Entre amor e guerra

Uma luz no fim do poço

  Abro os olhos lentamente e   , tento levantar mas não consigo o simples ato me causa tamanha dor que sinto como se estivesse sendo partida ao meio, meu grito  ecoando naquele quarto frio desconhecido.
-Você não pode levantar ainda.
Me viro encontrando cobra parado a uns metros de distância de mim, ele está acabado vestindo um jeans surrado ,barba crescida, olheiras roxas em volta dos olhos e o  cheiro forte de álcool. Ele se aproxima e com cuidado ajeita o meu travesseiro e em seguida me embrulha com o fino cobertor.
-vou avisar ao doutor que você acordou .indaga cobra
-Que doutor? não estou entendendo.
-Você está no hospital !
-Quanto tempo eu estou aqui?
-A um mês,
-como? mas. ....
-você esteve em coma durante um mês, e hoje está acordando.
-Meu deus eu. .
Então um flash back passou por minha cabeça, e eu me lembrei de tudo que aconteceu, desde a descoberta da minha identidade até a surra que levei, e o sangramento. ......
Logo coloquei minha mão no meu  ventre e comecei a chorar, meu filho, meu filhinho ele está. .....
-Ele está vivo. indaga cobra
-você está falando a verdade?
-Não está vendo como está volumosa sua barriga. ?
Levantei  a blusa e notei que minha barriga estava arredondada acariciei ela sorrindo. Minutos depois dona Olivia e diana entraram no quarto.
-como vai a gravidinha mais linda do mundo. indaga diana.
Logo as duas estavam me enchendo de perguntas que tento responder o melhor possível  .
-Vou chamar o doutor. indaga cobra
-você está bem querida  ?indaga d.olivia.
-vou ficar.
-saiba que sentimos muito o ocorrido e que acreditamos em  você, vimos a mudança que meu filho
teve depois que te conheceu.
-Depois do que ele te fez você deve odiar meu irmão né. Mas saiba que neste mês que você esteve aqui meu irmão ficou transtornado, não dormia, começou a beber como um louco, não saia do seu lado um só minuto, ficamos com medo que ele fizesse uma loucura ,duas vezes eu tirei dele
-Na verdade diana,eu amo e sempre irei amar seu irmão
Neste instante cobra entra na sala com o doutor  ,e o silêncio prevalece no quarto.
Depois de uma bateria de exames finalmente ganhei alta e me pego pensando para onde iria agora,isso se eu tivesse a permissão de ir a algum lugar.
Depois do que pareceram horas cobra juntamente com sua mãe e irmã  retornaram ao quarto. Cobra foi o primeiro a falar num tom profissional .
-O doutor falou que você vai precisar de cuidados especiais portanto você retornará a minha casa e ficará lá até que melhore neste tempo você ficará sendo vigiada constantemente.
-voltar para sua casa?mas você não ia....
-você quer saber se ainda irei te matar? pois bem saiba que esse é meu desejo mas no instante você carrega um filho meu portanto terei que adiar meus desejos.
-você vai esperar o bebê nascer para poder me matar?
um sorriso mal escapou dos seus lábios e a raiva me consumiu me levantei bruscamente e tanta foi a dor que eu senti minha visão ficar turva ,cair na cama gemendo de dor .
-Seu maluco você não podia ter falado assim com ela não está vendo seu estado? indaga diana
-Não seja tão insensível filho
-já chega de sermão e vão logo chamar o doutor.
Diana saiu correndo atrás do médico e cobra aproximando secou minhas lágrimas com a ponta do dedo .
-Quantas vezes é necessário falar pra você não levantar dessa merda.?indaga cobra
Não disse nada virei meu rosto para outro canto e em minutos o doutor estava me oferecendo uns analgésicos .
-Mocinha você não pode ficar esforçando pois da primeira vez conseguimos conter a hemorragia só que se acontecer outra não poderemos salvar nem você nem seu filho. Agora que tomou analgésicos em breve você estará bem.
Meu filho é um pedacinho do meu amor que agora jugo perdido se para manter ele vivo seja necessário passar por tantas humilhação pois bem eu aceito minha cruz.
Cobra me pegou da cama e depositou  na cadeira de rodas em seguida eu era conduzida para fora das paredes brancas do hospital.
Assim que chegamos em casa fui conduzida para o quarto de cobra ,ele me ajudou a deitar na enorme cama que continha o cheiro dele impregnado.
