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!AVISO!

Este capítulo contém narração de pânico que pode causar mal estar ou trazer a tona sentimentos ruins. Por favor, só leia este capítulo se você estiver realmente bem e caso se sinta mal, não continue. Contém narração de pânico. 

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A falta de Taeyong nunca foi tão real. A casa parecia vazia sem meu melhor amigo por ali. Mas, assim como foi difícil ficar sem a presença de Taeyong após o fim de "Out of Domain", sabia que conseguiria superar aquele momento também.

Depois de passar um dia inteiro escrevendo e trabalhando no roteiro – após escutar o feedback de Taeyong e sentindo a inspiração fluir, acabei indo dormir mais cedo que o normal. Na verdade, mais cedo do que o horário em que costumava dormir na minha rotina anterior.

Logo pela manhã recebi ligação de Yuta. Ele contava as novidades das gravações no Japão, dizia que estava tudo sob controle, mas que sentia minha falta e, principalmente, da Coreia. Sequer tocávamos no nome de Taeyong, e por mais que me sentisse incomodado, não me intrometia. Primeiro que não tinha direito, e em segundo lugar porque Taeyong já havia tomado sua decisão e estava certo disso.

Após um longo tempo desligamos e resolvi prosseguir com meu dia. Tomei meu banho, um pouco demorado porque amava aquela banheira, troquei de roupa, colocando diversas peças de frio, afinal, mesmo com a manhã ensolarada, a neve ainda esfriava toda a cidade, e saí de casa: pela primeira vez desde que havia chegado em Boryeong, iria tomar café em uma cafeteria. Como costumava fazer antes de todo aquele medo me dominar.

Para mim, naquele momento, mesmo com coração a mil e sabendo que qualquer pessoa poderia me reconhecer – incluindo a mídia – fiquei orgulhoso de mim mesmo. Deixava todo aquele receio de lado, junto com a máscara e os óculos escuros, os quais haviam sido meus melhores amigos sempre que saía por ali. Naquele momento estava indo a uma cafeteria, literalmente, colocando minha cara a tapa. Mas ficaria tudo bem.

Eu tinha que parar de me esconder.

Entrando na cafeteria, enquanto sentia que meu coração poderia saltar pela boca a qualquer momento, caminhei em direção à fila um pouco grandiosa para fazer meu pedido. Ali, parado, o homem à minha frente me cumprimentou com um pequeno sorriso simpático, e apenas retribui tentando, ao máximo, quebrar a mania que tinha adquirido de andar de cabeça baixa. Não queria me esconder mais.

— Às vezes a fila aqui é grande, né?

Encarei o homem à minha frente, ele parecia ser bem simpático, e, aparentemente, não tinha me reconhecido. — Ah, sim. — Balancei a cabeça mentindo. Nunca nem tinha entrado naquela cafeteria.

— Você é daqui mesmo? Nunca te vi pelos arredores. — Ele sorria de lado com os braços cruzados.

— Não. — Balancei a cabeça negativamente. — Sou do Canadá.

— Ah... — Ele me encarou um pouco assustado. — Sua primeira vez na Coreia?

Soltei uma risadinha. — Não. Morei em Seul por alguns meses.

— E o que veio fazer justo em Boryeong? — Ele riu divertido.

Ri, um pouco preocupado. Como explicar que havia ido para a cidade para fugir da mídia que ficava no meu pé me chamando de 'diretor gay'? — Férias.

— Ah, curtindo as férias de fim de ano, então. — Ele balançou a cabeça positivamente. — Queria poder voltar de férias pro meu país. — Riu tirando as mãos dos bolsos. — Desculpe, nem me apresentei, sou Qian Kun, prazer.

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