Naquele momento Toni havia colocado Cheryl deitada, com ambas as pernas em cima da bola suiça. Em movimentos circulares, ela girava as pernas de Cheryl sobre a bola, ensinando-a como deveria fazer posteriormente.
- Me diga se algo te incomodar, tudo bem? - Toni pediu e Cheryl assentiu, fascinada em sentir seu corpo se movendo daquele jeito. Era uma brincadeira engraçada. Seus olhos alternavam entre suas pernas e Toni, que tinha uma expressão suavizada, porém concentrada em seu rosto. Cheryl suspirou, Toni ficava muito bonita com aquela roupa branca que costumava usar no hospital.
Seus olhos não deixaram de notar a tira preta do maiô de Toni, levemente à mostra, o que a lembrava que elas logo entrariam na piscina. Toni sorriu para ela e sua mente vagou para algo que ela precisava compartilhar urgentemente com Toni, era algo crucial.
- A professora me ensinou um montão de coisas e ainda me deixou escrever de caneta. Pode acreditar? - Cheryl disse, animada demais por aquele simples fato, tendo em vista que quando tinha seus seis anos escrevia apenas de lápis.
- Isso é realmente incrível. - Toni disse rindo, segurando com cuidado um pouco abaixo do joelho da garota para continuar a girar seu corpo.
- Tive aula esta manhã também. - Cheryl disse. - E dessa vez foi com três pessoas da idade da mamãe. - Toni franziu o cenho e fitou Penélope.
- Eles estão se alfabetizando só agora e achei que seria legal ela se enturmar com pessoas mais velha. - Explicou, vendo Toni assentir.
- A senhora Ruldoff disse para eu ver séries adolescentes. - Cheryl disse sorrindo.
- Incrível, mas vamos lá. Acha que pode fazer isso sozinha? - Toni perguntou, vendo Cheryl fazer uma careta.
- Assistir séries? - Ela perguntou confusa, ouvindo uma doce risada sair dos lábios de Toni.
- Não, Cheryl. Me referia aos movimentos. - Explicou com um sorriso.
- Não sei. Se você está fazendo já me faz sentir dor imagina se eu fizer sozinha?
- Você está com dor? Por que não me disse? - Toni perguntou preocupada. - Aonde dói?
- Minha barriga. - Cheryl disse, levando uma mão até a beira de sua camisa e subindo-a. - Bem aqui. - Colocou a mão sobre o ventre, fazendo Toni franzir o cenho.
- Essa dor começou quando? - Toni indagou.
- Quando você começou a me mexer assim. - Explicou, paralisando no mesmo momento. Ela ficou alguns segundos parada, sem dizer nada ou sequer se mover, até que seus cílios começaram o tão famoso show, tocando-se tão rápidos quanto podiam. - Mamãe! - Disse alto.
- Sim? - Penélope perguntou, surpresa pelo tom desesperado na voz de sua filha.
- Eu... Eu... - Sua respiração começou a se acelerar e então a garota caiu no choro, fazendo ambas lhe fitarem preocupadas.
- O que houve, querida? - Penélope perguntou, se agachando ao lado da filha.
- Eu não queria. Eu juro! - Disse ainda chorando. O que deu nela? Ela estava bem até alguns segundos atrás, pensou Penélope.
- Cheryl, seja lá o que tenha acontecido, está tudo bem. - Toni disse brandamente, vendo Cheryl negar freneticamente a cabeça. - O que houve?
- Eu... - Um pequeno soluço foi sufocado. - Acho que eu fiz xixi na roupa. - Penélope arregalou os olhos ante à declaração e automaticamente seus olhos desceram para a região, porém estava seco.
- Querida, você não fez xixi. Está seca. - Ela informou, vendo Cheryl voltar a soluçar e enxugar uma lágrima antes de erguer a cabeça e ver por si própria.
- Mas eu senti. - Ela afirmou, não convencida do que via. Sua mãos foram para o cós do short de lycra, subindo-o junto com sua calcinha, apenas para arregalar os olhos e começar um choro compulsivo.
- Filha, o que...
- Eu vou morrer, mamãe. - Cheryl disse chorando ainda mais, fazendo uma força extra para remover as pernas de cima da bola. - Me ajuda! - Pediu, sentindo a mulher lhe abraçar e trazer seu corpo para seu colo.
- Eu acho que tenho uma ideia do que esteja acontecendo aqui. - Toni disse um pouco consternada.
- Tem sangue. - Cheryl disse entre os soluços, fazendo Penélope cair em si. Um pequeno sorriso divertido apareceu nos lábios de Toni antes de ela se levantar e ir até sua bolsa.
- Tome. - Ela disse assim que voltou, entregando um absorvente para Penélope. - Está perto de vir para mim e por isso ando prevenida.
- Filha, você não está morrendo, meu amor. - Penélope disse, porém foi em vão, o choro continuava.
- Cheryl, acontece com todas as mulheres quando ficam grandinhas. - Toni disse se sentando ao seu lado e acariciando suas costas. - Vai acontecer comigo em alguns dias também. É algo que vem todos os meses. - Explicou, vendo Cheryl se virar para ela, focando toda sua atenção em seus olhos.
- Todos... os meses? - Perguntou soltando um soluço involuntariamente. Seus olhos avermelhados fizeram Toni sentir urgência em acalmar a garota.
- Sim. - Toni disse, segurando sua mão e levando até seus lábios, depositando um beijo sobre a pele.
- Então eu não vou morrer? - Cheryl perguntou, vendo a outra mão de Toni enxugar suas lágrimas.
- Todos nós iremos morrer um dia, mas não por isso. - Toni disse sorrindo, vendo o olhar assustado de Cheryl se transformar em confuso.
- E o que eu faço agora? - Indagou.
- Eu dei um pacotinho para a sua mãe e ela te ensinará como usar. - Explicou. - Tem chuveiros no banheiro esquerdo.
- Mas e a dor? É normal? - Perguntou.
- Se chamam cólicas e algumas de nós, infelizmente, sofremos com isso. - Disse fazendo uma careta. - Vá com a sua mãe tomar um banho e vestir a roupa que usaria depois da piscina. Eu vou até a outra ala do hospital pegar um remédio para sua dor e você vai ficar bem, tudo bem?
- TT, depois você vai carinho na minha barriga para passar? - Perguntou em uma careta de dor e Toni assentiu.
- Faço, anjinho. - Disse, envolvendo seus braços ao redor da garota e ajudando Penélope a colocá-la na cadeira. - Nos vemos em alguns minutos.
- Não demora? Dói muito. - Pediu, sentindo os lábios macios de Toni tocarem a pele de seu rosto.
- Eu vou tão rápido que você nem vai perceber que eu fui. - Disse, sentindo Cheryl entrelaçar seus dedos por alguns segundos.
- Tudo bem. - Disse, soltando os dedos de Toni quando sua mãe começou a empurrar a cadeira para longe da garota. - Já estou percebendo, TT. - Ela gritou de longe, fazendo Toni gargalhar graciosamente antes de correr em busca do remédio que prometera à Cheryl.
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𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐛𝐥𝐢𝐧𝐤 𝐨𝐟 𝐚𝐧 𝐞𝐲𝐞 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢
FanfictionCheryl Blossom tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o cam...