Capitulo 14

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      Passei a noite inteira em claro, não consegui ler. Eu fiquei pensando no lobo que vi, o sangue, que eles não tem espelhos, a enorme força da Lorie... eu cheguei à conclusão de que nunca terei paz!
      Eu estou fazendo minhas coisas de sempre: acordei, fiz minhas higienes e me arrumei para arrumar a pequena praga. Mas no café da manhã está tudo muito... sinistro.
      Todos os Bartholy estão na mesa, me encarando como se eu fosse fazer algo... e isso me deixa um pouco desconfortável. Nicolae me olha desconfiadamente, será que perdi alguma coisa?
      Eu estou bebendo meu café quando... derepente sinto como se alguém tentasse entrar na minha mente... sinto garras alisando a parede de minha alma.
      Imediatamente, eu empurro isso para fora de mim, eu acho que é apenas minha imaginação correndo solta por conta dos últimos acontecimentos.
      Nicolae que está ao meu lado, se inclina um pouco para trás como se tivesse levado um golpe e lança um olhar com um pouco de raiva, em minha direção. E sinto novamente garras em minha mente, apertando para sair algo.
      Eu escuto algo se quebrando na sala de jantar e me levanto rapidamente pelo susto e apoio minha caneca em cima da mesa e observo de longe o que tinha se quebrado... era apenas um vaso. Eu me sentei e peguei meu café para dar um grande gole, minha manhã já não começou bem...
"AÍ!" — eu exclamo sentindo muita dor em minha língua
"O que foi?" — pergunta Peter
"O café tá mais quente do que estava antes e acabei queimando minha língua!" — eu falo, fazendo uma expressão de dor, não é forte... mas não agradável
      Eu terminei apenas meu pão pois eu não conseguia mais encostar na caneca ou meus dedos virariam carne assada.
      No campus eu fui a minhas aulas normalmente e almocei com a Sarah e mais tarde era a aula de Edução Física.
      Era primeiro as meninas, no basquete. Samantha alegou que estava muito cansada depois do treino de torcida e ficou na arquibancadas, jogada (literalmente) nos braços do Loan. Patético.
      Eu estava no time da Sarah, e começamos. Eu não estava ligando muito até que fizeram 2 pontos e ficaram debochando do nosso, e não surporto provocações! E percebi que o Drogo também me olhava, me desafiando a fazer algo a respeito. E fiz.
      Quando uma adversária passou para o meu lado do campo roubei sua bola, desviando de quem que estivesse no meu caminho e... droga! Eu sou muito baixa para jogar à bola na cesta...vou dar um jeito... o meu jeito.
      Eu virei de costas para a cesta, o que deixou muita gente confusa. E joguei a bola na direção da cesta, e segurei no ombro de alguém que jamais vira e tomei impulso e saltei. Com uma agilidade felina, empurrei a bola um um pouco mais alto para a marcação do ponto. E quando cai no chão de volta, a bola ficou dando voltas no arame, e ficou ali... eu desejei que ela fizesse pontos. Eu fiquei com frio, derepente. E um vento sútil balançou meus cabelo presos em um rabo de cavalo e... fiz um ponto, a bola caiu dentro da cesta!
      Meu time comemorou o único ponto que tínhamos feito, e eu revirei os olhos.
"Mas ela roubou, não se pode pegar impulso em outras pessoas!" — falava uma garota do time adversário.
      Todos ficaram em silêncio empestando uma resposta do professor, que precisava de um balde ou ia começar a babar ali mesmo.
"Pelo que eu saiba, não tem nenhuma regra contra isso!" — argumentei, seria — "E varios outros jogadores já fizeram o mesmo..."
"Ela tem razão!" — falou o professor, se recompondo. 
"Eis a questão, me de pessoas para jogar de verdade então... talvez eu me incomode em tentar!" — eu disse friamente, para a garota que começou a falar que eu estava trapaceando, e pro resto do time. Então começamos outra partida. E dessa vez, joguei para valer.
      Todas foram para o vestiário se banhar, e meu time perdeu, por um mísero ponto... eu perdi a bola! Mas quem liga?