-Quando estiver precisando ir no banheiro ou qualquer outra coisa é só tocar essa campainha que esta aqui na parede e eu ou minha mãe ou até mesmo uma das empregadas vem te ajudar. indaga cobra
-Obrigado. digo
- Não faço isso por  você faço por meu filho.
Dito isso cobra saiu do quarto me deixando com lágrimas nos olhos  .
-Não fique assim filha, ele só está magoado. indaga dona Olivia.
-Ele tem razão de estar me odiando.
-vai passar querida, mudando de assunto você quer alguma coisa filha  ?
-Dormir um pouco seria bom
Ela ajeitou meu travesseiro e saiu do quarto me deixando sozinha e eu deixei as lágrimas caírem livremente ,não podia acreditar que minha vida houvesse mudado tanto até a um mês atrás estava feliz nos braços do homem da minha vida, agora meus  medos havia se concretizado, eu havia perdido cobra, ele me odeia. Em meio às lágrimas eu adormeci e sonhei que eu estava sentada num banquinho numa praça com um bebezinho embrulhado num manto cor de rosa então ......
-Acorda filha  ,acorda.    ...
Acordei com dona Olivia me sacudindo levemente.
-Trouxe seu almoço filha
Ela me ajudou a sentar  na cama  recostada contra travesseiro e me entregou uma  bandeja contendo uma sopa de legumes e suco de laranja. Enquanto eu comia ela me falava sobre seu cotidiano  ,arrisquei perguntar sobre cobra.
-E cobra ele. ....
-Tá na boca fazendo cobrança
-Ata. ..
Depois do almoço ,Sandra veio me visitar e trouxe diversos filmes cliches desses que a mulherada adora ,convidamos diana e juntas ficamos a tarde toda assistindo filmes e comendo pipoca. Depois de muito abraço e beijo Sandra foi embora e eu me vi outra vez sozinha .Agradeci mentalmente por ela não ter me perguntado nada, é por isso que gosto de Sandra pois ela não é indiscreta .
-Olá filha, quer  ajuda para tornar banho. ?
-seria ótimo..
Com a ajuda de dona Olivia eu me transferir da cama para a cadeira e  foi levada para o banheiro. ELA ENCHEU a banheira de  água e depositou sais de banho, ela me ajuda entrar na banheira e sai  logo em seguida para me dar privacidade.
Quando começo a ensaboar meu corpo noto que ainda há várias mancha roxa tanto no meu rosto quanto no meu ventre, involuntariamente solto um suspiro angustiado, me pego pensando se eu não estivesse grávida se cobra realmente me mataria de chutes. Depois do banho dona Olivia me trouxe o jantar que compunha de sopa e suco de groselha, creio que querem me entupir de sopa.
-cobra chegou? indago
-Ainda não filha, sabe eu estou ficando preocupada ultimamente ele não está andando muito bem,acredita que quando você estava internada duas vezes eu tomei a pistola dele de suas mãos impedindo assim que ele explodisse a própria cabeça .
-Tudo isso é minha culpa
-Não se martirize querida .
Apaguei a luz e me encolhi debaixo das cobertas, mas por mais que eu tentasse o sono não vinha de jeito nenhum, fiquei rolando de um lado para outro na cama e eu sabia que havia me desacostumado a dormir sozinha. Ouço a porta ranger e abro bem os olhos em alerta.cobra entra devagarinho pega uma toalha no armário e vai para o banheiro, logo o barulho de água caindo se faz presente no quarto. Depois de algum tempo ele sai enrolado numa  toalha ,seu peitoral forte escorrendo água. Ele pega uma roupa no closed e sai do quarto e eu penso como eu queria voltar  dormir nos seus braços  mas tenho certeza que ele não fará isso.
-Isso não é hora de estar  acordada
Fui pega no flagra me apoio no braço e gaguelho.
.-É. ....eu....eu ...perdi o sono
-Quer alguma coisa. .
-um. ...chá de camomila.
Ele me deu as costas e saiu do quarto eu aproveitei para tentar me acalmar, é incrível como apesar de todo esse tempo eu ainda me sinto como uma adolescente Boba perto dele.Minutos depois ele retornou vestido apenas uma calça de moletom ,,e uma xicara fumegante nas mãos .Ele acendeu a luz e me ajudou a sentar recostada contra travesseiro me entregando a xícara.
-obrigado
-Disponha
Dito isso ele saiu do quarto sem olhar para trás e eu me senti o pior ser humano do mundo, e sem que eu me desse conta minhas lágrimas temperava o chá quente.