I'm sorry.

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  Ponto de vista: Hermione Granger.

  Assim que meus pés tocaram o chão, eu dei um passo para trás e olhei para Draco, com um sorriso enorme no rosto, meus dedos acariciaram seu rosto e eu lhe dei um selinho.

  Não sei dizer quando tudo isso começou a acontecer, mas o que realmente está havendo aqui é: Eu amo Draco Malfoy. Posso dizer que o loiro é uma pessoa incompreendida. Draco, nunca foi esse ser sem sentimentos que ele demonstra ser, ele não é o garoto que fez escolhas erradas, e sim o garoto que não teve escolhas. Desde que o conheci, ele me julga por eu ser "sangue ruim", por "não pertencer ao mundo dele", mas esses eram seus únicos argumentos. Eu o entendo, porque ele cresceu assim, sendo domado, um cãozinho adestrado pronto para obedecer os donos, apenas uma peça no jogo.

  Mas, esse tempo que estou sendo obrigada a conviver com ele, tudo que eu posso concluir é que isso é uma máscara, para agradar aos pais, porque se não agradar, ele não tem como viver. Malfoy nunca pôde ser ele mesmo, e isso é triste. E agora ele está sendo, e está sendo sincero, e eu não quero repreendê-lo, quero lhe dar a liberdade que ele merece, que ele finalmente procurou ter.

  E eu, bom, eu estou passando por coisas realmente difíceis. Estou confusa e talvez eu diria até arrependida de certas atitudes. Creio que deixei a vingança me subir a cabeça, e agora as consequências disso não são boas, e, como isso tudo envolve meu "melhor amigo" e meu ex-namorado, eu estou, ou estava, sozinha. Enfrentar as coisas sozinha, não é bom, não pra mim, e ter Draco comigo é algo que vai me ajudar, e muito.

— Eu te amo. — Ele murmurou e seu polegar acariciou a minha bochecha. Era a primeira vez que ele dizia "Eu te amo", para mim. Sabe como você sente algo bom e seu peito dá uma fisgada, o coração bate mais forte e seus músculos começam a formigar, numa reação inquietante? Então, foi isso que eu senti no momento em que as palavras saíram por seus lábios.

— Eu te amo. — Sussurrei em resposta, e lhe dei um breve beijo, enquanto minha mão direita acariciava a parte de trás de sua cabeça, os dedos entrelaçando em seus fios finos e loiros.

  Então, nosso "momento meloso", foi interrompido por uma voz vindo do andar debaixo. A voz chamava por mim e por Draco. Era Voldemort. Respirei fundo, entrelacei nossos dedos e apertei sua mão. Nós nos entreolhamos brevemente e saímos pela porta, agora os nós em nossos dedos se desfizeram.

  Eu estava a dois passos a sua frente, e quando chegamos a escada, a dois degraus. Meu coração estava batendo forte, eu estava com medo. Desci as escadas relutante, um tanto hesitante. Quando cheguei lá embaixo, Xenofílio Lovegood não se encontrava mais lá, nem Harry, Rony, e o corpo de Lilá. Tive uma imensa vontade de perguntar o porque, mas a hesitação falou mais alto.

  Os comensais estava todos reunidos, sentados nas cadeiras postas em volta da grande mesa relusente de jantar que ocupava todo o território, e a única pessoa que estava afastada dessa mesa, aos pés da escada, era Voldemort, se é que eu posso chamá-lo de pessoa - meu pensamento acrescentou.

— Granger. — Ele abriu um sorriso podre ao me ver. Eu me encontrava no ultimo degrau da escada, a mais ou menos um metro de distância daquele rosto ofídico. Minhas pernas estavam um pouco trêmulas, e eu estava com medo. Draco estava três degraus acima de mim, e apenas observava tudo, cauteloso.

— Mi-milorde. — Gaguejei, e minha voz saiu mais ofegante do que eu pensei que sairia. Droga.

— Chegou o grande momento. — Ele disse, abrindo os braços e girando o corpo brevemente de um lado para o outro, como se estivesse abraçando o ar. — Sua missão, lembra? — Então, outro sorriso podre.

Ignorance Is Your New Best Friend.Onde histórias criam vida. Descubra agora