Capítulo 16

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Toni não sabia o que lhe havia levado até onde estava no momento. Depois da quarta cerveja ela havia ficado mais solta, rindo animada enquanto conversava com todos. Suas constantes mudanças de lugar ao longo do dia se deveram à aproximação de Chloe o tempo inteiro, esbarrando em sua mão propositalmente, acariciando suas coxas, se deitando em seu colo. Isso definitivamente tirada a paciência de Toni.

Ela não soube quantas cervejas havia tomado ao total, mas se lembra de que houve um momento onde se sentiu cansada. Se despediu de todos e subiu as escadas; um banho rápido foi tomado e ela entrou dentro de seu pijama, se enfiando embaixo das cobertas, porém o sono não vinha.

Constantemente a imagem dos olhos de Cheryl aparecia em sua mente, foi então que, de supetão, se levantou, se trocou, se agasalhado bem, e saiu. Nem trinta minutos depois ela se via na recepção do hospital, esperando a autorização de Penélope para poder entrar.

Não era permitido mais de uma pessoa passar a noite, mas a quantidade de dinheiro que Penélope tinha deixava todo o hospital bastante receptivo aos seus pedidos.

- Desculpe vir a esta hora. - Toni sussurrou para Penélope, não querendo acordar Cheryl. - Mas o barulho em casa não me deixou dormir e resolvi vir. Trouxe café. - Ela disse, estendendo o copo de café para a mulher, que aceitou de bom grado.

- Abriu mão de uma cama confortável? - Penélope perguntou rindo e Toni assentiu. - Fique à vontade. Vou aproveitar que veio e ir em casa tomar um banho rápido, se importa?

- Se quiser pode dormir por lá. Eu passo a noite aqui. - Toni disse e Penélope sorriu.

- Minha filha escolheu a voz certa para ouvir quando decidiu abrir os olhos. - Penélope disse gentilmente, vendo Toni sorrir de canto. - Então eu vou mesmo. Pela manhã eu venho, tudo bem?

- Certo. Boa noite, senhora Blossom.

- Boa noite, norinha. - Penélope disse, vendo Toni corar. - Ops, quis dizer Toni. - Ela disse rindo. A mulher deixou um beijo na têmpora de Toni antes de pegar sua bolsa e se retirar do recinto.

- O que foi isso? - Toni perguntou para si mesma, rindo e negando com a cabeça.

Sem protelar, a garota simplesmente retirou seus sapatos e subiu na cama, se emaranhando entre os braços de Cheryl e caindo no sono em poucos minutos.

[...]

Algo macio, porém que tinha locomoção acordou Toni, fazendo ela abrir um olho, já que o outro estava impossibilitado de ser aberto.

- Dói? - Cheryl falou suavemente enquanto um dedo estava cutucando o olho fechado de Toni fez a menina rir.

- Não, Cheryl. - Toni disse, vendo-a colocar a mão completa sobre seu rosto.

- Você consegue me ver assim? - Toni riu e negou. - E agora? - Perguntou, abrindo uma fresta em seus dedos, deixando a visão de Toni levemente aberta.

- Agora sim, mas ainda estou em dúvida.

- Dúvida de quê? - Cheryl indagou.

- Se eu estou vendo a Cheryl ou um anjo. - Toni disse. - Ah, não, espera! Ambos são sinônimos. - Disse, vendo Cheryl apertar seu nariz.

- Consegue respirar assim? - Cheryl perguntou e Toni mordeu o próprio lábio, tamanha fofura que Cheryl transmitia.

- Só pela boca. - Ela disse, vendo Cheryl tapar sua boca.

- Consegue falar? - Toni abriu a boca e arrastou seus dentes pela pele da mão de Cheryl, fazendo a maior rir.

- Não conseguia, mas conseguia morder. - Ela disse, vendo Cheryl sorrir de forma doce enquanto admirava seus olhos.

- Eu achei que estava sonhando. - Cheryl disse após suspirar. - Acordei e não vi a mamãe, mas aí eu vi você.

- Sua mãe foi dormir na sua casa. - Toni disse. - E eu vim dormir com você. Se importa?

- Não. Eu gosto. - Cheryl revelou, se virando de lado e percorrendo seu dedo pela sobrancelha de Toni. - Por que quis vir?

- Eu não estava conseguindo dormir. - Toni disse, vendo as orbes castanhas atentas no contorno de sua outra sobrancelha.

