15 | A Câmara reage

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 Na Câmara Municipal, Hugo Peçanha criticou a ação da Guarda Municipal:

– A Guarda Municipal tem agido como milícia particular de Jalmir Barreira, pronta a repri­mir todos aqueles que discordam de sua gestão, seja a imprensa ou o povo. Quero externar minha solidariedade à Rádio Laranjal FM, ao Correio Tabachiano, à Folha Vitori­ense e à TV Vitoriense, veículos vandalizados por Jalmir Jú­nior e seus capangas, numa tentativa de cerce­ar a liberdade de expressão e a pluralidade de ideias.

– A ação da Guarda Municipal foi corretíssima, uma vez que os manifestantes estavam obstruindo uma via pública, sendo ne­cessário o uso moderado da força pra dispersá-los – ob­servou o vereador Carlito Oliveira, líder do governo na Câmara.

– Ainda assim, foi uma ação covarde. Não houve diálogo com os manifestantes. O GOE já entrou atirando – respondeu Hugo Peçanha – A ação truculenta da Guarda vai de encontro a todos os manuais de controle de distúrbios civis.

– Conversar o quê? Tem mais é baixar o cacete nesses bader­neiros. Alguns deles partiram pra cima dos guardas municipais – respondeu Carlito Oliveira.

– Discordo de vossa excelência – afirmou Hugo Peçanha – Se os populares atiraram pedras contra a Guarda Municipal, o fize­ram em legítima defesa, porque foram vítimas de agentes estúpi­dos e acéfalos.

– A Guarda Municipal usou da força para garantir o direito de ir e vir – respondeu Carlito Oliveira.

Lúcio Regattieri, vereador governista, apresentou à Mesa Di­retora da Câmara uma moção de repúdio aos jornalistas da Rede Esfera pela reportagem exibida no Incrível, denuncian­do a cor­rupção na cidade, declarando-os personae non gratae no município. Ele falou:

– Essa matéria exibida pela Rede Esfera foi tendenciosa, fu­gindo das normas do bom jor­nalismo, contaminada por estere­ótipos contra os políticos interioranos, apontando-os como cor­ruptos em potencial, não fazendo diferente em suas novelas e programas de humor. Pelo exposto, eu peço que a presente moção de repúdio seja direcionada ao diretor de jornalis­mo da Rede Es­fera, com cópia ao jornalista responsável da emissora afiliada e para a repórter dessa TV.

– O que vossa excelência propõe é um desvario – apontou Hugo Peçanha – Eu me recuso a colocar a moção de vossa exce­lência em votação.

– Vossa excelência tem pena desses caluniadores que se dizem jornalistas? – advertiu Lú­cio Regattieri.

– Existe o Poder Judiciário para resolver esses conflitos, nobre vereador – respondeu Hugo Peçanha.

– Esse pedido vai expor negativamente a casa de leis. Dirão que não somos produtivos, perdendo nosso tempo com moções de repúdio – alertou Leonardo Costa.

– Quero deixar meu repúdio à Laranjal FM, pelo tratamento desrespeitoso contra a figura do senhor prefeito. De comunitária, só tem o nome. Além de instrumento de politicagem de um gru­pelho de oposição à presente administração para achincalhar o prefeito, é usada pra fins religiosos, onde pastores inescrupulosos pregam a teologia da prosperidade. Tudo isso começou por causa de quatro pentelhos que montaram um blog pra denunciar su­postos pro­blemas na escola. Eles são idiotas úteis nas mãos dessa oposição inconsequente, cujo afã é derrubar o atual prefeito, através de um golpe sórdido – protestou Lúcio Regattie­ri.

– Vossa excelência esperava que a rádio comunitária fosse subserviente ao prefeito, tão-so­mente veiculando as matérias do seu agrado? Que culpa a emissora tem, se a gestão do prefei­to tem deixado a desejar? – perguntou Leonardo Costa.

– A rádio comunitária deveria se limitar a divulgar informa­ções de interesse da comunida­de e não emitir juízos de valor so­bre os políticos – respondeu Lúcio Regattieri – É preciso éti­ca e imparcialidade na divulgação das notícias.

Os senhores da fome [COMPLETO]Where stories live. Discover now