Capítulo XIV

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3 DIAS DEPOIS

Nicol Evans

Bufo enrolando uma mecha das minhas tranças soltas caindo como cascatas sobre meus ombros evidenciando meu peculiar decote. Interpretar a mulher recatada nunca fez meu estilo, depois dos 50 então... Nem pensar! Unun. Fora de cogitacão. A sensualidade é parte essencial da minha natureza e fico feliz por não precisar me esforçar tanto.

Fito mais uma vez uma pilha de papéis sem fundamento e sem sentido. Lilith deve achar que eu sou muito idiota pra cair nesse joguinho ridículo de engabelação dela embaralhando as fichas. O que ela tem de complicada tem de ingênua, sedutora e charmosa... Hum, sinto minha calcinha molhar só de lembrar da forma intensa e prazerosa que aquela Detetive arrogante me beija, do seu toque firme e inseguro ao mesmo tempo e já perdi a noção de quantas vezes me masturbei pensando nela. Preciso me aliviar de alguma forma porque com sua instabilidade emocional é praticamente impossível fazermos sexo. Algo muito grave deve ter acontecido para ela sumir por dois dias seguidos. Esse é o terceiro que ela não aparece para trabalhar. Só espero sinceramente que, ela não tenha sido morta nessa missão suicida de exterminar pedófilos por aí. Porém, minha razão duvida disso. Ela é esperta demais para se deixar ser pega seja pela polícia ou por um dos seus alvos criminosos. Se não fosse por minha investigação minuciosa, nem mesmo eu saberia que ela é de fato A Vigilante Noturna. Eu só queria encontrar uma maneira de ler a mente dela, contudo, essa demônia não colabora nem facilita com minha vida.

Confiro o relógio de pulso. O expediente acabou faz tempo e eu continuo aqui tentando desvendar quais são os planos dela e sobretudo quem será sua próxima vítima?! Desisto. Não vou conseguir mais nada por agora e tive que inventar para meu superior que ela está viajando a trabalho por um pedido urgente meu para não piorar ainda mais sua punição. Me levanto e pego minha bolsa no braço da cadeira irritada e ham, levemente preocupada com o sumiço dela. Já liguei várias vezes pro seu número de celular e só dá caixa postal, também fui até seu apartamento e nenhum sinal de que ela esteve por lá desde a última noite em que a vi e ela deixou minha boceta babando e uma siririca noturna insaciável foi inevitável. O endereço dela não consta nem mesmo em seu cadastro no Departamento, o qual também só vim a descobrir junto com minha investigação particular.

Decido passar na casa da minha mãe para fazer uma visita para Jonas antes de ir embora. Ele está de molho desde o acidente em que machucou a perna esquerda, apesar de não ser nada grave vai ter que ficar de repouso até segunda ordem médica.

Assim que adentro a casa de três andares num bairro residencial bastante acolhedor e familiar, encontro minha mãe sentada na sua poltrona predileta como de costume lendo uma revista de culinária.

— Boa noite — cumprimento educadamente jogando a bolsa no sofá e ela me olha por cima dos óculos, mania esta que eu detesto.

— Você não tem vergonha? — questiona ranzinza como habitualmente.

— De quê? Ser absurdamente linda e gostosa pra caramba? — zombo mas é a mais pura verdade.

Ela faz uma negação com a cabeça indignada com meu talento pro sarcasmo:

— Pelo amor de Deus Nicol! Você não tem mais idade para ficar usando essas roupas chamativas! Olha só pra essa saia justa! E essa camisa? Seus seios estão pulando pra fora!

— Ai nem começa mãe — reviro os olhos cruzando os braços. Está aí um dos vários motivos de eu odiar vir aqui. — Eu tenho exatamente a idade de eu usar as roupas que eu quiser. Sou livre, empoderada e independente!

— Você não tem pudor. Onde foi que eu errei? — minha mãe lança um olhar interrogativo para o teto buscando uma resposta divina que nunca chega.

Armas, Rosas e... Você! ( LESBIAN) Onde histórias criam vida. Descubra agora