✧❦Cap 46❦✧

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Cellbit - Ele fez isso com você?

— Ele, e uma pessoa que me odiava no passado. - Olhei diretamente para os seus olhos azuis. - Tem alguma ideia de quem poderia ser? - Indaguei e ele desviou o olhar.

Cellbit - Fui eu? Eu fiz com você?

— Sim.

Cellbit - Eu... Sinto muito pelo o que eu fiz com você.

— Se fosse o Cellbit de antes eu diria que você está mentindo, mas o seu eu de agora é muito diferente do seu eu de antes.

Cellbit - Você deve me odiar pelo o que eu fiz com você.

— Nós temos longas contas e desavenças para acertar, e sempre que nós tentávamos acertá-las no passado, acabava em discussões, gritos, ameaças e objetos quebrados. Eu te odiava antigamente, mas agora você está tão diferente que eu me pergunto se é a mesma pessoa, mas resumindo tudo isso que eu acabei de falar: eu te perdôo por todas as besteiras que você fez no passado, Rafael. Mas e você? Você me perdoa?

Cellbit - Perdoar? Por que eu deveria te perdoar? Você não fez nada para mim. Já eu, pelo que parece, fiz um monte de coisa errada.

— Eu matei a sua mãe. - Murmurei.

Cellbit - Foi um acidente, você não queria machucá-la. - Murmurou. - Eu te perdôo.

— Eu nunca achei que escutaria essas palavras saindo da sua boca. É estranho ouvir isso depois de tantos anos de puro ódio. - Sorri. - Por que você confia tanto no João?

Cellbit - Eu... Eu não sei. Eu acho que não tenho uma boa resposta para isso, eu apenas sinto que posso confiar nele, eu sinto isso.

— Eu não acho que ele seja uma pessoa confiável, eu não o conheço tão bem quanto você, mas eu acho que não preciso o conhecer de perto para perceber uma coisa que está escrita no seu rosto.

Cellbit - Você acha que eu deveria me afastar dele?

— Eu não sou a pessoa exata para responder essa pergunta, eu e o João começamos com o pé esquerdo e continuaremos assim até ele ter a decência de olhar nos meus olhos e dizer porque ele fez aquilo.

Cellbit - E o que acontece se ele disser o verdadeiro motivo, se realmente tiver um?

— Primeiro: Eu sei que tem. Segundo: Seguiremos cada um o seu caminho sem olhar para trás ou relembrar o passado, como se nós nunca tivéssemos nos conhecido, caso contrário, a paz abandonará esse território, apesar de que ela não está presente aqui a um bom tempo. - Falei com a expressão neutra. - Se você se encontrar com ele, diga que eu estou indo buscar algo que me pertence, não importa o que ele faça para tentar esconder, eu irei encontrar e pegar de volta.

Cellbit - O que ele roubou de você?

— Ele não roubou literalmente, mas o objeto não pertence a ele, aquilo me pertence, eu não posso deixar aquilo nas mãos de uma criança grande que esperneia.

Cellbit - E o que seria?

— Eu sinto muito, mas eu só posso dizer que você irá descobrir em breve.

Cellbit - Deve ser algo muito importante.

— Sim, você não imagina o quanto. E o João com certeza não saberá usar aquilo corretamente, ele não saberá usar aquilo como deveria ser usado, e para falar a verdade, aquilo deveria ser usado apenas em casos de extrema urgência.

Cellbit - O quão terrível esse objeto pode ser? - Indagou incrédulo.

— Ele é único, e é preciso tomar cuidado com ele, você não pode simplesmente ir com ele para qualquer lugar, você deve mantê-lo em segurança, mas eu duvido que o seu amigo esteja fazendo isso.

Cellbit - Seja lá o que for, eu espero descobrir logo.

— Por que você não esfria a cabeça um pouco mais, pensa um pouco, volta para casa e dá o meu recado para ele? - Indaguei e o Cellbit assentiu.

Cellbit - Tudo bem. - Falou, eu levantei da areia da praia, e comecei a caminhar, me distanciando do Rafael.

P.o.v Cellbit

(Quebra de tempo)

Eu entrei na casa do João e me deparei com ele sentado no sofá enquanto escrevia algo em um caderno de capa preta, ele levantou a cabeça e me encarou com o rosto sem expressão alguma. Eu fechei a porta atrás de mim e sentei no sofá que ficava ao lado do seu.

Jv - Eu acho que eu te devo um pedido de desculpas.

A Sereia - JotakaseOnde histórias criam vida. Descubra agora