Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Um barco que veleje
(...)
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Gilberto Gil, Pela Internet.
Vinte alunos, vindos do distrito de Laranjal, seguiam para o Amylton, mas o ônibus quebrou no meio do caminho e outro carro foi chamado para prosseguir viagem. Chegaram atrasados, tentaram entrar, mas foram barrados pelo porteiro, seu Inácio, 62 anos, caboclo, cabelo grisalho e olhos castanhos.
– A gente não teve culpa se o ônibus quebrou – disse Laércio.
– Não posso deixar vocês entrar – disse seu Inácio – São ordens da dona Carmen.
– Chama a Carmen – disse Karla.
– Dona Carmen tá ocupada – respondeu seu Inácio.
– Eu tenho uma prova e quero entrar pra fazer ela – falou Karla.
– Não posso fazer nada. Se desacato o que a diretora determinou, no dia seguinte, ela pode pedir minha remoção pra uma escola mais longe da minha casa – respondeu seu Inácio.
Hellen e Henrique chegaram à escola para a segunda aula, de Português, pois a primeira, de Inglês, estava vaga. Eles viram os alunos barrados.
– Por que vocês tão aqui fora? – perguntou Hellen.
– O ônibus que nos trazia de Laranjal quebrou e a diretora não nos deixa entrar – respondeu Daniella, uma menina branquinha do cabelo cacheado, 14 anos, 1,54 m, que estudava na 8ªA.
– Que absurdo! – disse Henrique – A Carmen não considerou o fato do ônibus ter quebrado?
– Aquela megera tem consideração por alguém? – perguntou Daniella.
– Não – respondeu Hellen.
– E nem vai ter. Vamos ter que ficar aqui até dar a hora da aula acabar e o ônibus buscar a gente – respondeu Daniella.
– Essa tirania vai acabar! – disse Hellen.
Daniella tirou do bolso o celular e mostrou várias fotos para Hellen.
– Que fotos são essas? – perguntou Hellen.
– São fotos do ônibus que quebrou. Há pneus carecas, a porta tá presa por uma corda, os vidros tão quebrados, a lataria tá caindo aos pedaços, os assentos tão rasgados e sujos e não tem cinto de segurança – respondeu Daniella.
– Que horror! Por favor, passe essas fotos pra mim pelo bluetooth – disse Hellen.
– Vou passar – respondeu Daniella, configurando o celular para a transferência.
Hellen recebeu as fotos em seu celular e falou com Henrique:
– Henrique, a gente vai postar essas fotos no blog.
YOU ARE READING
Os senhores da fome [COMPLETO]
Teen FictionNa cidade fictícia de Pietro Tabachi, situada no norte do Espírito Santo e colonizada por italianos, havia uma escola chamada Amylton Dias de Almeida que tinha graves problemas estruturais e pedagógicos. Arianne e Henrique são dois adolescentes negr...