1/3Havia decidido tirar o dia de folga, deixei algumas folgas acumularem, a intenção não era esperar para aproveitá-las todas de uma só vez, eu apenas não queria descansar, meu trabalho era a única coisa que mantinha minha mente ocupada, e isso era bom, pois quando ela não estava nos casos, estava nela, e a outra forma que eu tinha para me manter afastado da mesma, era a bebida. Sabia que estava me afogando, e colocando tudo a perder pro álcool, mas não me importava com o futuro, ou com o depois, nada me importava mais se não tivesse ela.
Meus dias foram ardentes sem ela, era como se eu vivesse em um pesadelo sem fim, e agora ela está bem aqui, respirando o meu ar que o meu, sobre o mesmo teto que eu, bem diante dos meus olhos.
Sorri abobalhado, ao parar na escada e a observar dançar enquanto cozinhava algo no fogão. O cheiro era bom, assim como a vista que eu tinha.
— Bom dia.- digo, passando por trás da mesma, seguindo até o balcão. Ela deu um pequeno grito ao notar minha presença, pôs sua mão em seu peito, mas logo seu semblante de susto se desfez, e ela se virou rapidamente, voltando sua atenção ao fogão.
— Não está atrasado?
— Dia de folga.- falava, enquanto a observava virar a tapioca no fogão. — O cheiro é bom.
— Tapioca, gosta?
— Bastante.- meus olhos não saiam dela a nenhum momento, seu cabelo bagunçado a deixava tão sexy, mesmo com tanta roupa sobre o seu corpo. Arthena, nunca precisou de muito para me deixar louco, e eu nunca fiz questão de muito, embora ela fosse o mundo para mim.
— E então, você quer?- deixo o meu transe ao ouvir sua voz.
— O que?
— Perguntei se você também quer a tapioca.
— Claro.
— Então, eu tava pensando se eu poderia dar um passeio com o Thor.
— Não acho que seja uma boa ideia.
— Por que?
— Ele estranha gente nova.
— Mas o Thor me ama, e o..- a interrompo.
— Você chegou perto dele?
— Eu brinco com ele todos os dias.
— Arthena, ele poderia ter te mordido.- o Thor era dócil, mesmo sendo enorme, mas era assim apenas com as pessoas que eu o apresentava, caso contrário ele estranharia qualquer outro, avançando sobre a pessoa. Mas pelo o visto, ela o cativou sem a minha ajuda, deveria ter imaginado que isso iria acontecer, afinal se ela conquistou o dono, o cachorro seria o próximo.
— Ele é um anjo.- ela falava, enquanto colocava a tapioca em meu prato. Eu observava cada movimento seu, o café que despejava em minha xícara, o achocolatado que pegava na geladeira, até ela se sentar em minha frente. — E então, eu posso?
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titânio: feitos pra tudo suportar - II PARTE
Teen FictionSegunda parte do livro; "feitos para tudo suportar" Um ano e dois meses depois da tragédia, Arthena se reencontra com o Théo. Será o acaso, ou o destino?