Tarde demais

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Saber que a Toni estava aqui era uma mistura de sensações, meu coração pulava forte dentro do meu peito, mas eu não sabia interpretar esse sentimento, não sei se eu estava feliz por saber que ela estava bem, ou se estava com raiva por ela ter vindo aqui depois de tudo que aconteceu...
- O que você pensa que está fazendo aqui? – perguntei me virando de frente para ela.
- Eu não vim por você, vim pela vovó Rose...- respondeu ela entrando no quarto.
- Toni será que você não se tocou que ela só está aqui nessa situação por sua culpa! – falei entrando na frente para que ela não chegasse perto da minha avó.
- Eu sei, eu não sou burra, mas eu também tenho sentimentos e a sua avó sempre foi uma pessoa muito boa comigo, só queria saber se ela estava bem...
- É ela está ótima, agora você já pode ir...- respondi apontando para a porta.
- Espero que um dia você possa me perdoar, e entenda que eu nunca te machucaria e foi por isso que muitas vezes apanhei, por que eu nunca em hipótese alguma te mataria! E apanharia mil vezes se fosse preciso para te proteger, por que é isso que amor que eu sinto por você fez, eu quebrei todas as regras de uma das gangues mais perigosas, e tudo isso foi por você Cheryl! – disse ela tentando se aproximar de mim.
- Me desculpe, mas agora é tarde demais...- falei segurando minhas lagrimas, pois eu não queria demonstrar meu sentimentos a ela, eu ainda me sentia traída e por mais que um lado de mim gritasse para que ela ficasse, a minha outra metade ainda chorava pela morte da minha família. Eu conseguia ver dentro dos olhos dela que havia verdade naquilo que ela falava, mas eu não sei se estou preparada para perdoa-la! Ela abaixou a cabeça e saiu do quarto sem dizer mais nada.
- Cheryl acho que você não está sendo justa com ela...- falou minha avó após ela ter saído, por mais que eu tentei parecer dura e não demonstrar sentimentos ainda assim eu estava arrasada com tudo isso e eu tenho certeza que a minha avó sabe o quão triste eu estou.
- Eu nem sei mais o que é ser justa...- respondi me sentando ao lado dela e respirando fundo para que as lagrimas não caíssem.
- Uma hora você terá que perdoa-la!
- Eu não sei se consigo. Eu prometi achar quem fez isso com a minha família e agora que eu sei não posso simplesmente esquecer! – falei alterando meu tom de voz.
- Querida você sabe que ela não teve escolha! O que o seu coração está dizendo agora? -perguntou ela segurando a minha mão.
- A minha razão diz que eu nunca mais deveria vê-la...Já meu coração está suplicando para eu ir atrás dela...- respondi deixando que as lagrimas saíssem, eu não aguentava mais segurar meus sentimentos eu precisava desabafar e falar que apesar de tudo, eu ainda a amo mais que tudo!
- Pois então vá! Corra e procura sua garota antes que seja tarde! Um perdão sempre é bem-vindo, não importa a ocasião! – disse minha avó apontando para porta e me dando um beijo na testa. Eu não sei se aquilo era a coisa certa a se fazer, mas eu não tinha muito tempo e pela primeira vez eu decidi ouvir meu coração e saí correndo pelos corredores do hospital em busca da Toni.

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