8 | Arma de vingança

1 0 0
                                    

Horas antes de morrer, Carmen entregou à Suzana, a ou­tra pedagoga do Amylton, uma carta que ela só poderia abrir após a morte da ex-diretora. Ao saber da morte de Carmen pelo rá­dio, enquanto comia um pastel de bacalhau com caldo de cana numa lanchonete do Centro, lembrou-se da carta datilografada entregue pela finada, abriu-a e começou a ler:

 Ao saber da morte de Carmen pelo rá­dio, enquanto comia um pastel de bacalhau com caldo de cana numa lanchonete do Centro, lembrou-se da carta datilografada entregue pela finada, abriu-a e começou a ler:

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

A pe­dagoga ficou perplexa diante das graves acusações que Carmen fez contra Jalmir e Karine Barreira.

– Meu Deus! Aqui temos uma verdadeira quadrilha de espolia­dores do erário. Pessoas que não servem ao povo, mas se servem do povo.

Suzana foi à sede do Correio Tabachiano, às 09 horas, para falar com Aristomar Pedreira, editor-chefe e proprietário do veículo. Eles foram colegas de turma na EAFCOL (atual Ifes –Campus Ita­pina) no Ensino Médio Técnico em Agropecuá­ria. Ele era advoga­do, mas militava no jornalismo desde 1983 e estava à frente do jornal desde 1998, quando herdou o veí­culo de seu pai, o saudoso jornalista e radialista Gilberto Pe­dreira. Era um homem moreno claro, 43 anos, 1,83 m, cabelos pretos, olhos castanhos, tipo atléti­co e barbudo.

Suzana pegou a Carta Capital e a folheou na recepção, en­quanto esperava o dono do jornal. Ela pegou uma xícara e serviu-se de cafezinho.

De repente, Aristomar chegou e falou com Suzana:

– Bom dia, Suzana. Tudo bom?

– Tudo ótimo, Aristomar.

– Vamos subir ao meu escritório?

– Sim, Aristomar.

Suzana e Aristomar foram para a sala da diretoria. O jor­nalista sentou-se em sua cadeira e pediu que a pedagoga se sentasse também. Então, ele perguntou:

– Minha querida Suzana. O que te traz aqui?

– Eu tenho um dossiê com denúncias gravíssimas contra Kari­ne Barreira. Foi a Carmen que me entregou esse materi­al. Ela me deixou uma carta, onde disse que se algo de ruim lhe aconte­cesse, ela seria a única culpada – respondeu Suza­na, entregando o dos­siê para Aristomar.

– Nossa! Olha o que temos aqui! São documentos mais do que comprometedores. É um material capaz de fazer um es­trago em grandes proporções – disse Aristomar, impressio­nado com a ri­queza de detalhes do dossiê.

– Só te peço um grande favor: eu não quero ser identifica­da. Tenho medo desse povo e você não imagina do que eles são capa­zes – falou Suzana.

– Pode deixar, minha amiga. Sua identidade será guarda­da no mais absoluto sigilo. Afinal, foi Carmen que fez o dos­siê e te pe­diu pra me entregar. Para todos os efeitos, foi a fi­nada mu­lher do Almir que me entregou o dossiê– respondeu Aristomar.

– Obrigada, Aristomar. Preciso ir à escola – respondeu Suza­na, dando um beijo no rosto de Aristomar.

– Foi um prazer te ver – respondeu Aristomar, retribuindo o carinho da amiga.

Os senhores da fome [COMPLETO]Where stories live. Discover now