Ergui os olhos, olhando em volta. O local estava escuro e sombrio; A rua estava deserta, e ali estava frio. Respirei fundo, o vento gelado entrando por minhas narinas, gelando meu interior. A decisão estava tomada. Fechei os olhos, sentindo o vento bagunçar meus cabelos e castigar minha pele exposta.
A antiga casa dos Riddle que aparentava ser vazia estava a minha frente. Mas eu sabia o que havia ali dentro.
O motivo de eu estar aqui? Vingança.
Por que? Harry Potter. Esse é o motivo do meu ódio;
Rony Weasley. Eu o ame, amei muito, a ponto de ser idiota o suficiente pra lhe dar uma segunda chance, assim que ele me traiu pela primeira vez. E assim como ele fez com a primeira chance, fez com a segunda. Ele me traiu com Lilá Brown. Eu, honestamente, não me importo com o fato dele ter me traído e andando aos beijos e amassos com uma vadia às minhas costas.
O fato é que Potter o ajudou com isso. Harry, que se dizia meu melhor amigo, um certo dia pediu pra que eu fizesse o dever de poções dele, porque ele tinha uma certa "reunião" com Dumbledore.
A verdade é que ele não precisava desse dever, e foi só uma desculpa, um complô com meu lindo namorado pra me fazer de corna pelas minhas costas. Ah, mas eles iam pagar caro por isso.
O preço? A morte. Eu estava realmente disposta a me aliar ao Voldemort, e ia fazer de tudo pra que Harry caísse sobre ele. Até então, eu fingia que nada tinha acontecido, e que eu não sabia de nada. Estávamos nas férias, e Rony? Puf, esse nem lembrou de mim. Deve estar me chifrando com a vadia.
Adentrei a casa com a ordem de Rabicho, o capacho de Voldemort.
– Ora, ora, ora. O que trás você aqui, Hermione Granger? - A voz fria e rastejante chegou aos meus ouvidos, fazendo um tremor percorrer meu corpo como um baque.
Respirei fundo e procurei pelo ponto cego da sala onde Voldemort estava. O encontrei. Ele estava em uma poltrona, e eu encostada no batente da porta. Havia uma longa mesa de jantar, com todos os comensais da morte sentados, um em cada cadeira.
Confesso que estar ali era bem amedrontador, por mais que eu estivesse disposta à me aliar ao Voldemort, me dava náuseas e até medo e repulsa de estar no mesmo lugar com ele - disposta a virar uma comensal da morte. Só de pensar nisso meu corpo tremia, mas era a única que forma que eu encontrei para ter minha vingança.
Suspirei, já preparada pra passar por ridícula com o que estava prestes a sair por meus lábios.
– Quero me juntar ao senhor – Disse calmamente, e o que eu previa aconteceu. Os comensais, e o próprio Voldemort explodiram em risos, principalmente Bellatrix Lestrange.
– O que a faz pensar – Começou, assim que todos as risadas cessaram – Que uma sangue ruim como você, seria útil pra mim? - Ele perguntou, frio.
– Eu posso lhe entregar Potter. - Mais risos explodiram na mesa, mas eu fixava meu olhar apenas no rosto ofídico que encontrava-se em minha frente. Voldemort ergueu a mão e fechou o punho no ar, fazendo com o que os risos cessassem.
Ele parou e considerou a hipótese.
– Você é amiga do Potter – Era Bellatrix – Vai nos trair.
–Eu sei o preço que pagaria se eu traísse o Lord! - Respirei fundo – Estamos no mesmo barco. – Fixei meu olhar em Voldemort. - Eu quero vingança. E você também.
– Vamos ver se é verdade. – Ele apontou a varinha para mim, e me fez gelar. Achei que fosse me soltar o Cruccio ou algo do tipo. – Legilimens. – E como se um filme se passasse na minha cabeça, lembranças de lugares me correram a memória.
Rony apareceu diante de mim, revelando nossos beijos, abraços, trocas de carícia. Então, a imagem esmaeceu-se, logo depois voltando a ficar nítida, agora demonstrando claramente meu ódio me avisando que Rony estava em frente ao lago com outra garota, a minha visão dele me traindo, e meu desejo por vingança por saber que a culpa era de Harry. E isso, era tudo que ele queria ver. - Finite!
