Alguns dias haviam se passado desde que os pais de Jungkook vieram visita-lo e, por algum motivo, ele parece estar me tratando diferente, ou eu só estou notando isso agora. Ele não é rude comigo como a sua mãe, parece sempre estar preocupado comigo, mas apenas não demonstra. Acredito que seja o jeito dele de me tratar, talvez para fazer o que seus pais o ensinaram, mas ele não é rude assim, sei disso.
Eu estava limpando a louça que havia sujado na cozinha, porém vestia apenas a cueca, já que segundo ele, eu não merecia usar roupas sem ocasião especial alguma, ainda mais no verão. Senti sua respiração em minha nuca quando estava terminando, então logo fechei a pia e me encolhi levemente, o ouvindo rir e segurar minha cintura com as duas mãos.
— Você sabe que eu te amo, mas não deveria. — franzi o cenho confuso quando ouvi o que ele disse.
— Não deveria me amar? — perguntei sussurrando.
— Não, você não deveria saber.
— Por que não?
— Porque escravos não devem saber nada sobre a vida de seu mestre.
Suspirei e me virei de frente à ele devagar, logo pousando minhas mãos sobre seus ombros, porém olhando para o chão.
— O senhor já conheceu algum casal gay?
— Não. Por que?
— Porque nós somos iguais aos casais héteros, como seus pais. — suspirei devagar pensando em como explicar a ele. — Quando nós conhecemos alguém, nós também saímos, marcamos encontros, nos apaixonamos e começamos a namorar. Não existe essa escravidão que ensinaram para o senhor.
— Está me dizendo que meus pais são mentirosos? — ele perguntou irritado me encarando sério.
— Não senhor. E-eu só disse que eles não sabem sobre isso, afinal de contas, eles não são gays. — mordi o lábio me encolhendo, estava ficando com medo que ele ficasse bravo e quisesse me bater. — Se o senhor quiser, podemos sair e então o senhor vai poder conhecer alguns casais, sei onde encontraremos.
— Que seja, você precisa passear de qualquer forma. Mas eu tenho algo muito importante a perguntar para você.
— Sim?
— Você namoraria comigo dessa forma?
— Co-como assim? — arregalei os olhos o fitando. — O se-senhor me bate todos os dias e me fa-faz morar em um porão, quer que eu namore com alguém que me maltrata tanto?
— Tá vendo? É por isso que eu namoro assim. Porque tenho a certeza que você é meu, querendo ou não. — logo sua mão começou a apertar meu rosto com força, então ele segurou na argola em minha coleira e me puxou para baixo.
— O que? Senhor?
— Cala a boca e ajoelha.
Concordei rapidamente com a cabeça e me pus de joelhos, logo ele sorriu me encarando de cima e cuspiu em meu rosto. Apenas mordi o lábio inferior me contendo ao máximo para não chorar.
— Está vendo? Esse é o seu lugar, você é inferior e eu faço o que eu quiser com você. Por isso eu prefiro namorar do meu jeito, onde você é o que eu quiser e age da forma que eu mandar. — logo ele riu e me soltou se afastando. — Quando terminar de limpar a cozinha me chame.
— Sim senhor.
Me encolhi ainda mais enquanto limpava o rosto, não sabia o que pensar sobre isso, mas sempre acabava concluindo tudo da melhor forma possível. Apenas me levantei e terminei de limpar a louça e a pia, então fui até seu quarto, onde assim que cheguei em frente à porta, qual se encontrava aberta, o vi usando apenas uma cueca deitado na cama.
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Stockholm Syndrome || Jikook
FanfictionATENÇÃO Fanfic sobre a Síndrome de Estocolmo, portanto não é um romance. Não haverá cenas fofas ou romantizadas, contém cenas fortes e pesadas durante toda a fanfic, se for sensível não leia. Se não sabe o que é a síndrome, pesquise, mas não venha m...