Sangrar até a morte

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Por mais que eu estivesse inconsciente, ainda assim eu conseguia ouvir alguns barulhos estranhos, eu sentia alguém me pegando e amarrando meus braços, mas eu não conseguia abrir meus olhos e por mais que eu tentasse, o grito não saía da minha boca, eu queria gritar e me espernear mas eu simplesmente não conseguia era como se o meu corpo não me obedecesse mais! Eu perdi totalmente a noção do tempo, não sei por quanto tempo eu estava desacordada, eu me sentia perdida no tempo e minha cabeça latejava de dor! Com muita dificuldade eu abri meus olhos e levantei minha cabeça lentamente, uma luz tomou conta do meu quarto, era tão forte que eu mal conseguia manter meus olhos abertos, e quando eu menos esperava vi minha família sentada na minha cama, eles estavam de frente para mim, todos sentados lado a lado me olhando fixamente. Meus olhos encheram de lagrimas e tudo o que eu mais queria era abraça-los e nunca mais soltar, mas eu não podia me levantar, pois estava amarrada em uma cadeira e por mais que eu tentasse, era impossível desamarrar as cordas que estavam me prendendo.
- O que vocês estão fazendo aqui?! Eu morri? – perguntei os olhando com meus olhos cheios de lagrimas.
- Você é uma garota forte Cheryl, não desista! – falou minha mãe pegando na minha mão.
- Mãe por favor me solta daqui eu quero ficar com vocês pra sempre, eu não aguento mais! Me soltem... – supliquei tentando me desamarrar.
- Você tem que ser forte, e se vingar por nós! Só assim poderemos descansar em paz...- falou Jason com seus olhos cheios de lagrimas, eu pensei que nunca mais ouviria aquela voz, ele era o meu porto seguro e ouvir aquelas palavras saindo da boca dele fez com que meu coração acelerasse e eu não conseguia mais parar de chorar, eu não sei se eu era a pessoa certa para vingar a morte deles, eu não era tão forte quanto parece e a única coisa que eu realmente queria era me juntar a eles.
- Eu não se posso! – falei com a minha cabeça baixa.
- Você pode! Nós acreditamos em você! – respondeu meu pai se levantando da cama, eles todos se levantaram e deram as mãos, e depois simplesmente sumiram! Eu suspirei fundo e acordei, meu corpo estava todo dolorido, eu me sentia como se tivesse acordado da minha própria morte! Eu olhei em volta e meu quarto estava destruído, tudo estava revirado, havia roupas para todos os lados e eu estava amarrada na cadeira da minha penteadeira, mas os nós estavam frouxos e sem muitos esforços eu os desamarrei. Levantei e olhei por todo canto do meu quarto e na porta havia fotos dos corpos da minha família coladas com tinta vermelha escorrendo, eu estava tão fraca que mal conseguia me manter em pé, até que olhei para os meus pulsos, eles estavam cobertos de sangue! Minhas mãos não paravam de tremer, em saber que eles haviam cortado os meus pulsos para eu sangrar até a morte! Eu abri a porta do meu quarto e saí cambaleando no corredor, conforme eu andava as gotas de sangue pingavam no chão.
- Eu preciso de ajuda...- falei com a voz tremula abrindo a porta do quarto da minha avó, que deu um pulo de susto quando viu a minha situação.
- Ai meu Deus Cheryl, o que aconteceu com você querida? Levante-se eu vou chamar uma ambulância imediatamente! – gritou ela desesperada tentado me segurar e pegando o telefone, eu não conseguia me manter em pé, minhas pernas não me obedeciam mais, minha visão estava ficando turva! Eu pude ouvir o barulho de sirenes vindo de fora da casa, e em questão de segundos alguns paramédicos entraram no quarto e me colocaram em uma maca.
- Vai dar tudo certo senhorita Blossom, confie você é forte! – falou uma mulher tentando me acalmar enquanto os outros tentavam estancar o sangue que saía dos meus pulsos. Eu tentava respirar fundo, mas a minha respiração já estava fraca, eu estava tentando me manter viva o máximo que eu podia e quando eu olhei para o lado vi o desespero nos olhos da minha avó e isso me deu forças para continuar, eu não podia desistir, eu precisava ficar viva por ela!

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