Segunda parte do livro; "feitos para tudo suportar"
Um ano e dois meses depois da tragédia, Arthena se reencontra com o Théo. Será o acaso, ou o destino?
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— Era ela!- afirmo pela décima vez, em alto e bom tom.
— Eu já entendi, cara, agora cala a merda da boca porque eu preciso trabalhar.- Breno, diz.
— É sério cara, ela estava diferente porém igual, sabe? O cabelo está mais claro, mais ela continua sendo a mesma Arthena.- sorri, abobalhado ao me lembrar da noite passada.
— Puta merda, cara, troca o disco.
— Você tá entendendo o que eu to falando? Eu a vi, eu a vi bem na minha frente.- digo, com entusiasmo.
— Eu já entendi, agora vamos trabalhar.
— O que tá rolando, man, você não parece está feliz por mim, eu venho falado disso a dias.
— Meses, mais de um ano na verdade.
— Exatamente!- digo, com euforia.
— Estou feliz por você, irmão, é que eu to lotado de papelada pra ver aqui, e isso está me consumindo.- encaro o mesmo, e assinto com minha cabeça.
— Foi mal, mande tudo para minha mesa. Eu fiquei tão feliz que acabei me esquecendo disso.
— Disso?
— É, cara.- sorri para o mesmo, batendo em seu braço. O deixando, e seguindo em direção a minha mesa.
À noite passada foi a mais feliz da minha vida, durante esses meses. Embora ela tenho omitido sobre sua identidade, eu jamais iria me esquecer daquele olhar. Não nego o quão nervoso eu estava, meu coração parecia que iria sair pela boca a qualquer momento, mas eu permaneci intacto, não por mim, e sim por ela.
Pensando bem, ela deve me odiar bastante pra ter mentindo sobre seu nome, mas por que me odiaria? Sendo que quem cagou no nosso relacionamento foi ela.
Droga!
Mais uma vez, deixei meu egoísmo ultrapassar meus ideais. Lembro-me como ontem, me odiei por muito tempo por tê-la deixado, até chegar ao ponto de não me suportar mais, quem dera que a coragem que eu tive naquele dia para partir permanece comigo para me encorajar a ser feliz, mas fui tão burro ao agir de cabeça quente que e acabei me esquecendo que minha felicidade era ela.
Ao deixá-la, eu deixei a mim mesmo também.
Pensei que talvez ela ainda gostasse daquele merda. Aquele merda? Merda! Será que ela está morando aqui e com ele? Não pode ser, esses eram os meus planos.
Merda, merda!
Mas não era isso que eu queria, a felicidade dela com quem quer que fosse? Pois bem, basta aceitar, e deixá-la ser feliz, como já fiz uma vez.
