Paradise.

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Janeiro 1999, inverno, Boryeong.


— Gostei daquele com as paredes amarelas.

— Jura? — Donghyuck riu saindo da cozinha com os pratos em mãos. — Nem deu pra perceber que você gostou daquele apartamento, Mark Lee.

— E você? — Abraçando Donghyuck pela cintura, beijei seu pescoço.

— Gostei da casa no segundo andar. — Ele sorriu virando o rosto em minha direção. — Parece ser um lugar bem legal de morar.

— Também achei. — Concordei balançando a cabeça. — Mas você não acha pequeno demais?

— Pra nós dois? — Ele balançou a cabeça negativamente. — Na verdade, achei confortável. É menor que essa casa ou a que pertencia a sua avó, mas por alguma razão achei aconchegante.

— Todo lugar é aconchegante pra mim desde que estejamos juntos.

Donghyuck riu me empurrando de leve para trás com o próprio corpo. — Você é brega.

— Quantas vezes vou precisar jogar na sua cara que você gosta? — Ri encostando minhas costas no encosto acolchoado do sofá.

— Todas. — Donghyuck riu beijando minha bochecha. — Vamos comer, Canadá.

Assentindo o soltei encarando a panela de jjajangmyeon que Jaemin havia feito mais cedo. Donghyuck tinha esquentado a comida e colocado mais pasta de feijão, para a minha alegria.

Logo quando tudo aconteceu, há quase um mês, Donghyuck imediatamente me levou para sua casa. Mesmo fodido, sem dinheiro e em desespero interno por estar sem casa do nada, insisti para que eu fosse para um hotel, afinal, não queria incomodar a ele e Jaemin. Contudo, o coreano não deixou, insistiu de todas as formas e conseguiu me convencer que me queria ao seu lado, o que me quebrou por inteiro. Acabei aceitando.

Porém, sempre achava que estava incomodando. Jaemin não esperava por aquilo, nem mesmo Donghyuck, mas sentia que Nana estava um pouco deslocado com o fato de que, de repente, dividia a mesma água, comida e o mesmo espaço que ele e Donghyuck. Nana ficava muito menos tempo em casa, mas Donghyuck me tranquilizava dizendo que ele se sentia sem graça de transar comigo ali, o que me dava mais uma razão para achar que sim, eu estava atrapalhando.

Jaemin, por sua vez, dizia que estava tudo mais do que bem, que estava feliz e que poderia contar para seus filhos e netos que dividia o apartamento comigo e com um Oscar – este que ele fazia questão de deixar na estante central da sala como se fosse seu, era engraçado, não ia negar. Vez ou outra Jeno e Renjun iam lhe visitar, mas segundo Donghyuck eu era seu eterno salvador porque desde que havia chegado, os três não tinham transado escandalosamente no quarto ao lado.

Hyuck e eu, por outro lado...

Era impossível resistir quando ele chegava, do nada, ou sentando no meu colo, ou me provocando com seu corpo nu, ou simplesmente me encarando com aquele olhar tão típico de desejo. Tentávamos ao máximo não sermos escandalosos, mas era a mesma coisa que pedir para Donghyuck não brilhar. Era impossível.

Jaemin, certa manhã, se preparando para uma entrevista de emprego – a qual havíamos descoberto naquele dia apenas – ficou um grande tempo emburrado começando uma conversa séria, mas sem tom de briga. Ele nos pediu seriamente para que maneirássemos nos gemidos, porque poderíamos trazer problemas da vizinhança. Donghyuck travou uma conversa sobre como nós éramos dois e a grande maioria dos gemidos altos eram dele, trazendo a tona, em seguida, o escândalo que Jaemin, Jeno e Renjun faziam quando estavam juntos. Sem ter o que dizer, Nana apenas argumentou que não mais transava em casa exatamente para não causar problemas na vizinhança ou me deixar desconfortável, o que foi a razão para que eu chegasse em Donghyuck, logo que ele saiu para sua entrevista, e o convidasse para morar comigo.

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