Rules.

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  Permaneci imóvel, e arfei. Ele apoiou as mãos na parte lateral de meu colo, me pressionando ainda mais contra a parede.

– Fala! - Ele berrou.

– Você vai acordar seus pais! – Eu disse, tentando me livrar de suas mãos.

– Não me importo. – Ele me prensou ainda mais contra a parede gélida.

– Me solta e eu falo. – Eu disse soltando um longo suspiro, ainda tentando me livrar de seus braços.

  Ele me soltou, e eu respirei fundo. Caminhei em direção ao sofá, e me sentei, dei um tapinha no mesmo convidando o loiro a fazer o mesmo que eu. Ele o fez e olhou pra mim, esperando minha explicação.

– Draco, eu odeio Harry... - O loiro bufou.

– Não me faça rir.

– Não me interrompa. - Eu pedi. - Eu não ia fazer isso por um motivo tolo, pra ajudar Harry me aliando a vocês – Apontei pro meu braço esquerdo, onde estava a marca negra. – Eu sei que ele é bem mais forte que eu e traria consequências, podendo afetar minha família, e pessoas que eu realmente gosto. Draco, eu não sou burra! O fato é que Harry traiu minha confiança, e eu apenas quero retribuir o favor – Dei de ombros.

  Ele me olhou, perplexo. Em seu olhar havia uma sombra de duvida. Bufei e expliquei toda a história pra ele.

– Uau. Eu não conhecia esse seu lado, sangue ruim – Ele disse, meio abismado. Revirei os olhos.

– E você, por que estava lá? - Eu peguntei, e senti meus olhos pesarem.

– Ele me obrigou. Tenho uma missão a cumprir, agora graças a você, duas.

– E qual a missão?

– Ajudar você com Har... - Ele começou a falar.

– Não seja bobo, a outra missão além da minha/nossa!

– Eu tenho que... - Ele se interrompeu – Isso não é da sua conta, Granger! - O loiro bufou.

– Tudo bem, tudo bem Malfoy – Ergui as mãos em rendição e subi as escadas em direção ao quarto de hóspedes – Boa noite.

– Boa noite.

  Abri a maçaneta da porta branca e adentrei o grande quarto de hóspedes. Nossa, se meu quarto fosse um quarto de hóspedes assim eu ficaria feliz! A cama era grande, cama casal. Havia uma coberta roxo purpura em cima dela, e dois travesseiros de pena de ganso encostado no batente da cama marfim. As paredes eram bejes, e havia um criado mudo perfeitamente detalhado com um abajur cor de creme sobre ele. Em cima havia um lustre com pequenas pedrinhas de cristais, e de frente para a cama uma televisão de vinte e nove polegadas.

  Olhei em volta e só aí pude perceber, a roupa que Narcisa separara pra mim estava sobre a cama, dobrada nos pés. Para meu espanto, ela me deu apenas uma camiseta larga, azul-marinho, do Draco. Engoli em seco, e a vesti. Ela simplesmente foi parar em meus joelhos. Ótimo.

  Apaguei a luz do quarto e vi que o abajur estava ligado. Peguei minha varinha em mãos – era a única coisa que eu tinha. Eu ainda não podia fazer magia fora de Hogwarts. Bufei, e me esgueirei pra cima da cama, arrastando-me pra debaixo das cobertas e afundando minha cabeça no grande e confortável travesseiro de pena. Deixei a varinha do lado do abajur e desliguei o mesmo. Me virei, e fechei os olhos. Abracei o outro travesseiro. Porém, não consegui dormir. Minha cabeça ficou rolando em diversas coisas.

  Me virei novamente, e assim que adormeci, um sonho veio em minha mente.

– Hermione – Eram os olhos de Rony, eu os reconhecia melhor do que em qualquer outro lugar – Por favor, não – Eles imploravam por misericórdia. Esbocei um sorriso maldoso, e ergui a varinha.

– Crucio – Sibilei, e o ruivo a minha frente contorceu-se de dor. Aquilo, por estranho que pareça, me dava prazer.

– eu te amo! - Ele berrou entre a agonia da dor.

– Lilá não está aqui, Ronald – Eu gritei, e lágrimas escorreram por meu rosto, não lágrimas de tristeza, mas de ódio.

– Me perdoe!

– Eu não vou ser sua corna novamente. Agora aquela vadia tem você só pra ela. Aproveite e chifre ela também – eu ri de forma fria, e cessei o feitiço. Olhei em volta, estávamos na torre de astronomia.

  Acordei ouvindo o barulho de algo se quebrando na cozinha. Logo varri meu sonho para longe. Peguei a varinha em mãos caso alguma coisa acontecesse.

Lumus. – Ordenei.

  Segundos depois a porta do quarto se abriu. Meu coração só faltou sair pela boca.

– QUAL SEU PROBLEMA? - Berrei, deixando cair minha varinha. O loiro veio até mim, me deitou na cama, deitou-se por cima de mim e tampou minha boca.

– Não grita! - Ele sussurrou. Mordi sua mão, e ele a tirou de minha boca – Ai!

– O que você quer? - Perguntei em um sussurro.

– Eu ouvi você rindo alto de lá de baixo, tanto é que quebrei um prato sem querer por causa disso, me assustei! Queria saber o que estava acontecendo.

  Quê? Eu ri? Eu estava rindo no sonho, mas apenas isso.

– Eu estava sonhando Malfoy, nada demais – Eu disse, e ele ainda estava em cima de mim, com os joelhos um de cada lado da minha cintura. O olhei e gesticulei com a mão – Você quer fazer o favor de sair de cima de mim, eu não vou te atacar – Bufei. Ele no entendo pareceu sem graça, corou e saiu de cima de mim

  Me virei e ascendi o abajur.

Nox. – Ordenei novamente, e o feixe de luz que surgira na ponta da minha varinha apagou. Aumentei a intensidade da luz do abajur e me assustei com Draco sentado ao meu lado. Eu esquecera da presença dele ali – O que foi Malfoy? Está tudo bem. - Eu disse, e me encolhi ainda mais debaixo das cobertas.

– Acho que devemos estabelecer algumas regras. – Ele disse, a voz arrastada.

– O quê? - Perguntei, confusa, mexendo em meus cabelos cacheados, sonolenta – Malfoy, que horas são?

– São três e meia da manhã. E o lance de estabelecer regras é o seguinte: Voldemort, falou que eu vou ter que "supervisionar" você – Ele desenhou aspas no ar – E que terei que estar disponível caso precise de mim.

– Sim – Concordei.

– Eu não quero ser visto com você ou conversando com você. É simples. Teremos que criar um meio pra nos comunicarmos, e...

– Malfoy! Acorda. Eu sou a melhor amiga do Harry, nós não brigamos e nem nada. Ele não sabe que eu sei que ele me traiu como amigo e nem que eu sei que o Rony me traiu. Isso é o ponto chave do meu plano. Mas, qualquer coisa, aqui está – Peguei uma moeda no meu bolso e a enfeiticei, como havia feito ano passado com as moedas para os integrantes da Armada de Dumbledore – Qualquer coisa me escreva uma mensagem por ela – Mostrei como se fazia – E eu respondo e nos encontramos na sala precisa.

– Feito – Ele disse.

– E se precisar da minha ajuda, eu estarei aqui. Somos um time agora, não podemos vacilar, mas vamos ter que fingir que nos odiamos – Eu disse e suspirei.

– Mas eu ainda te odeio, sangue-ruim – Ele riu, mas as palavras dele eram completamente verdadeiras.

– Eu também te odeio, doninha. - Bufei e me levantei, indo em direção ao banheiro.

– Você está com minha camisa – Ele observou.

– Sua mãe que me deu – Revirei os olhos e fui para o banheiro.

  Escovei rapidamente os dentes com uma escova que estava em um plastico dentro do armário para hóspedes e voltei para a cama. Arrastei-me pra debaixo das cobertas e afundei minha cabeça no grande macio e confortável travesseiro. Fechei os olhos e deixei que o sono tomasse conta de mim.

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