- Sentiu saudades do meu cheirinho? - Toni sorriu embasbacada ao ouvir tal pergunta.

- Muita saudade. - Ela confessou em um sussurro.

- Por que nasce florzinhas quando eu te vejo? - Cheryl perguntou, deslizando seu dedo vagarosamente ao longo do rosto de Toni.

- Nasce florzinhas onde? - Toni perguntou confusa.

- Aqui. - Cheryl apontou para o próprio coração. - Nasce tanta florzinha que eu sinto que mal consigo respirar. Por quê?

Toni sentiu seu estômago se revolver ao ouvir aquilo. Cheryl conseguia se explicar facilmente, apesar de seu jeitinho doce e inocente.

- Desculpe por isso. - Toni sussurrou.

- Quando você está pertinho assim aumenta. - Cheryl murmurou. - E eu queria te dar as florzinhas, mas eu não sei como.

- Eu também sinto essas florzinhas quando eu te vejo. - Toni confessou.

- Mas elas não param de crescer, TT. - Cheryl disse. - Elas cresceram muito quando eu acordei e te vi aqui comigo.

- Oh, meu Deus. - Toni sussurrou para si mesma, não acreditando que aquilo realmente estava sendo dito. - Você podia ficar grandinha logo. - Toni pensou alto sem nem perceber.

- Não gosta de mim assim? - Cheryl perguntou confusa e Toni afundou seu rosto na curva do pescoço de Cheryl e enlaçou seus braços ao redor do corpo da menina.

- Sabe por que eu vim? - Toni perguntou.

- Porque estava sem sono. - Cheryl disse e Toni riu abafado, já que seu rosto estava contra a pele de Cheryl.

- Eu vim porque você vai sair logo do hospital e eu não vou mais poder dormir com você. - Confessou. - Então vim ficar com você pela noite.

- Eu peço para a mamãe deixar você dormir comigo lá na minha casa, TT. - Cheryl disse como se tivesse achado a solução para seus problemas.

- Eu aposto que sim, princesinha, mas vai ser mais complicado.

- Eu tenho uma coberta vermelha fofinha que a mamãe disse que comprou para mim. Eu divido ela com você.

- Depois discutimos isso, tudo bem? Agora dorme porque amanhã cedo você tem consulta com a Josie.

- Eu estou com frio. - Cheryl sussurrou como se fosse um segredo e então Toni retirou seu moletom e o colocou em Cheryl com cuidado, puxando a menina para seus braços a enlaçando os mesmos ao redor dela.

- Obrigada por me manter quentinha. - Cheryl disse, erguendo o rosto e se inclinando ligeiramente, depositando um beijo no rosto de Toni. Os olhos da ruiva fitaram demoradamente os olhos castanhos de Toni e, sem perceber, Cheryl começou a piscar quando olhou para os lábios de Toni, fazendo a menor prender a respiração.

- De nada. - Toni murmurou em um fio de voz. Cheryl se inclinou e deu mais um beijo no rosto de Toni; e depois outro. Não se contentando com isso ela se inclinou uma última vez e deixou um beijo no canto dos lábios de Toni, para logo se deitar sobre o peito da menina.

- Desculpe. - Cheryl sussurrou, piscando não tão rápido, porém de um jeito fora do normal. - Eu queria saber como era. Eu vi na TV.

- Só fez isso porque viu na TV? - Toni perguntou curiosa. Cheryl começou a piscar muito mais rápido antes de suspirar.

- Boa noite, TT. - Disse, afundando seu rosto contra o peito da menor.

- Boa noite, Cherry. - Toni disse, mordendo seu lábio inferior e respirando fundo. Cheryl havia piscado, pensou sorrindo.

Talvez ela... Não! Pensou Toni. Não crie expectativas; não crie ilusões, repetia em seu interior.

Porém, foi inevitável sorrir com aquilo, sobretudo pela ação ter partido de Cheryl. Naquela noite Toni foi dormir com seu coração cheio de florzinhas.

-

O MEU CORAÇÃO TAMBÉM TÁ CHEIO DE FLORZINHAS POR VOCÊS DUAS AAAAAAAA

𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐛𝐥𝐢𝐧𝐤 𝐨𝐟 𝐚𝐧 𝐞𝐲𝐞 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢 Onde histórias criam vida. Descubra agora