      Eu apenas troquei de roupa, não estava tão suada assim! E não queria que as meninas vissem as cicatrizes em suas costas destruídas... com certeza falariam!
      Era a vez dos meninos e eu estava entediada! A Samantha, por sua vez, ficou mandando olhares raivosos para mim, acho que roubei seu brilho, e ela com certeza vai me trazer problemas para consegui-lo de volta! Eu apenas lancei um olhar afiado como lâmina a ela, que parou.
      Loan ficava provocando Drogo, e blá, blá, blá. Então começou a partida. Quando o Bartholy mais novo pegou a bola ele corria, muito mais rápido do que eu havia feito, e tinha uma agilidade que fazia o perder de vista. Que estranho... em comparação eu pareço uma tartaruga! Mas que rápido! Isso é sobre-humano! O que comprova mais um pouco da minha louca teoria...
      No final, o time dele ganhou! Eba, nada de mais. Loan ficou todo extressadinho e deu um soco no peito de Drogo, que não se mexeu um centímetro sequer. Ali, percebi então... eu tinha certeza do que eram!
      Na minha aula de literatura eu estava quase cochilando de tão chata quando alguém se senta ao meu lado, e vejo cabelos loiros e um rosto que vi a momentos antes: Drogo.
"Que deselegante, dormindo na aula, coisinha?" — ele dizia baixo de mais
"Uhum..." — meus olhos voltaram a se fechar. Um sono tão bom...
"Senhorita Archeron!" — gritou o professor, me fazendo dar um pulo na cadeira. Drogo gargalhou silenciosamente.
"Eu... o que?" — perguntei ainda embargada pelo sono
"Não aprecio sua atitude, não pode dormir em sala de aula!" — eu acho que ele está furioso
"É... sinto muito. Mas não tenho culpa se a sua aula é chata!" — eu comecei a falar, sem prestar muita atenção... eu só queria dormir
"Senhorita Archeron! Sabe que posso diminuir suas notas, né?" — ele dizia com um sorriso no rosto
"Não, não pode não!" — eu bocejo e me espreguiço — "Minhas notas são extremamente altas, se abaixá-las porque eu não presto atenção na aula, posso te processar por estar falsificando algo. Então, sim, você não pode fazer isso!" — falando isso, eu abaixo minha cabeça e fecho meus olhos e a escuridão toma conta de mim.
      Alguém está me chamando: Aelin, acorda! Tenho coisas mais importantes para fazer! Dizia uma voz que é familiar, então abre os olhos.
"Se tem coisas mais importantes para fazer, o que faz aqui?" — eu pergunto, odeio que me acordem!
"Bom dia bela enfurecida, dormiu bem?" — ele dizia com um sorriso no rosto. Eu estou vendo ele bem de perto, Drogo é bem bonito...
      Pera! Que? Eu não posso ter pensado isso! A dose de adrenalina na aula de Ed. Física me deixou fora dos eixos, só pode!
      Está na hora da saída e eu vou em direção a biblioteca, vou fazer pesquisas que vão me trazer alguma luz sobre onde é com quem eu realmente trabalho.
      Eu caminho de volta a mansão, me sentindo sufocada! Eu só tenho que fingir que está tudo bem e durante a calada da noite eu fugo, simples!
      Eu só moro com vampiros um pouco mais de um mês... é por isso que coisas estranhas acontecem? Eu tenho que sair do país! Falam que eles nunca desistem de suas presas.
      Eu cheguei um pouco tarde para o jantar, estou no hall... observando tudo para ver se ouço alguma coisa... mas não ouço nada. Eu estou com medo de ser pega e feita de sobremesa! Eu me sinto quente e fria ao mesmo tempo.
      Estou olhando aos arredores quando percebo que tem alguns vasos de flores flutuando em minha volta, eu tenho que colocar as mãos em minha boca para não soltar um gritinho. Eu tenho que sair daqui. E AGORA!
      Eu subo o mais silenciosamente possível para o meu quarto e pego minha mala e vou jogando minhas roupas nela, eu preciso sair, sair, sair e nunca mais-
"Aelin, o que está fazendo?" — a voz do Nicolae ressoa atrás de mim. Eu congelo.

Is it love? Drogo - Rainha das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora