Capítulo 4

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Eu tô voltando agora pq precisava de algo pra me distrair... hm, escrever é uma das coisas que me deixa um pouco distraída, tocar teclado não está sendo o suficiente... Então estou aqui de novo k.

Cada comentário aqui é um abraço em mim, tô precisando.

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O barulho da chave girando na porta fez Veronica saltar de cima do sofá e esconder seus seios e seu sexo com almofadas. A loira ao seu lado fez exatamente a mesma coisa, no entanto, Toni ainda assim foi capaz de ver algo antes do total cobrimento dos corpos.

- Veronica, de novo? - Toni reclamou chateada.

- Eu pensei que você não viria mais, já viu que horas são? Quase oito da manhã. Achei que finalmente tivesse aceitado sair com a Chloe e que dormiria com ela lá.

- O quê? - Toni perguntou inconformada. - Eu nem vi aquela garota. Onde estão os garotos, afinal?

- Fangs já foi para a faculdade e o Sweet Pea foi fumar maconha com alguma garota que não me lembro o nome. - Toni assentiu e coçou os olhos.

- Certo. Podem continuar então, vou subir, tomar um banho e dormir umas duas horas. - Ela disse, indo rumo às escadas de madeira invernizada.

- Onde estava, afinal, se não me estava com a Chloe? - Betty perguntou não se aguentando de curiosidade.

- Aconteceu algo bizarro ontem e por alguma razão uma garota que estava em coma havia quatorze anos respondeu à minha voz.

- Quatorze anos? Ela está bem? Fala ou anda? Tudo isso de tempo não era para ter comprometido seu cérebro? - Veronica perguntou surpresa.

- Como chegou a encontrar um caso assim? Pensei que fosse da fisioterapia. - Betty concluiu.

- E sou. - Toni respondeu. - E sobre as perguntas da Veronica... Bem, ela fala normalmente, o resto ainda não sabemos. Ela deve passar por uma bateria de exames exaustivos, coitada. - Toni disse em um suspiro. - De qualquer forma, vou sair uns trinta minutos mais cedo para ir visitá-la. - Disse, dando de ombros. - Bom sexo para vocês.

- Obrigada. - Disseram em uníssono e Toni subiu as escadas correndo.

Tomou um banho não tão demorado, pois sentia suas pálpebras pesarem, no entanto, quando finalmente se deitou em sua cama seus olhos não se fecharam. Seu cérebro não permitia; ele ficava enviando imagens do sorriso de Cheryl e lembranças do elogio sobre os olhos de Toni.

Ela não fez muita coisa após aquele elogio, pois o médico insistiu que ela saísse da sala junto com Penélope, pois precisava realizar uma série de exames. Antes de sair, Penélope ouviu o "Mamãe?" E caiu em um choro intenso antes de abraçar sua filha e prometer voltar logo.

Toni se remexeu na cama e fechou os olhos forçadamente, porém aquele sorriso voltou a invadir seus pensamentos. Toni bufou irritada e se cobriu, mas, segundos antes de dormir, a voz suave de Cheryl voltou a pronunciar:

"Os seus olhos também são lindos."

Esse era o maldito problema em nunca receber elogios de mulheres tão lindas: Quando recebia não era fácil esquecer. Tentou evitar, mas um sorrisinho bobo enfeitou seus lábios antes de finalmente conseguir pregar os olhos.

[...]

O corpo da garota estava quebrado; ela não deveria sequer ter dormido, pensou, pois se sentia muito pior. Nos olhos havia pingado colirio, já que ardiam intensamente. Seus pés correram o mais depressa possível para dar tempo de visitar Cheryl.

Assim que chegou na porta a qual tanto ansiava, deixou três batidas suaves na mesma, que logo foi aberta por Penélope. A mulher avançou em Toni assim que a viu, envolvendo suas mãos ao redor do pescoço da garota e a abraçando forte.

- Eu jamais serei capaz de agradecer o suficiente, querida. - Penélope disse emocionada, fazendo Toni sorrir.

- Não me agradeça, senhora Blossom, eu não fiz nada. Foi tudo mérito única e exclusivamente de Cheryl. - Toni disse sentindo a mulher lhe soltar e enxugar uma lágrima solitária. - Como ela está?

