Ela havia recusado o meu pedido para vim morar comigo, a sua resposta já era esperada, mas ainda assim eu não irei deixá-la sozinha, mesmo que eu não esteja próximo a ela para isso.
Hoje é segunda feira, dei meu número para que ela me ligasse caso qualquer acontecimento ocorresse, com a sua falta de notícias eu concluir que talvez ela esteja bem. Talvez não, ela está bem, tenho a certeza disso, mas eu queria que ela me ligasse, eu espero que ela me ligue na verdade, não para relatar sua mudança de escolha, pois sei que isso está bem longe de acontecer, mas para que talvez ela queira me contar como foi os seus últimos dias morando com o seu casal de amigos.
Não me importaria se ela me ligasse em uma madrugada qualquer, mesmo que não dissesse uma única palavra, mesmo que ficasse calada e deixasse apenas as nossas respirações sobressair, isso me bastaria. O pouco dela para mim, é um exagero.
Ela não veio para a faculdade na semana passada, a gente não conversava mesmo quando ela vinha, mas a sua presença tornava tudo tão mais leve.
Eu só passei a notar a falta que ela fazia, quando ela deixou de fazer parte da minha vida.
O Breno está no meu pé desde o dia em que me entregou o envelope com toda documentação que apresentava ser necessária para o meu caso. Ele conseguiu de fato todo o tipo de prova que eu preciso, eu poderia abrir um caso com base no depoimento da Arthena, mas eu não vou fazê-la passar por isso outra vez, e tão pouco quero ela perto desse homem. Na verdade, eu não é minha intenção abrir um caso, não estou atrás da justiça que a lei fornece, vou fazer justiça com minhas próprias mãos, da maneira como ele fez com ela.
A vontade que eu tenho de largar tudo aqui, pedi algumas folgas fajutas, e ir para a Bahia, é enorme. Mas não posso começar minha busca, não até eu me certificar de que ela está totalmente segura, não até eu descobrir quem foi o corajoso que pôs fogo no apartamento dela, não até eu encontrar a sua amiga de quarto, que está sumida desde então. Isso, tirando alguns fatorares, como por exemplo, o fato de eu ter encontrado apenas um cara, não foi difícil acha-lo já que seus dados estão todos arquivado na polícia, ela me disse que foram três os que as espancaram, esse cara foi quem mandou. Pois isso, o covarde é o número um da minha lista.
Vou atrás de um por um, até eles se arrependerem de ter tentado tirá-la de mim, até eles se arrependerem de tê-la a matado, eles a mataram por dentro. A destruíram como nunca, e o pior é que eu tenho participação nisso.
Se eu não tivesse a deixado, poderíamos ser três agora. Poderíamos ser uma família.
Eu sou muito burro.
Nesse momento, estou me arrumando para a faculdade. Marquei de me encontrar com o Breno em um pub que vamos sempre. Ele quer beber na segunda, com a desculpa que, precisamos descontrair e relaxar, já que trabalhamos tanto.
Mentira, ele está querendo me sondar. Não lhe disse os motivos pelo qual estou tão interessado no ex policial envolvido com milícias, mas ele sabe que a Arthena está aqui, assim como sabe tudo o que vem acontecendo. Conheço o meu parceiro, mas conheço bem mais o meu amigo.
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titânio: feitos pra tudo suportar - II PARTE
Teen FictionSegunda parte do livro; "feitos para tudo suportar" Um ano e dois meses depois da tragédia, Arthena se reencontra com o Théo. Será o acaso, ou o destino?