23 | O julgamento de Jalmir Barreira

3 0 0
                                    

 No dia 4 de julho, três vereadores foram designados para fazer parte da Comissão Processante, a saber, Márcio Gomes (PSO) Professor Huguinho (PSR) e Yasmin Vi­lhena (PSR). Esses parlamentares tinham três meses para ouvir testemunhas e o prefeito para chegar a uma conclusão.

Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça afastou Jalmir Barreira e Jalmir Júnior da prefeitura, além de mantê-los afasta­dos a 50 metros de distância do paço, sob pena de prisão.

O diretório nacional do PRT interveio no diretório estadual, destituindo Jalmir da presidência da sigla e o expulsou sumariamente de seus quadros, após a entrevista coletiva que o go­vernador Orlando Braga concedeu à imprensa, no Palácio Anchie­ta, revelando a tentativa de chantagem de Jalmir para que o parti­do continuasse apoiando.

No entanto, o processo foi turbulento, porque Jalmir lançou mão de expedientes baixos, como você verá a seguir:

1) Tentativa de homicídio por envenenamento

O vereador Leonardo Costa organizou um jantar com os verea­dores oposicionistas Yasmin Vilhena, Hugo Peçanha, Missio­nário Humberto Fraga, Professor Huguinho e o suplente de vereador Kaká Lopes. Como de costume, a esposa do edil va­leu-se de seus dotes culinários e preparou carne assada ao molho madeira.

No entanto, havia um plano de colocar chumbinho na carne e matar os vereadores por envenenamento. Jacyara, a empregada da casa, relatara à polícia que recebera o veneno das mãos da irmã de Adriana, Larissa, que por sua vez, era amante de Jalmir Barreira. As irmãs pararam de se falar após a relação amorosa se tornar pública. A polícia estava investigando o caso.

2) Incêndio na Câmara Municipal

No dia 4 de outubro, a comissão apresentou o relatório final, com parecer favorável à cassação. A audiência foi marcada para o dia 26 de outubro. Às 4 da manhã do dia 25, um incêndio atingiu a casa de leis, queimando todos os setores, inclusive computado­res e documentos, dentre os quais, estava o relatório final.

As chamas, a princípio, foram controladas por populares, en­quanto aguardavam a chegada do caminhão do Corpo de Bom­beiros, que efetuou os trabalhos de rescaldo.

Missionário Humberto Fraga, que estava na presidência da Câmara, considerou o incêndio criminoso, apontando Jalmir Bar­reira como mentor intelectual do atentado.

Mas nem tudo estava perdido. Ubirajara, assessor da vereado­ra Yasmin Vilhena, estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela UNINOP (Universidade do Norte Pioneiro), defici­ente físico, digitalizou os autos e o relatório final e os enviou para a nuvem da vereadora, além de guardar uma cópia em sua nuvem particular.

3) Ameaça de morte contra Yasmin Vilhena

No dia 26 de outubro, a vereadora Yasmin Vilhena recebeu ameaças de morte de um número restrito de uma pessoa que não se identificou em seu celular particular. O recado foi curto e gros­so: "Se você votar a favor da cassação do Jalmir, vou atingir onde mais dói, que é a sua família. Vou botar fogo na casa dos seus avós e trucidar seus pais e seus irmãos. Pense bem na hora de vo­tar".

Por medida de segurança, ela enviou a família para casas de parentes em cidades da Grande Vitória e solicitou ao secretário estadual de Defesa Social proteção policial.

Dias depois, a Polícia Civil identificou o autor da ameaça con­tra a vereadora. Seu nome não foi divulgado, mas o que se sabia é que ele era simpatizante de Jalmir Barreira e servidor comissio­nado.

4) Assassinato do vereador

O vereador Leonardo Costa foi executado com quatro tiros na sede da Associação de Moradores de Jardim Santa Amélia, no dia. Ele participava de uma reunião com os moradores para tratar das demandas do bairro a serem inseridas no orçamento municipal do próximo ano.

Os senhores da fome [COMPLETO]Where stories live. Discover now