A Sereia - Jotakase

✧❦Cap 39❦✧

Cellbit - Meus pêsames.

— Idiota. - Revirei os olhos.

Cellbit - Me desculpe por jogar a verdade na sua cara... - Fez uma pequena pausa para que eu dissesse o meu nome.

— Mara.

Cellbit - Me desculpe por jogar a verdade na sua cara, Mara. - Completou a sua frase.

— Você disse que tem uma chance dela sobreviver, não disse? - Olhei para uma mesa ao meu lado, peguei uma cadeira de madeira e a coloquei de costas para a mesa, logo em seguida eu sentei ao contrário na cadeira, ficando de frente para a mesa.

Cellbit - Eu não disse isso. - Falou e eu levantei rapidamente da cadeira, ficando de frente para ele, então o encarei com a expressão séria. - Não com essas palavras. - Se corrigiu. - De onde você é?

— Eu não sou daqui.

Cellbit - Isso eu já percebi, mas eu quero saber de onde você é.

— É um pouco louco.

Cellbit - Não deve ser mais louco do que o que está acontecendo aqui.

— Talvez possa ser.

Cellbit - De qualquer modo, eu gosto da maluquice.

— Percebi. - Sorrio de lado e volto a sentar na cadeira. - É uma longa história, mas eu vou resumir. Eu e a minha amiga somos de outro mundo, nós viemos parar aqui através de um portal que nós abrimos a meia-noite.

Cellbit - O quê?

— Exatamente isso que você escutou.

Cellbit - Você é humana?

— Não exatamente, sou uma semi-deusa.

Cellbit - Filha de... - Esperou que eu completasse a frase.

— Poseidon. - Completei.

Cellbit - Não há tantos semi-deuses por aqui, e os que ainda restam estão tentando acabar com o que ainda resta na Terra. Princesa das águas. - Debochou. - Você chegou aqui como se me conhecesse, no seu mundo tem alguém parecido comigo?

— Tem, ele é um tritão, guardião das águas.

Cellbit - Legal, aqui eu sou apenas um humano que estava no lugar errado e na hora errada.

— Eu até perguntaria o que aconteceu, mas eu realmente estou com pressa.

Cellbit - O lugar que eles levaram a sua amiga não fica muito longe daqui.

— Você sabe aonde fica?

Cellbit - No final da floresta você vai encontrar um bruxo, ele vai saber responder a sua pergunta.

— Tudo bem, obrigada. - Levantei da cadeira.

Cellbit - Não me agradeça ainda, o castelo é cercado por dezenas de sangues-suga. - Falou e eu balancei a cabeça positivamente, logo em seguida eu saí da cabana, e comecei a caminhar rumo ao final da floresta.

“'Vá pela sombra!' - Ouvi o Rafael gritar com um tom de ironia na sua voz.”

(...)

Eu olhei para o meu relógio de pulso o que marcava 9:00 A.M. Já fazem três horas desde que eu saí da cabana do Rafael e comecei a caminhar por esta floresta; eu não tenho a menor ideia de onde ela começa e onde ela termina, mas eu necessito encontrar o final dessa floresta cheia de árvores, arbustos, matagal e animais venenosos. O céu está nublado, indicando que pode chover a qualquer momento, molhando a terra e trazendo a lama para atrapalhar o meu caminho. O único barulho ouvido naquela floresta era o dos meus passos e da minha respiração ofegante, as minhas botas pretas tocavam nas folhas secas e pisavam em alguns galhos no meu caminho. Eu olhei para cima e avistei ao longe uma fumaça, provavelmente causada pelo fogo na chaminé de alguma cabana, e então, sem hesitar, andei em passos rápidos na direção de onde vinha a fumaça, com a esperança de que alí morasse o bruxo que o Rafael havia me falado.

Eu me aproximei lentamente da cabana e pude observar alguns sigilos nas portas, janelas e paredes, invisíveis ao olho humano. “Esta deve ser a cabana do bruxo.” Eu bati duas vezes na porta, não obtendo resposta, então eu bati mais uma vez, e a porta abriu, revelando o... João? “Esse mundo é muito estranho.”

Jv - O que deseja, senhorita...?

— Mara. - Falei e ele assentiu.

Jv - Tudo bem, Mara.

— Uma pessoa me disse que você poderia me dizer aonde fica a localização dos vampiros.

Jv - Quais deles?

— Os que estão formando um exército com bruxos e lobisomens.

Jv - Por que você iria querer ir lá? - Apoiou as costas no batente da porta, e então eu observei a enorme capa preta que ele usava.

— Eles levaram alguém especial para mim.