Fui cuspida pra fora de mim mesma.
– Interessante – Ele começou e se levantou, andando de um lado pro outro. Os comensais olhavam a cena perplexo. - Granger, você é sangue ruim – A voz arrastada e nojenta disse – Mas mesmo assim pretende se juntar a nós. Interessante. Você é amiga do Potter. Seria uma boa isca, pra atrair ele até mim. Agora, Granger, você tem certeza de que é isso que realmente quer? - Ele perguntou – Sabe, qualquer erro seu, as consequências serão óbvias. Morte instantânea. Terá que agir sobre um limite, e a sua missão é entregar Potter até mim. E se falhar... - Ele se interrompeu, como se dissesse "você sabe o que vai acontecer com você".– Eu sei, estou completamente ciente que pode causar danos a mim, e a minha família. Mas senhor, é o que eu realmente quero. - Eu disse, em um tom de súplica; me sentia nojenta por estar quase aos pés de Voldemort, mas eu precisava me vingar e esse era o melhor jeito.
Ele parecia que havia se esquecido de todos os comensais ali, porém estes observavam a cena, perplexos.Voldemort me lançou um olhar frio, e apenas assentiu.
– Seu desejo será concebido. - Ele disse, e os comensais abriram a boca em protesto, mas logo foram silenciados pelo mesmo movimento de mãos que ele tinha feito anteriormente. – Venha até aqui – Gesticulou com as mãos, e eu o obedeci. Ele fez um movimento indicando pra que eu me ajoelhasse e puxou meu braço esquerdo.
– Mosmorde – Ele sussurrou com a varinha sobre meu antebraço. Achei que esse feitiço fosse apenas pra conjurar a marca negra no céu, mas não dei importância. Não passaram-se dois segundos até que o local formigasse, e grande caveira apareceu em meu braço, Depois foi circulada pela cobra, e uma dor irritante substituiu o formigamento. Assim que o ritual terminou, encolhi meu braço e deixei a manga comprida das minhas vestes cair sobre a marca ali em meu antebraço.
Sorri satisfeita e o agradeci com um aceno de cabeça.
– Não é seguro que fique na sua casa – Ele disse, e respirou fundo – Vamos mandar você pra casa dos Malfoy, certo? - Ele gesticulou para os três loiros na mesa, e só aí que eu me dei conta de que eles estavam lá... Draco estava lá.
– Sem problemas, milorde. - Era Lúcio, o fitei, mas ele estava visivelmente incomodado com a ideia de me ter em sua casa, assim como Draco também ficou. Bom, não era uma boa ideia pra mim também, mas eu tinha que aceitar.
– Ótimo. E Draco, sua missão daqui em diante, é supervisionar Granger, e a ajuda no que for necessário. Eu teria Draco Malfoy como meu "patrão", perfeito! Ironizei em meus pensamentos. Nenhum dos Malfoy pareceu satisfeito. - Suas coisas serão enviadas para a casa dos Malfoy, não se preocupe cara Granger. A reunião termina aqui!
Sem mais discursos, saímos eu e os Malfoy. Paramos em frente a antiga casa dos Riddle, e Draco me deu as mãos, antes que eu pudesse protestar ou qualquer coisa do tipo, estávamos aparatando. Senti eu ser puxada pra dentro do meu próprio corpo, e quando abri os olhos estávamos na mansão Malfoy. Draco rapidamente soltou minhas mãos e eu caí em cima do grande sofá de couro.
– Bom, eu vou deixar uma roupa pra você por essa noite, já que seus pertences ainda não chegaram. O quarto de hóspedes fica subindo as escadas, a segunda porta a esquerda – Era Nacisa.
– Ok, obrigada – Ela apenas assentiu e subiu as escadas. Quando eu estava fazendo o mesmo, senti uma mão fria me puxar e me colocar contra parede.
– Qual é a sua, Granger? - A voz arrastada e rouca chegou até meus ouvidos. Era Draco.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ignorance Is Your New Best Friend.
FanfictionHermione sempre foi apaixonada por Rony. O mesmo, partiu seu coração e assim que ela lhe deu uma segunda chance, ele o fez de novo. Mas com a ajuda do melhor amigo de Hermione, Harry Potter. Cega pelo ódio, a garota muda completamente e é atingida p...