Capítulo 6

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Alguns dias haviam se passado desde que os pais de Jungkook vieram visita-lo e, por algum motivo, ele parece estar me tratando diferente, ou eu só estou notando isso agora. Ele não é rude comigo como a sua mãe, parece sempre estar preocupado comigo, mas apenas não demonstra. Acredito que seja o jeito dele de me tratar, talvez para fazer o que seus pais o ensinaram, mas ele não é rude assim, sei disso.

Eu estava limpando a louça que havia sujado na cozinha, porém vestia apenas a cueca, já que segundo ele, eu não merecia usar roupas sem ocasião especial alguma, ainda mais no verão. Senti sua respiração em minha nuca quando estava terminando, então logo fechei a pia e me encolhi levemente, o ouvindo rir e segurar minha cintura com as duas mãos.

— Você sabe que eu te amo, mas não deveria. — franzi o cenho confuso quando ouvi o que ele disse.

— Não deveria me amar? — perguntei sussurrando.

— Não, você não deveria saber.

— Por que não?

— Porque escravos não devem saber nada sobre a vida de seu mestre.

Suspirei e me virei de frente à ele devagar, logo pousando minhas mãos sobre seus ombros, porém olhando para o chão.

— O senhor já conheceu algum casal gay?

— Não. Por que?

— Porque nós somos iguais aos casais héteros, como seus pais. — suspirei devagar pensando em como explicar a ele. — Quando nós conhecemos alguém, nós também saímos, marcamos encontros, nos apaixonamos e começamos a namorar. Não existe essa escravidão que ensinaram para o senhor.

— Está me dizendo que meus pais são mentirosos? — ele perguntou irritado me encarando sério.

— Não senhor. E-eu só disse que eles não sabem sobre isso, afinal de contas, eles não são gays. — mordi o lábio me encolhendo, estava ficando com medo que ele ficasse bravo e quisesse me bater. — Se o senhor quiser, podemos sair e então o senhor vai poder conhecer alguns casais, sei onde encontraremos.

— Que seja, você precisa passear de qualquer forma. Mas eu tenho algo muito importante a perguntar para você.

— Sim?

— Você namoraria comigo dessa forma?

— Co-como assim? — arregalei os olhos o fitando. — O se-senhor me bate todos os dias e me fa-faz morar em um porão, quer que eu namore com alguém que me maltrata tanto?

— Tá vendo? É por isso que eu namoro assim. Porque tenho a certeza que você é meu, querendo ou não. — logo sua mão começou a apertar meu rosto com força, então ele segurou na argola em minha coleira e me puxou para baixo.

— O que? Senhor?

— Cala a boca e ajoelha.

Concordei rapidamente com a cabeça e me pus de joelhos, logo ele sorriu me encarando de cima e cuspiu em meu rosto. Apenas mordi o lábio inferior me contendo ao máximo para não chorar.

— Está vendo? Esse é o seu lugar, você é inferior e eu faço o que eu quiser com você. Por isso eu prefiro namorar do meu jeito, onde você é o que eu quiser e age da forma que eu mandar. — logo ele riu e me soltou se afastando. — Quando terminar de limpar a cozinha me chame.

— Sim senhor.

Me encolhi ainda mais enquanto limpava o rosto, não sabia o que pensar sobre isso, mas sempre acabava concluindo tudo da melhor forma possível. Apenas me levantei e terminei de limpar a louça e a pia, então fui até seu quarto, onde assim que cheguei em frente à porta, qual se encontrava aberta, o vi usando apenas uma cueca deitado na cama.

Stockholm Syndrome || JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora