ALGUÉM ESPECIAL.

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Ao chegarem no banco, Fernanda avisou que ele poderia aguardá-la, pois seria uma reunião demorada. De fato o foi. Os minutos passaram e pareciam longos demais. Naquele momento o celular dele soou. Era Emir para avisar que iria ficar na escola no período da tarde. Pois o professor de educação física iria organizar um grupo de novos jogadores para o time do colégio.

Queria muito poder dar uma vida melhor a seu filho. Sabia que esse dia chegaria! Tinha fé que sim. Ele fechou os olhos e mergulhou na melodia que tocava. O cansaço de uma noite começou a fazer efeito e logo foi dominado pelo sono.

Fernanda se despediu do irmão, que retornou para casa sentindo-se um pouco mais aliviado, pois haviam conseguido financiamento para a publicidade da nova marca. Após avistar onde o carro estava estacionado, ela caminhou até o veículo. Chegando lá, parou ao ver que Samuel estava dormindo. Ele parecia cansado e relaxado. Ficou por algum tempo olhando-o e pensou no que Milena havia falado. De fato, ele era muito bonito! Os lábios grossos eram a combinação perfeita com o maxilar bem acentuado.

Samuel pareceu pressentir sua presença e abriu os olhos encarando-a. Ela sorriu para ele e em seguida abriu a porta do carro e entrou.

— Desculpe. — disse ele após dar partida no veículo, mas Fernanda não se importava com aquilo. Nunca foi o tipo de pessoa que não se importasse por seus funcionários. Sabia que ele era um homem com muitas obrigações. Ainda mais tendo um filho pequeno. O admirava por esse comportamento.

— Você está cansado?

Ele elevou o olhar e fitou-a pelo espelho.

— Iniciei um curso e ontem fiquei estudando até tarde.

— Você é uma pessoa muito admirável Samuel.

Ele sorriu sentindo-se constrangido com o elogio.

Fernanda voltou a atenção para a estrada. Estava sentindo fome, pois já se aproximava da hora do almoço. Desejou comer algo muito saboroso. Por sorte, naquele momento eles passaram em frente a um restaurante japonês. Então virou para Samuel e perguntou:

— Você gosta de comida japonesa?

Samuel estava atento à direção, por isso a pergunta espontânea dela o assustou e ele respondeu tímido.

— Sim.

— Ótimo! Dê a volta e vamos comer... Estou faminta!

Samuel olhou de relance para Fernanda e ela o encarava sorridente. Ele pensou em contestar, mas obedeceu e deu a volta no veículo e parou em frente ao local onde Fernanda havia indicado. Pela opulência do local, certamente seria um local muito caro. Sentindo-se retraído, ele optou por permanecer no carro.

— Talvez não seja uma boa ideia...

Fernanda também pensava como ele, mas não queria comer sozinha. Ou melhor, queria que ele a acompanhasse.

— Pois eu não quero comer sozinha... Vamos!

O modo como ela respondeu, era um sinal que não teria alternativa. Samuel já tinha aprendido a conhecer aquele lado teimoso de Fernanda. Eles sentaram na área que ficava de frente para a avenida beira mar. Naquele horário as pessoas começaram a chegar e logo o restaurante ficou cheio.

Passados o constrangimento inicial, ele começou a sentir mais a vontade em estar ali naquele local. Não era normal um funcionário almoçar com seu chefe, mas ela fazia com que ele se sentisse à vontade.

Fernanda estava curiosa para saber sobre o que ele tinha planejado fazer dali em diante. Queria saber mais sobre sua vida na Nigéria.

— Nunca foi uma coisa fácil! Mas também nunca me detive diante das dificuldades.

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