𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐛𝐥𝐢𝐧𝐤 𝐨𝐟 𝐚𝐧 𝐞𝐲𝐞 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢

Capítulo 37

Cansaço era o que resumia Toni naquele momento. Sua maior vontade era ter corrido para a casa de Cheryl e acertado as coisas, contudo, cansada do jeito que estava não resolveria nada. Ela havia trabalho duas horas mais, tentando se esquecer de seus próprios problemas enquanto ajudava seu paciente. Sem contar que perdeu um bom tempo lendo os papéis que assinou para sua contratação.

Enquanto jogava sua chave na mesinha de canto na sala, se surpreendeu ao ver Veronica abraçada com Betty, assistindo filme.

- Sem sexo? - Toni indagou surpresa. - Esse dia está mesmo estranho. - Toni disse, fazendo Veronica rir.

- Acho bom não descer para beber água durante a madrugada, pois nos verá até de cabeça para baixo. - Veronica disse, fazendo Betty enterrar o rosto no travesseiro, tamanha era sua vergonha.

- Não se preocupe com isso, pois pretendo desmaiar hoje. - Toni disse, subindo as escadas e indo direto para seu quarto.

Ela tomou um susto assim que viu, sobre sua cama, o corpo de Cheryl. A menina estava abraçada em seu travesseiro e lhe olhou tristemente.

- Desculpe ter gritado? - Cheryl pediu, fazendo Toni amolecer na hora e se aproximar da cama, se ajoelhando no chão para ficar cara a cara com sua namorada.

- Eu que devo me desculpar. - Toni disse baixinho. - Você vai dormir aqui hoje?

- Se você deixar... - Cheryl disse receosa e Toni sorriu.

- Não seja boba, você pode dormir comigo sempre que quiser. - Disse. - Posso ir tomar um banho para conversarmos? - Cheryl assentiu, sentindo os lábios de Toni tocarem a pele de seu rosto antes de ir para o banheiro.

Assim que Toni saiu do banheiro ela viu que Cheryl havia se trocado; ela usava sua camisa branca larga que cobria suas coxas e, como estava deitada, Toni podia ver que estava somente de calcinha por baixo. Não pode deixar de sorrir com a fofura da cena, se enfiando em sua calça de moletom e em uma camisa qualquer de dormir antes de engatinhar na cama até sua namorada.

Cheryl se enroscou em seu corpo e se acomodou, virando o rosto para encará-la.

- Eu estraguei seu aniversário, TT. Me desculpe. - Cheryl disse baixinho. - Eu não sei o que deu em mim. - Toni riu suavemente e deu um beijo em sua têmpora.

- Isso se chama TPM, amor, e todas temos. - Toni disse, mordendo o lábio inferior antes de falar novamente. - Ou talvez seja você em sua fase rebelde. - Brincou antes de suspirar. - Eu realmente fui tão superprotetora assim?

- Sim, mas você não tem culpa. - Cheryl esclareceu.

- Claro que tenho, eu deveria...

- Não, TT. - Cheryl a silenciou, levando o dedo indicador até seus lábios. - Você não é adivinha, não poderia adivinhar que isso me incomodava. - Disse encarando as orbes castanhas. - Eu jamais te disse.

- Conversou com sua mãe, não foi? - Toni perguntou franzindo os olhos e Cheryl riu, assentindo.

- Ela é muito boa em dar conselhos. - Cheryl disse e Toni concordou.

- Vamos fazer um trato? - Toni sugeriu e Cheryl franziu o cenho. - Você me diz quando algo te incomoda e eu te ensino a dirigir. Que tal? - Os olhos de Cheryl brilharam com aquela proposta.

- Você jura? - Ela perguntou animada e Toni riu diante de tanta empolgação.

- Juro. - Disse, sentindo os lábios de Cheryl tocarem os seus docemente.

- Eu te amo, te amo, te amo. Muito, garota. Argh. - Cheryl disse antes de abraçar Toni fortemente.

- Eu também te amo muito. - Respondeu sorrindo.

- Mas o Fangs vai emprestar o carro? - Cheryl perguntou confusa. - Podemos pedir para minha mãe p...

- Não. - Toni a cortou. - Amanhã cedo você vai comigo à uma concessionária. - Toni informou. - Está na hora de eu comprar meu carro e preciso de sua opinião nisso.

- Minha opinião? - Cheryl perguntou surpresa.

- Claro. Você tem bom gosto, além do que, eu sou péssima em escolher. Me apaixonarei por uns quinze carros e não me decidirei entre nenhum. - Disse rindo baixinho. - Está disposta a me ajudar?

- Sim. - Cheryl replicou animada. - Fiquei triste por ter brigado com você. Eu não gosto disso, TT.

- Eu também fiquei, amor. - Toni disse, acariciando a cintura de sua namorada respeitosamente. - Como veio, à propósito?

- Peguei um táxi.

- Avisou sua mãe? - Cheryl assentiu. - Ótimo, não gosto de deixá-la preocupada.

- Nem eu. - Cheryl disse.

- Sabe que eu tenho uma novidade? - Toni disse sorrindo.

- Como eu saberia? - Cheryl brincou e Toni riu, semicerrando os olhos.

- Hey, você não era assim. - Toni disse e Cheryl deixou um beijo em seu rosto.

- Vamos, me diga. - Cheryl disse ansiosa.

- Bem, Edgar conseguiu que eu me formasse antes do prazo, então agora vou receber para ir para o hospital.

- Jura? Ele tem um coração, afinal. - Cheryl disse rindo e Toni assentiu. [n/a: eu ia fazer uma piadinha, mas deixa quieto sjsksk]

- Sim, mas não estou interessa em falar dele. Que tal me dar alguns beijinhos para me curar da dor que senti por termos brigado, hm? - Toni sugeriu e Cheryl sorriu.

- Também doeu em mim. - Cheryl avisou.

- Então terá que me dar o dobro de beijinhos, assim curará as duas. - Toni disse.

- Sinto que você está tirando vantagem de um ser humano inocente igual eu. - Cheryl brincou.

- Nem vem com seus joguinhos mentais, hm? - Toni disse sorrindo. - Já entendi que não é tão inocente assim.

- Que calúnia! - Cheryl disse fingindo aborrecimento e iria dizer algo, porém Toni a calou com um beijo.

- À propósito... - Toni sussurou contra a boca de Cheryl. - Ainda falta alguns minutos para acabar meu aniversário, então você não estragou nada. - Cheryl sorriu ao ouvir aquilo.

- Tenho que te dar vinte e três beijinhos. Um para cada ano. - Cheryl disse e Toni assentiu.

- Já pode começar... - Toni sugeriu com uma sobrancelha arqueada e Cheryl se inclinou.

- Um... - Disse, após dar um demorado selinho em Toni. - Dois... - E parou ali, afinal Toni pediu passagem com a língua, transbordando alegria por tudo ter voltado a ficar bem.

- Assim não vou acabar nunca. - Cheryl disse arfando assim que o beijo se encerrou.

- Essa é a intenção. - Toni disse rindo.

Cheryl não descumpriu sua promessa, deixando vinte e três beijos em Toni, antes de namorarem mais um pouquinho e finalmente caírem no sono, abraçadas e satisfeitas.

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