For you.

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— Ok, certo. Obrigado mais uma vez, Kun.

Desliguei o telefone contente depois de falar com meu psicólogo. Kun havia arrumado um amigo para me atender em Seul enquanto permanecia na grande cidade gravando. O chinês reiterava que era de extrema importância continuar com a terapia, e como ele não podia ir para Seul, havia indicado um amigo.

Estava com seu nome e endereço anotados enquanto me perguntava se ele também era chinês, nunca tinha escutado o nome parecido, a não ser o sobrenome Wang, mas Yibo era algo diferente para mim. Dando de ombros, guardei o papel no bolso esperando a consulta no domingo, pois era o dia mais tranquilo para paciente e terapeuta que, felizmente, não se importava.

— Mark, estamos descendo, você vem?

Encarei Yuta assentindo e guardei o outro papel também no bolso. Guardava o número de Xiao, outro psicólogo para um dos meus amigos. Mais tarde entregaria.

Agora estava entrando no meu mundo de diretor. O Diretor Lee estava pronto para trabalhar e animar seus atores com comentários não muito divertidos, porém legais. Às vezes parava a gravação só para elogiar alguns dos atores e deixá-los um pouco sem graça, acabava sendo divertido. Não surtia efeito nenhum em Dejun, por exemplo, que sempre concordava que era, sim, incrível. Queria ter uma autoestima como a dele.

Depois do longo final de semana, sinceramente, só queria enfiar minha cara no trabalho e dar o meu melhor, profissionalmente falando. Felizmente as gravações corriam sem contratempos e aquela era a semana em que Jeno e Jaemin apareceriam com seus cabelos platinados oferecendo algo para Donghyuck.

Seguíamos os planos e o roteiro onde seus personagens, Kijung e Sungmo, eram namorados há pouco mais de dois anos. O dono do bar havia apresentado Kijung para Haechan e sutilmente dito que ele estava sem ter onde morar. Vendo potencial, Kijung negociou com Haechan: ele faria uns bicos para a empresa de modelos de Kijung e o ajudaria a achar outros modelos em troca de hospedagem.

Dinheiro não era problema para Kijung e muito menos para Sungmo, que fora descoberto como modelo pelo namorado há pouco mais de dois anos. Logo de cara os dois começaram a se relacionar e não demoraram até fazerem uma pequena cerimônia. Eram casados, mas não se consideravam nos moldes da sociedade. Sungmo e Kijung adoravam se relacionar com outras pessoas também, e isso não mudava seus status de marido e marido.

Para Haechan, aquilo era demais, mas cansado de dormir no chão do bar, ele aceitou. Pagaria certo valor pelo quarto alugado, teria um bico como modelo e ainda por cima ajudaria em algo simples como escolher algumas pessoas. Não devia ser tão difícil. O dono do bar deu graças aos céus quando tudo findou, e Haechan o agradeceu do fundo do coração.

Mudamos a locação logo depois, no meio da semana, com a chegada de Haechan na casa de Kijung e Sungmo. Gravamos algumas cenas no local, que era um apartamento bem grande, alugado, no centro de Seul. Todas tinham ficado ótimas: Haechan maravilhado com o apartamento, indo para o antigo quarto de hóspedes, que passaria a ser seu, Jaemin e Jeno em sua excelente atuação explicando que, às vezes, poderia haver mais de uma pessoa desconhecida pela casa e que não era para ele se assustar, afinal os dois também gostavam muito de convidar conhecidos mais íntimos pra longas noites dentro do quarto.

Para Haechan aquilo era tudo muito complexo, mas ele não conseguia deixar de sorrir com tamanha liberdade. Kijung e Sungmo eram espíritos livres e isso ficava cada vez mais nítido.

Sorri quando terminamos a gravação de sábado com mais uma cena incrível de Haechan onde ele decidia procurar por seu pai. Sungmo e Kijung lhe mostraram total apoio assim como Liwei e Ting, mostrando, pela primeira vez, o arco com todos os amigos que seriam essenciais para Haechan se conhecer, aceitar e compreender a si mesmo como parte de algo. Era aí o início da evolução de Haechan.

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