I find the Dark Lord. Oh no! And now?

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  Ponto de vista: Draco Malfoy.

  Cada centímetro de meu corpo pedia por ar, minha consciência, mesmo apagada sabia que precisaria de ar cedo ou tarde.

  Foi o momento em que eu comecei a me arrepender das minhas decisões. Morrer não era o certo, fugir de toda a responsabilidade assim, e quanto aos meus pais? A minha mãe? Ela fizera Snape fazer o voto perpétuo pra me proteger.

  Mas eu não tinha forças pra me mover, eu estava morrendo, meu coração falhava cada vez mais.

  Senti uma agitação na água, talvez fossem os animais horrendos. Não me importava com isso, eu estava cada vez mais submisso a morte, e eu tinha certeza que não sobreviveria àquilo.

  Meu peito doía, os pulmões lutando em busca de um ar inexistente.

  Senti algo me puxar, mas eu não tinha nem forças pra distinguir o que era.

  Só sei que depois disso, eu fui retirado da água, o vento a minha volta gelado, agora o ar entrava ardendo e machucando por meus pulmões, como se eu nunca tivesse respirado na vida.

  Foi uma sensação de alívio, mas meu coração ainda lutava pra continuar batendo, afinal, eu havia perdido muito sangue.

  Senti uma sensação gostosa de meus ferimentos se fechando, como um formigamento na pele.

  Eu sentia murros dolorosos em meu peito, e ouvia sons estranhos, algo que eu não consegui distinguir.

  A cada vez mais os murros eram dolorosos, mas eu não tinha forças pra falar ou pedir pra parar, ou impedir aquelas coisas dolorosas de atingirem meu corpo.

  Senti lábios nos meus, e assopraram em minha boca com fervor, fazendo meus pulmões protestarem.

  Eu escutava sons, não sabia se eram vozes ou não.

  Os murros então, cessaram, e eu senti algo cair sobre mim.

– Doninha nojenta. DONINHA RIDÍCULA. – Era Hermione. Não! Ela não deveria estar aqui, essa traidora.

  Esforcei minha garganta, lutando contra tudo pra conseguir emitir algum som. Por incrível que pareça, eu consegui.

– Eu te odeio. – Minha voz saiu fraca, mas saiu.

  Pisquei algumas vezes e consegui fitar seu rosto, ela estava ensopada, assim como eu. Seus olhos estavam vermelhos e inchados.

  Seu rosto tinha uma mistura de alívio e ódio.

– SEU IDIOTA, EU TE ODEIO, VOCÊ NÃO TEM QUE ME ASSUSTAR NUNCA MAIS ASSIM. – Ela berrou, fazendo meus ouvidos latejarem. Eu ainda não tinha forças pra me mover, precisava dormir.

– Por que não me deixou morrer? – Perguntei, minha voz saiu amargurada, eu acho. – Já que me odeia tanto.

– Eu não seria responsável por isso, doninha. – Ela disse, seus olhos escorriam lagrimas, ou era água? Não sei dizer.

– Você é uma traidora, vai embora, me deixa morrer. – Eu preferia morrer ali do que ser salvo por ela.

  Ela começou a gritar em um protesto dizendo que não tinha voado de hipogrifo pra ouvir aquilo, sei lá, eu não entendi nada.

  Mas então, ela me contou que não havia nos traído e mostrou uma gravação de Lupin falando que Dumbledore sabia de tudo o tempo todo, o que não fazia sentido. Mas eu precisava arrumar um jeito de sair dali. O vento assobiava e me dava calafrios.

– Eu.. Não.. Sabia. – Sussurrei, eu fazia força pra conseguir falar.

– É. E como vamos sair daqui? – Ela perguntou.

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