Acordei com uma voz do meu irmão me chamando
- Moro... Moro... MORO ACORDA! - Levantei rápido com o susto e com o coração acelerado- Porra, o que você quer?- perguntei já impaciente.
- Anda logo, coloca o sapato e vamos.-
- Vamos? Vamos pra onde? - Estava confuso e com medo, Kiro não tem tanta noção do limite quanto eu queria. Isso me assusta muito.
- A gente vai sair com os meus amigos.- Os "amigos" do meu irmão não são os pessoas legais. Eles são sempre ruins comigo, me xingam e me batem as vezes. Não quero que eles façam isso de novo. Sem escolha, calcei meu tênis velho, desci as escadas e o acompanhei até o carro preto dos meninos que já estava estacionado na frente da nossa casa. Lá, eu vi quatro meninos: Felipe, branco, loiro de olhos pretos, com 1,67 de altura. Morgan, moreno de olhos azuis, com 1,78 de altura. Arthur, negro de olhos castanhos e 1,80, era o mais alto e Ben, o típico Ken da vida real só que bem mais bruta monte. Eu e meu irmão já tínhamos uma pele mais avermelhada, tínhamos olhos puxados e castanhos. Eu tinha 1,75 de altura e meu irmão 1,79.
4:32 da manhã
Eu estava com sono, quase dormia no carro. Estávamos longe, não sabia para onde estávamos indo, mas já tinha uma ideia. De vez enquanto conseguia escutar as conversas deles. Eles diziam algo como um laboratório do governo ou algo assim e não me agradava em nada.
Estava com um mal pressentimento desta noite.Senti o carro parar e ali o motor desligar. Acabei vendo pela janela que estávamos em frente a uma enorme construção caindo aos pedaços cercada por uma grade cerca de ferro com uma faixa da polícia escrito: "NÃO ULTRAPASSE". Senti um calafrio dos pés a cabeça. Saí do carro bem devagar e segui os meninos até bem perto da grade.
- Como vamos entrar?- sussurrei perto deles
- Com isso - Felipe mostrou um grande alicate eletrônico.
- É sério?!- Perguntei incrédulo.
- Que foi? Esperava uma lixa? - sussurrou com pouca paciência. Ele colocou o aparelho no chão, se afastou, e a máquina começou a trabalhar sozinha.
4:56 Entramos no laboratório.
Aquele lugar era muito estranho. Tinha uma parte do andar desabado, suas pilastras tinham ficado velhas, estavam desgastadas, pedras e poeira em todos os cantos, parecia um shopping de tão grande. Era muito escuro, entramos com lanternas, mas elas não ajudaram muito. Havia cabos de energia pendurados, soltavam faíscas que me davam susto as vezes. Fomos andares e andares para baixo até chegar no último andar que era o mais escuro e o mais assustador. Havia marcas nas paredes, marcas de garras outras eram de eletricidade, como se alguém tivesse dado um choque na parede. Não conseguia entender, o que tinha acontecido aqui? Por que estava tão destruído?
Meus pensamentos faram interrompidos pela voz de Morgan:- Pessoal, achei alguma coisa. - Ele nos levou até uma porta eletrônica enorme aberta que parecia estar desligada. Foi lá que as coisas ficaram realmente estranhas. Lá dentro tinha muitos equipamentos desligados ou muito danificados. Testei o interruptor de luz, nada ligou, então, Kiro tentou ligar um dos aparelhos.
- Gente, tá funcionando!- Disse Kiro com muita animação.
As coisas começam a se mexer como se tentasse agarrar alguma coisa. As luzes também se acenderam, mas começaram a piscar. Foi quando eu percebi enquanto os outros se maravilharam com os aparelhos que havia muitas jaulas com a porta escancarada ou aberta, com muito mais marcas de garras do que eu tinha visto antes, em cada uma tinha uma espécie de janela para observar seja lá o que estivesse dentro dessa coisa. Foi nesse momento em que eu ouvi alguma coisa esbarrar em outra. Quando olhei, uma das garra tinha batido em uma prateleira cheia de frascos que iam cair encima do Ben. Por instinto, corri para empurra-lo. Nossos corpos colidiram e fizeram com que o garoto fosse para longe e eu ficasse de baixo da prateleira que caiu em mim. Os frascos em cima dela colidiram contra o chão e se partiram em milhares de pedaços deixando as substancias escaparem entre os cacos. Ao me mover para tentar me levantar, sinto uma dor agonizante no meu antebraço direito. Voltei a cabeça para a direção do incomodo e vi um pedaço de vidro enorme cravado na minha carne. Antes que eu pudesse gritar de dor, tudo desligou, nos deixando em um silêncio sinistro e em um breu absoluto até que uma voz cortou pelo meio:- Quem está aí!? - Foi tudo o que eu ouvi antes de apagar.
11:35 da manhã
Acordei com os raios de sol nos meus olhos. Levantei da cama com muita dor nas costas, meus olhos estavam formigando assim como minha gengiva. Fui no banheiro para saber do meu estado físico. Eu estava um caco, meu cabelo em pé, com olheiras com o tamanho do oceano e como de não bastasse, meu braço estava enfaixado do fim do ombro até o começo do cotovelo. Mas tinha algo diferente, não sabia o que era, então eu só fiquei lá parado me olhando como se não me conhecesse até ouvir a voz do meu irmão.- De nada.- Me virei até o vê-lo por completo. Ele estava apoiado na minha porta com um olhar de deboche. Vestia uma blusa moletom preta com traços brancos e um calça jeans rasgada no joelho.- Vai ficar aí até quando só me olhando?
Foi quando me toque que me distrai detalhando seu traje em minha mente
- O que aconteceu? Porque eu tô enfaixado? Como a gente saio de lá ontem a noite? Porque eu tô dolorido? - O bombardeei com perguntas, mas ele nem se mexeu. - Kiro, pelo menos uma vez na sua vida, faça algo que preste!- Estava cansado de enrolação, ele me trata como se lhe devesse e eu tinha sempre que cumprir suas ordens.
- Ei, ei, ei, abaixa a porra do tem comigo! - Ele gritou fazendo com que eu me encolhesse assustado. Olhou para mim com seriedade e falou. - Você desmaiou, uns policiais começaram a gritar e nós saímos correndo, eu carreguei você e quando cheguei em casa fiz um curativo no seu machucado.
Ele explicou tudo com clareza, mas ainda não entendia o motivo de tantas dores e incômodos. Meus pensamentos foram interrompidos pelos gritos da minha mãe.
- MENINOS, VENHAM ALMOÇAR! Sutileza nunca foi o forte dela. Então nós descemos para comer. Nossa conversa não ia parar ali, ainda tenho coisas para esclarecer comeu irmão.
Chegando lá em baixo minha mãe perguntou:
- Filho, que que é isso no seu braço!?- Disse quase gritando.
- Eu caí no quarto no meio da noite e fiz um curativo.- Dei graças a Deus por não ter gaguejado. Ela me olhou desconfiada e disse:
- Filho, com todo esse sangue você deve ter cortado bem fundo. Sobe lá encima e pega o quite pra mim.-
Sem desobedecer, afirmei com a cabeça e comecei a subir as escadas quando de repente, tudo ficou escuro.
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A Minha Besta
Teen FictionEm 2235, houve uma era de caos entre o homens. Os cientistas acreditam na possibilidade de combinar o DNA humano com o de animal. E assim foi feito. Milhares de pessoas foram feitas prisioneiras e cobaias de desse plano irracional. Porém, depois de...