Highway to Heaven.

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Encarava o chão encardido da delegacia com um pouco de receio, eles realmente tinham pego o cara? Não conseguia compreender como havia sido tão fácil, porém me segurava na notícia com todas as minhas forças, afinal, ele merecia passar bons anos na cadeia.

Aos poucos, na sala em que me pediram para esperar, outras pessoas entravam. Evitava olhar ao redor, abaixava a cabeça tentando, a todo custo, não ser reconhecido. Sim, eu queria quebrar o ciclo de me esconder, fugir e ter medo, mas infelizmente não conseguia fazer isso com tanta facilidade. O teatro tinha sido um grande exemplo.

— Ei, você tá bem? — Taeyong perguntou sentado ao meu lado.

— Acho que sim.

— Eu sinto muito.

O encarei franzindo a testa. — Pelo quê?

— Por minha causa as pessoas te viram.

Sorri de lado. — Não ouse em se desculpar por isso ou soco sua cara. — Rimos discretos. — Isso é ótimo, Taeyo. Você está sendo reconhecido, como merece.

— A sensação é um tanto quanto ótima. — Ele sorriu passando a mão no cabelo. — Só fiquei preocupado com você. Está mesmo bem?

Balancei a cabeça positivamente. — Relaxa, foi só... Aquele pavor de ser reconhecido. — Observei mais duas pessoas entrarem no local. — Mas sei que fugir disso está cada vez mais difícil e me esconder não é a solução.

— Você sabe que estarei sempre te apoiando, não sabe?

Sorri balançando a cabeça enquanto voltava a olhar para Taeyong, escutando a porta abrir novamente. — Claro, obrigado por isso.

Ele sorriu e voltei a olhar para frente, dessa vez sem tentar esconder meu rosto.

— Ei, não é o cara da peça?

Taeyong perguntou ao meu lado. Sim, era ele. Estava acompanhado de seu par romântico na peça, o também ator Na Jaemin.

— É ele sim, o Haechan.

Era Haechan ou Lee Donghyuck, como era seu verdadeiro nome. No instante em que seu olhar cruzou com o meu, encarei o vidro preto, no canto esquerdo da sala, desviando o olhar. Automaticamente percebi que uma garota, ao meu lado, me fitava, e mesmo com certo receio, apenas sorri de lado abaixando a cabeça novamente. Estava sendo reconhecido.

Taeyong mantinha o silêncio. Conhecendo-o, sabia que ele queria elogiar os dois atores, entretanto sabia também que ele tinha noção de que ali não era hora e nem lugar para isso. Em silêncio, apenas esperando alguma informação, permanecemos ali, naquela sala, eu e mais algumas pessoas. Ao todo éramos oito. Me perguntava se mais alguém ali, além de mim, também era vítima, algo que era muito provável.

Depois de um bom tempo esperando, Delegado Choi entrou na sala segurando um papel em mãos. Junto com ele outro policial, que nunca tinha visto, segurava alguns papéis em mãos. Era inevitável não perceber o quão jovem ele parecia, provavelmente regulávamos idades.

— Boa noite. — O delegado Choi sorriu, parado na parede próxima à porta. — Bem, alguns de vocês já me conhecem e outros não, mas sou o Delegado Choi Seungcheol e estou na cidade há pouco tempo. Recentemente tivemos uma denúncia de que um homem chamado Jung Hyunsoo, agrediu mais uma vítima. A antiga gestão da delegacia, mais precisamente o antigo delegado, nada fez para prendê-lo, ele possuía cinco acusações de agressão e uma de homicídio doloso. — Choi nos encarava, um por um, e mais sério do que nunca. — Recentemente tive noção da situação, pois seus crimes estavam arquivados.

— Ele vai ser preso? — A mulher ao meu lado perguntou de braços dados com outra moça.

— Terá um julgamento, ainda não sabemos quando, mas terá.

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