Um cadáver no galpao

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O dia hoje foi muito tenso, havia homens reunidos na sala de estar, outros espalhados  por cada Hall, encontraram o corpo de  Filinto no galpao e agora o objetivo é descobrir o assassino.
Não se pode esquecer que Filinto era um homem importante logo seu sumiço noticiado e toda a polícia ia estar em cima o que dificultaria nosso lado.
- Filinto foi um bom aliado merecia um sepultamento digno mas as condições nos impede de fazer isso, teremos que queimar o corpo e quero  sigilo total do que houve aqui . indaga cobra
-Entendido chefe. fala os homens em coro .
Cobra juntamente com seus homens vão dar cabo ao corpo e eu me tranco no meu quarto ,as lágrimas descendo livre por meu
rosto. Assassina, isso foi o que me tornei, me pergunto o que meu pai pensaria de mim agora.
Vou me sentar numa cadeira de frente para a janela, os raios de sol queimando minha pele,fecho os olhos e vejo aquele par de olhos verdes me fitando e percebo que não viveria sem ele, se para tê-lo tenho que me tornar assassina que seja.Batidas insistente na porta me tiram de meus pensamentos, vou correndo abrir achando que é cobra mas encontro apenas Maria a empregada com uma bandeja de comida ,o cheiro agridoce revira meu estômago logo vou correndo em disparada para o banheiro vomitando tudo que havia no meu estômago no vaso. Escovo os dentes e chupo uma bala de hortelã para tirar o gosto amargo de minha boca .
-senhora,  tudo bem?será que não é bebê vindo aí?  indaga Maria
Seguro as duas mãos de Maria e olhando nos seus olhos digo:
-Não quero que você comente nada com ninguém, entendido?
-sim senhora
Assim que ela sai do quarto  fico de frente para o espelho levanto a blusa e  vejo minha barriga plana, sorrio, com certeza isso é só loucura da linguaruda da Maria.
-O que você está fazendo?
Essa voz eu reconheço perfeitamente então eu abaixo a blusa e me viro para cobra sorrindo.
-Olá amor
Em passos largos ele se aproxima de mim e enlaça minha cintura ,seus lábios ávidos colam ao meu dando início a um beijo quente e intenso.
-Hum, o que você fazia  quando eu cheguei?
-Nada de mais é que Maria me disse que eu havia engordado uns quilos depois de vim morar aqui e eu quis conferir.
-mulheres. .....
Ficando nas pontas dos pés eu colei nossos lábios,tudo que queria era aproveitar aquele momento para sempre ,mas batidas fortes na porta nos interromperam. Abrindo a porta encontramos minha sogra desesperada  .
-Filho, estão invadindo a favela.
Cobra reuniu todos os homens e discutiram técnica de ataques
logo eles estavam descendo o morro pronto para matar ou morrer.
-mãe, a senhora e diana, flora,Maria  vão ficar presa no porão, Hugo ficará de guarda
-De jeito nenhum quero ir junto. indaguei
-você não vai é perigoso.
-Eu não sou nenhuma  boneca de porcelana, posso me defender sozinha.
-OK, OK, toma
Ele me jogou um fusil e juntos fomos ao encontro dos invasores, me pego pensando como reagirei ao enxergar meu pai ali do lado oposto ao meu como meu inimigo.
De cima do telhado de uma casa vejo o esquadrão de polícia armado, fico imaginando qual daqueles homens vestido de preto é meu pai . será que ele atiraria na própria filha? se bem que eu já sei a resposta, vindo dele nada é bom, para ele a cooorporacao vale mais que tudo até mesmo que sua família. Com raiva miro o fusil para eles e atiro,pouco me importa quem foi atingido, minha família está aqui nesta favela e é a ela que devo lealdade .Por todo canto só se ouve o pipocar de balas,e o cheiro metálico de sangue. vejo um dos policiais se aproximando de surpresa de cobra que estava recarregando sua pistola ,sem pensar mirei meu fusil para sua cabeça que partiu as bandas sangue e cérebro escorrendo.
-Flora? ??
Eu corri até cobra e o abracei apertado ,havia feito o certo ,Salvado o homem da minha vida ,meu amor, minha vida.
-Devo minha vida a você'!!indaga cobra
-Eu devo minha felicidade a você, estamos quites. indago
Seus lábios  se unem ao meu num  beijo possessivo, me agarro a ele querendo mais proximidade, até esqueço que estamos num campo de guerra.
-vamos princesa. ..
Eu olhei para aqueles olhos verdes e disse :
-com você irei até o inferno.
No final a polícia recuou já que estávamos em vantagem, conhecíamos  o perímetro ,escondido nos bombardeavamos eles que não podia revidar por não saber de onde partia o ataque. No total morreram 4 homens nosso ,8 ficaram feridos dentre esses oitos estava cobra que levou um tiro no ombro esquerdo. Já em casa cobra lavou o ferimento e eu desinfetei com álcool.
-você terá que ser forte amor retirarei a bala. indago
-manda ver ruiva.
cutuco a pele fraturada de cobra em busca da bala ao encontrar -la dou um gritinho .
-Achei, achei.
-Anda logo com isso
-senta ali na beira da cama
Ele faz o que eu digo e eu fico entre meio às suas pernas, pego uma pinça e agarro a bala, cobra geme de dor então eu puxo com força, sangue jorrando nos seu braço, ele agarra minha cintura com tanta força que eu achei que fosse me separar ao meio, suor frio escorrendo  no seu rosto.
Faço o curativo e enrolo uma faixa ,cobra está tremendo de dor admiro essa força nele em nenhum momento pediu para parar resistiu à tudo como o homem valente que ele é. Me curvo e  beijo seus lábios que estão muito quente ele não demora a corresponder me põe sentada sobre sua perna e com o braço bom me segura firme.
-você tem sorte que esse maldito ombro está doendo demais senão eu a teria agora mesmo. indaga cobra.
Me levanto sorrindo me perguntando como  pode com toda a dor que está sentindo ainda ter senso de humor.
A noite eu passei totalmente acordada, cobra a todo  momento gemendo de dor ou delirando.Depois de uma xícara de chá acompanhado de uns analgésicos, cobra finalmente dormiu ,e eu recostei contra seu peito forte e adormeci agarrada a única pessoa que amo.






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