- Perfeita. -.A mulher disse, dando espaço para Toni entrar no quarto. - O médico disse que ela terá que ficar uns dias em observação e terá que passar por fisioterapia, pois ela está há muito tempo em desuso dos músculos e dos ossos. - Penélope explicou, vendo Toni sorrir e acenar para Cheryl, que sorriu de volta. - O cérebro dela também é acostumado a carregar um corpo de seis anos, então ele mesmo pregará peças nela até entender que seu corpo já é adulto.

- Mamãe... - Cheryl chamou, fazendo a mulher se calar e pôr atenção em sua filha. - Ela voltou mesmo. - Cheryl disse sorrindo e se ajeitando mais na cama.

- Sim, querida. Eu disse que ela voltaria. - Penélope disse rindo de uma forma calorosa.

- Olá, Cheryl, sabe quem eu sou? - Toni perguntou, se aproximando da cama e, consequentemente, de Cheryl.

- A moça dos olhos de chocolate. - Toni enrubesceu ante ao elogio. - Eu gosto de chocolate.

- Bem, eu te trouxe caramelos, mas eu conversei com seu médico antes de entrar aqui e, infelizmente, ele disse que você terá que passar por uma dieta rigorosa por alguns dias, sinto muito. - Cheryl fez uma careta antes de olhar seriamente para Toni.

- Nem escondido? - Ela sussurrou após tampar sua boca com uma das mãos para sua mãe não ver, fazendo Toni rir a plenos pulmões.

- Não seja assim, mocinha. Não é legal trapacear nas regras quando se trata de nossa saúde, tudo bem? - Toni disse e Cheryl assentiu um pouco contrariada.

- Toni, posso aproveitar que está aqui para ir ao banheiro? - Penélope perguntou, vendo a moça assentir. Pobre Penélope, deve estar exausta, pensou Toni. Se ela não tivesse que ir para suas aulas práticas ela ficaria com Cheryl para a mulher tirar algumas horas para descansar.

- Mamãe me disse que eu não sou neném. Que agora eu já tenho vinte anos. - Cheryl disse fitando com atenção as expressões de Toni.

- Ela disse isso?

- Disse também que eu sempre serei o neném dela, mas me explicou o que aconteceu. - Cheryl disse. - Parece o desenho do jacaré que queria comer o pica-pau.

- Ah, sim? - Toni perguntou rindo. Ela adorava aquele desenho em sua infância.

- Sim, só que ao invés de dormir por todo o inverno eu dormi por vários anos. - Toni assentiu, orgulhosa por Cheryl ter entendido.

- E suponho que sua fome esteja igual ao do jacaré, hm? - Toni perguntou rindo ao ouvir o estômago de Cheryl roncar. A maior acenou um pouco envergonhada e Toni sorriu. - Já está quase na hora de sua refeição. Vai comer tudo?

- Siiiiim. - Cheryl disse animada e Toni riu.

- Voltei, crianças. - Penélope disse, sorrindo abertamente. Rápida! Pensou Toni. A garota se permitiu fitá-la: Ainda aparentava cansada, porém aquela grande tristeza e falta de brilho em seus olhos já não existiam.

- Eu adoraria ficar mais, mas o dever me chama. - Toni disse entortando a boca e Cheryl cruzou os braços.

- Ah não! - Protestou emburrada.

- Toni tem coisas para fazer, meu amor. Lembra-se do que conversamos? - Cheryl assentiu ainda emburrada.

- No meu intervalo eu prometo passar aqui, tudo bem?

- Falta muito para isso? - Cheryl perguntou.

- Umas quatro horas. - Toni informou.

- Mamãe, quanto é isso? - Penélope entortou a boca, como explicaria isso?

- São o mesmo que dois filmes da Disney, mais ou menos. - Toni se apressou em dizer.

- Jura que vem?

- Juro. - Toni respondeu.

- De dedinho? - Cheryl questionou, esticando seu dedo mindinho. Toni o olhou e sorriu genuinamente.

- De dedinho.

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𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐛𝐥𝐢𝐧𝐤 𝐨𝐟 𝐚𝐧 𝐞𝐲𝐞 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢 Onde histórias criam vida. Descubra agora