A Última Banshee

Garota anônima

Enquanto a sala de cirurgia estava sendo preparada havia um breve espaço de tempo, onde era preciso agir com rapidez para realizar as radiografias das áreas com traumatismo, administrar as drogas necessárias para manter a paciente viva e em condições de suportar a cirurgia e, ante a profusa perda de sangue que sua palidez galopante indicava, transfundir as bolsas de sangue necessárias. Assim que a sala cirúrgica foi liberada a equipe toda acompanhou a paciente. Um velho cirurgião sisudo e uma equipe de apoio já estavam aguardando sua chegada.

— Parece uma hemorragia abdominal, não é? Disse o sisudo com tom grave. Era o chefe da equipe de cirurgia e fazendo justiça a sua fama de detalhista perguntou:

— Alguém poderia me fornecer informações mais precisas do caso?  —Não posso operar alguém sem saber de todos os detalhes possíveis. Completou com ar de superioridade e logo em seguida começou a encarar todos ali... O jovem médico se adiantou e começou a falar:

— Dr. Bonelli, sou o dr. Renée, encarregado da emergência nesta noite e... 

— Sei muito bem quem você é! —Vamos direto aos fatos! O jovem médico acabou sendo secamente  interrompido pelo velho...

Pois não, trata-se, segundo informações prestadas pelos paramédicos do SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), de uma vítima, ainda não identificada, de acidente automobilístico, na verdade, de um capotamento onde a paciente foi encontrada inconsciente, no trajeto para cá entrou em PCR, a qual foi prontamente revertida, foi diagnosticado um traumatismo craniano e uma profusa hemorragia intra-abdominal. Paciente com sinais vitais estáveis recebendo soro e sangue. 

— Muito bem então, vamos fazer uma laparotomia (abertura da cavidade abdominal) exploradora, pode deixar conosco agora. Disse o Dr. Bonelli em tom arrogante.

Havia muitos detalhes ainda para serem analisados e muitas coisas sem uma explicação adequada, tudo isso martelava a cabeça de Renée enquanto saia do Centro Cirúrgico... Muitas coisas...