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  E cá estou eu, outra vez no pé da Gracie, ela prepara drinks, um atrás do outro, e eu ali, como se a minha vida não valesse a pena.

— O que você acha de mim, Gracie?- Pergunto, do nada.  

  Minha amiga sabe que estou travando uma guerra mental comigo mesma, mas não comenta nada a respeito, só se limita a responder-me:

— Você é uma garota inteligente, audociosa, corajosa, desinibida, empatica, recíproca, não conheço pessoa melhor para dividir minhas aflições e felicidades, você é rara, Su, doida, linda e rara.

— E por que ninguém nota isso?

Gracie levanta uma sobrancelha.

— Você não tem o costume de deixar a porta aberta para que alguém entre, assim que nota a aproximação de alguém, trata logo de repeli-lo, é o que você faz com aquele cara, o Eloy.

— Não é, não!  

  Gracie para e cruza os braços, ressaltando seus seios.

— Ah, não? Porque eu já vi aquele cara te cercar de tudo quanto é lado, e mesmo assim, você pula fora.  

  Não é como se Eloy tivesse uma abordagem legal comigo.

— Ele não é o cara certo!

— Tem dessa agora?- Minha amiga revira os olhos— Cara certo de cu é rola, Su, se ligue!

Dou risada. Gracie é louca!

— Me responde algo: ainda no celibato?

Reviro os olhos.

— Não é celibato, é desintoxicação, aprendi isso com Delilah.

— Quem é Delilah?

Suspiro. Ela não lembra? Mesmo?!

— Sabe aquela vez que eu te dei um livro de presente?

Vi keeland? O jogador?

— Isso!- Confirmo— No começo da história, a Delilah estava fazendo uma desintoxicação.

— Sei.

— Depois ela conheceu Brody.

— Sei, o cara gostoso que é jogador, e que o Ed não me ouça.  

Sorrio. Essa é a minha garota!

Sabe apreciar um bom macho.

— Então, estou fazendo o mesmo, desintoxicando o corpo, sexo casual acabou, até que eu encontre o meu Brody!

  Gracie enche um copo com cerveja e a entrega pra mim.

— Com um bombeiro bonitão daquele, Su? Que porra tu tem na cabeça?! Se fosse em outros tempos, eu já teria fisgado o boy.  

E é verdade!

  Minha amiga já teve sua época de curtição, agora ela só quer sossego com o seu mozão.

Um nojo! Argh!

— Você disse certo, um bombeiro, não um jogador.

— Você é um saco, garota, que papo doido, a Vi ficaria uma fera se te ouvisse desperdiçar seu "felizes para sempre" com um cara que talvez não exista- Ela respira fundo antes de continuar— Toma vergonha na cara e fisga logo o boy bombeiro, ele sim existe e dar um mole danado pra você.  

  Tomo um gole da minha cerveja e observo Gracie bufar.

— As vezes parece que você tem 7 anos, não é possível falar e agir assim.

Dou de ombros.

— Acho que as nossas vidas não é um continho de fadas, Gracie, ponto!

— Ah, não?! E o Edgar? Ele me salvou, dos meus fantasmas, das minhas aflições e me ama, acima de tudo, por que alguém não faria o mesmo por você?

— Não sei, sei lá, talvez as coisas pra mim sejam mais complicadas.

— Conta outra, Susan, isso é história para boi dormir, eu te conheço a tempo suficiente para dizer que você se esquiva dos sentimentos a qualquer custo.  

  Engulo em seco. É difícil enganar Gracie, ela me conhece muito bem.

— Você tem razão, mas isso não muda as coisas.

— Merlya ficaria tão decepcionada com você, se te ouvisse assim.

— Merlya não está aqui!

— Eu estou, e falo por ela.  

Okay!

  Merlya nos deu abrigo, um sobrenome, mas ela botou muita coisa romântica na cabeça da pobre Gracie, antes do Ed, ela vivia pulando de galho em galho, porque nenhum cara a levava a sério, e eu culpo as invenções de Merlya sobre o amor.

   Eu, por outro lado, nunca acreditei nessas coisas românticas, pra quê? Sofrer não é comigo!

— Você exagera, Gracie! Eu não me privo das coisas, só as mantenho longe.  

  Minha amiga me encara como se ela pudesse arrancar meus dois olhos. Ela não aceita o fato de termos divergências neste quesito, e como não teríamos?

  Não sou eu que tenho um cara legal feito o Ed por perto, cuidando e zelando dos meus sonhos, eu não a invejo por isso, mas sei que talvez nunca tenha alguém assim.

— Francamente, Susan, você se dá pouco valor.  

Não respondo.

  Melhor encerrarmos a conversa ou vamos brigar feio, e odeio magoar Gracie, odeio ficar sem conversar com ela. Então, beberico minha cerveja e deixo ela trabalhar em paz.

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Agora sabemos o porquê da Susan repelir o Eloy... ela tem medo dos sentimentos que podem surgir
🤔

O que a Susan não sabe (ainda), é que este tipo de coisa, não é controlada, e que Eloy é muito mais que um carinha pegador
😎

Fiquem com esta Susan insegura
HAHAHA
Próximo capítulo vai ter Eloy no pedaço
😋

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