assim erámos uma família, mas agora era somente eu, só em pensar na minha vida sozinha me dava vontade de me matar para eu me juntar a eles, mas eu não poderia fazer isso, por que a única coisa que me resta agora é saber quem fez isso, e acabar com essa pessoa como ela acabou com a minha família, com  minha vida!
Eu estava diante da pior cena da minha vida, mas por incrível que pareça eu não queria sair dali, não queria deixá-los, o que seria de mim sem uma família vivendo em Nova York sozinha, só em pensar nisso eu ficava apavorada cada vez mais! 
- Cheryl você precisa sair, os corpos precisam ser levados! – falou o policial tentando me consolar.
- Eles não são corpos, são a minha família! – respondi brava.
- Tudo bem, me desculpe, mas você precisa sair agora, a gente precisa conversar para obter alguns dados para a investigação... – respondeu ele me olhando.
- Como assim dados para a investigação? Então quer dizer que vocês não sabem quem fez isso com a minha família?! – perguntei me levantando indignada, aliás a pessoa que fez isso está a solta agora nesse exato momento, e rindo da minha cara pela desgraça que aconteceu e está sem nenhuma punição!
- Por enquanto não temos nada sobre o caso, mas talvez você possa nos ajudar! – falou ele com calma.
- Tudo bem... – respondi indo junto a ele até o carro da polícia, havia tantas pessoas lá fora, que me olhavam com pena, com tristeza pelo fato que havia acabado de acontecer, eu queria que tudo isso não passasse de um pesadelo! Chegamos até a delegacia e entramos em uma sala, eu não estava com cabeça para falar algo, mas era necessário, alias eles não sabem nada, nem se quer quem fez isso e pra falar a verdade não sei se eu posso ajudar em algo, pois eu não estava em casa quando tudo isso aconteceu.
- Olá, você deve ser Cheryl Blossom... – falou uma delegada entrando na sala e me cumprimentando.
- Você já deve saber o que aconteceu, então vamos direto ao ponto, por que eu não estou nada no clima... – respondi de cabeça baixa.
- Tudo bem, você tem razão, você sabe qual o motivo de sua mãe ter cancelado o chá que iria ter na sua casa em cima da hora?! – perguntou ela me olhando.
- Ela cancelou?! – perguntei.
- Sim, ela ligou para as suas tias e cancelou e isso faz com que acreditamos que ela já estava mantida como refém e foi obrigada a cancelar... – falou ela me olhando.
- Se eu tivesse ficado talvez nada disso teria acontecido... – falei com os olhos cheios de lagrimas.
- Na verdade, se você não tivesse saído talvez estaria morta também! – respondeu ela pegando na minha mão.
- E por que você acha isso?!
- Achamos drogas na gaveta do quarto do seu irmão, então acreditamos que isso foi um acerto de contas por alguma divida com traficantes... – respondeu ela me olhando.
- Isso é impossível! O Jason não usava drogas, e se usasse você acha mesmo que ele não pagaria, dinheiro nunca foi problema para a minha família, isso está mal contado! – respondi alterando o tom de voz, pois eu tinha certeza do que estava falando, eu e meu irmão contávamos tudo um para o outro, e ele nunca usaria drogas!
- Tudo bem, isso foi apenas uma hipótese, mas se for verdade você ainda é alvo deles Cheryl, traficantes matam famílias por dividas e você parte da sua família...
- Ótimo, eu quero que quem fez isso venha até mim e tente fazer o que fizeram com a minha família que eu vou ensinar para esse desgraçado o que é matar! – gritei me levantado.
- Você precisa se acalmar, não sabemos quem fez isso, mas são muitos perigosos, então você não poderá mais ficar nessa cidade! – falou ela também se levantando.
- Como assim?! E pra onde eu vou?! -perguntei confusa.
- A sua avó já está na cidade, ela mora em Riverdale uma pequena cidade, onde você pode recomeçar e lá ficará protegida!
- Isso não pode ser verdade! – falei e saí chorando da sala e me deparei com a minha avó, ela estava sentada me esperando e quando me viu me deu abraço, eu só sabia chorar pois ela era a única pessoa que me restou, talvez a delegada estivesse certa e eu deveria ir mesmo para Riverdale, pelo menos por um tempo e depois eu volto.

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