Naquele momento estavam diante da máquina, Cheryl já se encontrava deitada, porém chorava alto, temendo ficar sozinha.
- Cher, eu não posso entrar ali com você, mas ficarei aqui fora te vendo. - Toni disse, vendo Cheryl negar com a cabeça.
- Você disse que não sairia do meu lado. - A menina disse chorando e Toni suspirou. - Por favor...
- Olha... - Toni disse, levando sua mão ao rosto de Cheryl e enxugando delicadamente as lágrimas da região. - Eu não vou sair daqui. Que tal se brincarmos de algo bem legal? - Cheryl fungou, cessando o choro para prestar mais atenção em Toni.
- Do quê? - Perguntou ainda soltando soluços involuntários.
- Vamos imaginar que essa é a sua nave espacial. - Toni disse. - Você precisa se deitar aí e ficar quietinha enquanto eu conto uma história. Combinado? - Cheryl pensou um pouco e então assentiu e Toni sorriu, se inclinando e deixando um beijo no rosto da menina. - Por isso que eu gosto de você, porque sabe se comportar. - Cheryl sorriu timidamente e então Toni olhou para o médico, acenando com a cabeça como confirmação.
No momento seguinte à máquina levou Cheryl para dentro e Toni respirou fundo.
- TT? Tem uma luz na minha cara. - Cheryl disse preocupada, mas se sentiu aliviada quando ouviu a risada de Toni.
- Essa aí é a luz da sua nave. - Cheryl ouviu Toni dizer e sorriu animada. - Cheryl... - Toni disse olhando para o médico. - O médico me pediu para contar para ele sobre o que você não me deixou falar lá no quarto.
- TT... Não! - O tom de voz foi preocupado e o médico assentiu. - Por favor, não diz para ele. É um segredo.
- Tudo bem, princesa. Se acalme tudo bem? - Toni disse assim que o médico deu o sinal. - Pode ficar quietinha um segundo para ele tirar uma foto do seu cérebro?
- E a história? - Toni sorriu e ignorou o fato de o médico estar ouvindo-a.
- Era uma vez, uma garota que não vivia em nossa galáxia. Ela se chamava Cheryl...
- Igual eu?
- Sim, meu anjo, mas preciso que fique quietinha sem falar. Pode só me ouvir? - Pediu com doçura em sua voz, vendo o médico assentir em positivo para ela.
- Sim. - Cheryl disse e então Toni continuou.
- Ela andava em sua nave pelo espaço em sua missão, mas aí uma estrela gigante, chamada Betelgeuse, atrapalhou seu caminho, a jogando em um planeta muito longe do dela. Lá ela encontrou amigos e uma garota muito disposta a ajudá-la...
Cheryl ouvia toda a história atentamente e nem percebeu quando seu corpo já estava diante do de Toni novamente.
- Eu disse que não doeria, viu? - Toni disse, vendo Cheryl assentir e esticar os braços pedindo um abraço. Toni se debruçou sobre ela, sem colocar demasiada força sobre seu corpo, e sentiu os braços pálidos rodearam seu pescoço.
- TT, e no final a Cheryl fica com a Toni? - Toni riu, percebendo o quão ingênua Cheryl era.
- Sim, Cherry. Elas ficaram juntas. - Disse, se afastando do abraço.
- Mesmo a Cheryl sendo de outro planeta e diferente? - Perguntou, vendo o enfermeiro pegá-la no colo e a colocar na cadeira de rodas, visto que ela ainda precisava da fisioterapia para conseguir andar sem problemas. Seus braços também estavam fracos, porém, estavam muito mais fortes do que as pernas.
- Sim. Mesmo a Cheryl sendo de outro planeta. - Ela disse quando começou a empurrar a cadeira pelos corredores do hospital, levando Cheryl de volta para seu quarto. - A Toni era concentrada demais no trabalho dela, nas estrelas, em seus equipamentos... - Toni disse, tendo Cheryl totalmente antenada em suas palavras. - Acho que justamente por Cheryl ser diferente que chamou a atenção dela. Não era qualquer pessoa que a faria ter interesse daquela forma.
- A Cheryl deve ter ficado muito feliz da Toni querer cuidar dela para sempre. - Cheryl disse e Toni sorriu.
- E a Toni deve ter ficado muito feliz por Cheryl ter ficado com ela. - Disse, vendo Cheryl virar o corpo para trás e lhe fitar.
- Você vai embora? - Toni franziu o cenho.
- Como?
- Você vai ir embora da minha vida ou vai fazer igual a Cheryl e ficar? - Toni parou a cadeira e andou até a frente de Cheryl, se ajoelhando na frente dela.
- Eu vou fazer igual a Cheryl e ficar. - Ela disse, segurando as mãos da garota. - Porque assim como a Toni dessa história, eu também tenho a minha Cheryl para cuidar. - Toni não podia explicar a intensidade do sorriso que rasgou o rosto de Cheryl.
A menor suspirou bobamente e lembrou a si mentalmente que Cheryl era apenas uma criança em um corpo adulto, não teriam um história de amor igual em contos, mas sua vontade de cuidar de Cheryl não iria embora por isso, pelo contrário, só queria cuidar dela cada vez mais.
- TT?
- Sim?
- Eu vou crescer. - Cheryl disse sorrindo. - Você ainda vai cuidar de mim quando a minha mente ficar grande? - Toni riu e assentiu.
- Vou, meu amor, mas não quero que se desespere para crescer. Viva um dia de cada vez. - Ela disse e Cheryl assentiu.
- Posso te contar um segredo? - Cheryl perguntou assim que Toni se levantou e voltou a empurrar sua cadeira.
- Diz.
- Eu... - O tom de voz preocupou consideravelmente Toni, que voltou a parar e a se abaixar na frente de Cheryl. A menina estava corada e piscando sem parar.
- Hey, você está bem? - Toni perguntou, vendo Cheryl pressionar os olhos fortemente e assentir. - O que queria me dizer?
- Eu quero fazer cocô. - Sussurrou de cabeça baixa, fazendo Toni suspirar ao ver os olhos voltando ao normal.
- E como eu posso te ajudar? - Toni perguntou confusa.
- As minhas pernas não têm muita força. - Disse sem jeito. - Poderia me colocar lá? - A menor assentiu, levando Cheryl até o banheiro de seu quarto.
- Consegue se segurar sozinha? - Toni perguntou, sabendo que Cheryl não tinha muita força nos braços ainda.
- Sim. - Cheryl disse, voltando a piscar muito rápido. Toni assentiu e deixou o banheiro sem jamais olhar para Cheryl da cintura para baixo.
Agora ela só precisava esperar o doutor chegar para ela finalmente descobrir o porquê de Cheryl piscar daquele jeito.
-
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐛𝐥𝐢𝐧𝐤 𝐨𝐟 𝐚𝐧 𝐞𝐲𝐞 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢
FanfictionCheryl Blossom tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o cam...