13 | Miguel em sérios apuros

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 Com os olhos marejados de lágrimas, Arianne chegou à COO­PIETRO acompanhada de Hudson.

– Mamãe, o desgraçado do Miguel preparou uma aula pra ofender o Henrique e a Hellen por conta das postagens do Amyl­tão Escancarado. Eles ficaram magoados e saíram da sala. O filho de chocadeira chamou o Henrique de tiziu e orangotango. Eu saí pra consolá-los, mas o demônio do profes­sor me pegou pelas ore­lhas. Me chamou de negrinha, mulata delicinha da bunda grande e que se não fosse casado, me daria um trato na cama. Ele me as­sediou, mamãe. Disse que ligaria pra você pra contar o que acon­teceu comigo. Ele to­mou meu celular, o quebrou e me jogou no chão. Quando tentei me levantar, ele me deu um tapa – disse Ari­anne, chorando.

– Eu gravei toda a agressão com a câmera do celular – disse Hudson, mostrando o vídeo à Mariana.

– Maldito! Ninguém encosta a mão na minha filha! Esse Mi­guel vai saber com quantos paus se faz uma canoa. Nani, a gente vai agora pra Secretaria de Educação e você, Hudson, vai acom­panhar a gente como testemunha – gritou Mariana.

Mariana, Arianne e Hudson entraram no prédio do Centro Ad­ministrativo, pegaram o elevador e pararam no sétimo andar, onde funcionava a SEMED. A mãe da aluna agredida falou com a recepcionista:

– Bom dia, meu nome é Mariana e sou mãe de Arianne, a me­nina que me acompanha. Gostaria de falar com a secretária de Educação pra fazer uma queixa contra um professor, que proferiu declarações racistas, assediou sexualmente minha filha e a agre­diu.

– A secretária não se encontra no momento e mesmo que esti­vesse, só atende com horário marcado – respondeu Rose, a recep­cionista da prefeitura.

– Como faz pra ter uma agenda com ela? - perguntou Maria­na.

– A senhora pode adiantar o assunto? – perguntou Rose.

– Já disse qual é o assunto, minha filha – disse Mariana, su­bindo o tom de voz. Se ela não pode atender, tem que ter algum técnico da secretaria que possa resolver este problema. Se você não entendeu, vou repetir: Um porco arrombado, que se diz pro­fessor, proferiu insultos racistas contra minha filha e a assediou sexualmente.

– Sugiro à senhora que resolva a questão com a direção – res­pondeu Rose.

– Acontece que o professor é marido da diretora. Se fizer a queixa pra ela, não vai acontecer nada – afirmou Mariana.

- Não há nada que eu possa fazer com a senhora – respondeu Rose, com desdém – Se a senhora der licença, eu vou sair pro al­moço. Passar bem e boa tarde.

Mariana, Hudson e Arianne saíram da prefeitura decepciona­dos.

– Que funcionária ríspida – comentou Hudson.

– Ela é comissionada, daquelas que fez campanha pra Jalmir e ganhou o cargo em troca – respondeu Arianne.

Próximo à prefeitura, funcionava a sede do portal Pietro Taba­chi em Foco. Arianne foi lá. Fernanda, a editora-chefe a recebeu com indiferença, olhando-a de alto a baixo:

– O que você quer?

– Eu fui agredida e assediada sexualmente pelo professor e as­sessor de imprensa da Prefeitura de Pietro Tabachi, Miguel Me­nezes e quero denunciar isso ao portal. Tenho vídeo que compro­va a denúncia – disse Arianne – Há algum repórter que possa me atender?

– Meu nome é Fernanda e sou editora-chefe do Pietro Tabachi em Foco. Você têm que preencher um formulário e relatar a suges­tão de pauta. A gente vai avaliar e havendo interesse do portal, entraremos em contato. Nossos repórteres estão muito ocupados. É assim que funciona.

Os senhores da fome [COMPLETO]Where stories live. Discover now