Gaia

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—Gaia? Perguntou Heylel.

—Sim, Gaia se tornou um mundo muito promissor para o crescimento espiritual, principalmente após os eventos Anunnakis.

—Gaia não deveria ser um mundo reservado e prioritariamente destinado à evolução dos elementais, elfos, animais e outros seres de essência mais sutil? —Não deveria ser um dos mundos Éden? Heylel observa fixamente Sananda.

—Sim, de fato, mas por algum motivo isso mudou, Heylel.—Algo superior a nós...—Talvez a misericórdia do criador, a mesma força que fez com que você sentisse o que estava por acontecer aqui em Avignon.

—Conheço muito bem os fatos Sananda, os Anunnakis destruíram seu mundo numa guerra inconsequente movida pela cobiça.  —Isso os fez construir uma enorme esfera planetária onde pudessem viver, que por sua vez, sofreu novo conflito que deteriorou sua atmosfera irreversivelmente...

—Obrigando-os a aportar em Gaia, procurando o ouro vital para a reconstituição de sua atmosfera. —Por mim eu os teria impedido! —Porém, acredito sinceramente que o Criador compadecido pelo seu sofrimento os tenha guiado até lá.

—Concordo, Heylel, o Criador deve ter escutado os apelos desesperados de bilhões de seres que habitavam Nibiru, inclusive os muitos que sequer eram Anunnakis.

—Isso foi algo que acatei sentindo que algo superior a mim estava atuando. —Mas, vou repetir mais uma vez para que fique bem claro, Sananda:

—Não sou adverso a vida, nem a luz e muito menos ao amor, ao contrário resolvi abraçar as trevas por me comover tanto com a luz e tudo que poderia advir dela que acreditei valer o sacrifício de aceitar a escuridão.

 —Entretanto, Sananda, neste episódio em questão, alertei a todos seres de luz que se comprometeram nessa empreitada que os Anunnakis não iriam respeitar nada ali, de fato iriam usar o planeta como um objeto de descarte. —E, realmente, veja o que fizeram:

—Criaram uma raça humana a partir dos animais que ai viviam, usando de manipulação genética, inclusive lançando mão de seus próprios genes; em seguida tiraram essa humanidade de sua inocência para serem seus escravos... 

—Fingiram-se de Deuses para serem adorados, aliás um monte deles: Pazuzu, Baal, Inana, Ishtar, Odin, Osiris e todos os outros que você bem sabe...

—Transmitiram as essas criaturas sua obsessão por ouro e todos os seus vícios, desde comer carne e se embebedar até a luxúria desenfreada; sem falar na guerra e na servidão, entre tudo o mais que também já sabe.

—Aprisionaram essas criaturas em crenças estúpidas e muitas vezes cruéis, supostamente em nome do Criador.  

—Ele admite Sananda, por que um bom Pai perdoa as faltas de um filho que ama por acreditar que ele possa mudar e eu acato com o respeito que um bom filho tem ao Pai, porém como um irmão mais velho meu dever é chamar a atenção daquele que erra para que não envergonhe mais o amor que lhe tem o Pai.

—E o pior, como sempre, é que tudo recai sobre as minhas asas... —Ninguém é o culpado. Nunca ninguém é! 

—Sempre termina na mesma coisa: O culpado sou eu com uma infinidade de nomes pejorativos que vão de Príncipe do mal a Cara Nera, ou então, a culpa recai aos seres que me ajudam, ou seja os demônios, diabos azuis, falsas sombras, etc.

Por mim, Sananda, trata-se uma raça má e degenerada que necessitaria ter sua evolução cingida para passar uma boa temporada sob minha custódia e já que estamos falando em nomes;  naquilo que poderíamos chamar de Inferno, se bem que eu prefiro chamar de Plano Espiritual de Reabilitação... —Até que o corpo causal desses renitentes, ou se preferir suas almas, estejam prontas para responder às vibrações do amor ao próximo.

—Apesar de tudo, Heylel, trouxeram muitos benefícios, ensinaram Agricultura, Arquitetura, Medicina, etc...

—Sananda, eu ou você poderíamos ter feito o mesmo dispensando uma encarnação em Gaia....

—Mas, seríamos nós Heylel e não o ser humano que, em suma, é quem deve vivenciar e aprender.

—Tudo bem, não vamos iniciar um debate que poderia durar outra eternidade, vamos direto ao ponto... —Sananda, você que responde pela luz, diga o que tem em mente.

—Levar essas pessoas para Gaia, para ajudar na evolução local. —É uma raça que tem um desenvolvimento mental muito bom, uma genética muito próxima e poderia ajudar no progresso técnico-científico ao mesmo tempo que poderiam ter as experiências e oportunidades que necessitam para alçar a luz; acredito que muitos deles poderiam responder aos apelos do amor.

—Você acredita mesmo, Sananda? Você sempre tem por princípio esperar demais do ser humano.

—E você de menos, Heylel...

—Não é isso velho amigo, é que eu por ter abraçado as trevas enxergo as sombras de cada um.

—E eu parceiro, por ter abraçado a luz vejo o que há de luminoso em cada um...

—Muito bem, Sananda, percebo que está por demais entusiasmado com esse projeto, então seja como quiser... —Não quero ser seu opositor, aliás estou farto desse nome estúpido e equivocado... —Somente peço duas coisas:

—A intervenção doravante será sua responsabilidade e como tal terá que encarnar em Gaia por sete vezes, isso para dar os rumos que quiser ao seu projeto, na sua penúltima iremos debater por 40 dias sobre os resultados e o que pode ainda ser feito, porém após a sétima retirarei os que não se mostrarem aptos e os trarei para esse mundo e ficarão exclusivamente sob minha tutela.

—A segunda, no seu próprio interesse, gostaria que assumisse o comando da Excalibur e selecionasse e enviasse primeiramente alguns grupos dos que estão aqui em Avignon, para viverem em Gaia. —Com a mesma forma física que possuem aqui neste planeta que é praticamente semelhante aos humanos de Gaia, na verdade praticamente idêntica aos elfos que lá residiam, antes de Gaia se tornar hostil a eles. —Isso juntamente com seus dons e após uma série de palestras com você  sobre o propósito de estar lá para ajudar, evoluir, etc... 

—Deixe-os em Gaia e vamos observar o que serão capazes de fazer e de como irão interagir com os nativos... Enviaremos esses primeiros grupos e, já que acreditam serem tão civilizados, creio que serão capazes de realizar um ótimo trabalho... —Depois, todo o resto é com você conforme o que decidir ser melhor.  —Além disso terá meu apoio em tudo, posso inclusive criar planos de reflexão e aprendizado ao redor de Gaia. —O que me diz, Sananda?


A Última BansheeOnde histórias criam vida. Descubra agora