Sinto alguém agarrando minha cintura e aquela mão imediatamente some. Tudo fica escuro e não consigo ouvir nem enxergar nada...
Abro os olhos e estou em um gramado vivo novamente. Rowan está sentado em uma pedra observando o Horizonte. Meus olhos pairam sobre minha roupa, que está suja de terra, indicando que o feérico tinha me arrastado até ali. Não quis olhar mais para baixo, estou morrendo de vergonha por ter me mijado inteira!
"Quero ir embora!" -- eu resmungo, colocando uma mão na testa.
"Não tem direito para querer nada." -- ele responde secamente.
"Você me coloca em perigo e não posso ter o direito de querer ir para a mansão?" -- eu pergunto, meio chocada com a resposta.
"Eu apenas pedi para que se transformasse em feérica. E não fazer um show de horrores!" -- ele diz se levantando. -- "O que viu lá?"
Esse idiota me coloca em perigo e tenho que fazer o que ele manda?! Mas pensando melhor, devo responder pois ele pode avisar para as pessoas da... Defesa Nebulosa. E, por enquanto, sou a única vulnerável se quiser ataca-lo!
"Mostra lembranças ruins, satisfeito?" -- eu falo baixo, meio acabada por conta de tudo que revivi.
"Aquilo não era para estar lá." -- Rowan diz e começa a caminhar para o Sul.
"Pra onde estamos indo?" -- eu digo, seguindo-o
"Vou te levar de volta a mansão." -- ele diz simplesmente. Coloca a mão hesitante e minha cintura e uma luz forte me faz fechar os olhos. Vento bate em meus cabelos, e então sinto um tapete macio e familiar. Então abro os olhos.
A mansão está arrumada como sempre. Nenhum dos irmão está aqui no hall, como estava antes. Rowan tira as mãos de mim e logo desaparece, ando em alerta pelos corredores, e meu estomago começa a roncar, não percebi que estava com fome!
Assim que entro na cozinha, todos estão lá, Drogo, Peter, Lorie e... Nicolae! Eles parecem surpresos em me ver e depois olham para o resto de mim, lembrei que estava cheia de terra e tinha me mijado inteira.... e com seus sentidos super-aguçados eles vão sentir!
"Como foi, Aelin?" --perguntou o mais velho. Me viro lentamente na sua direção e meu olhar deve ser puro desdém.
"É inteligente o suficiente para deduzir. Não acha?" -- eu digo apontando o dedo indicador para meu moletom e calça. Perdi a fome!
"Isso é para o seu bem..." -- ele fala mas eu o interrompo.
"Meu bem? Você já se perguntou o que me faz bem? Já tentou se colocar no meu lugar? Uma garota que descobriu que mora com vampiros, que é uma bruxa e outros monstros e que é levada contra a sua vontade por um desconhecido para um lugar desconhecido. Então não me venha dizer que é para o meu bem... só está preocupado com você e sua família!" -- eu digo, com lágrimas nos olhos, que dia estressante.
"Não fala assim com meu irmão!" -- disse a pequena praga.
"Não me importo se estou falando com ele de um jeito errado, princesinha. Seu irmão é apenas o meu chefe, nada mais que isso, então ele não tem nenhum direito de fazer isso comigo!" -- eu digo, minha voz cheia de um gélido ódio, quando uma lágrima escorre por minha bochecha.
Saio dali quase correndo, subo as escadas o mais rápido possível e entro no meu quarto, vou diretamente para o banheiro e tomo um banho quente e demorado. Lavo meus cabelos castanhos, me sentindo cada vez mais leve. Assim que saio, coloco uma roupa confortável e olho em volta do meu quarto... tudo isso é tão estranho. Meus olhos recaem sobre a guitarra e uma ideia me vem a mente: posso tentar tocar para aliviar minhas tensões! Pelo menos um pouco...
Assim que conecto o instrumento no amplificador, começo a tocar pequenas notas, algo simples e sem conexo. Mas então meus dedos começam a deslizar pelas cordas formando sons um atrás dos outros. Tudo que sinto, eu derramo nesse objeto que começou a ser como um bote salva-vidas. Sinto de repente um movimento na minha cama e imediatamente paro de tocar.
"Não pare, por favor. Está lindo..." -- disse Drogo a minha frente.
"Oi..." -- eu digo, não sei bem sobre o que falar.
"Sinto muito, por tudo..." -- ele diz, com uma expressão meia triste, não sei explicar. Mas com isso solto uma risada de escárnio, fazendo-o ficar surpreso.
"Pare de fingir que se importa comigo! Isso é ridículo!" -- eu digo abrindo um sorriso sem alegria nenhuma, apenas um sorriso.
"Do que você está falando?" -- ele pergunta se aproximando.
"Por favor... não se faça de desentendido..." -- eu digo bem baixo e cansada. -- "Há muito tempo ninguém se importa comigo, não entendo que com você seja diferente!"
"Caramba! Aelin, se eu não me preocupasse... não estaria aqui para ver se esta ferida, se não me importasse nunca teria deixado você me beijar no verdade e desafio!" -- ele diz baixo, mas cheio de emoção.
Suspiro fundo e tiro a guitarra de meu colo, a colocando no meu lado. Aceno com a cabeça e olho para baixo, um pouco envergonhada pelo que eu disse.
"Ei, olha para mim... coitadinha." -- eu olho para o Drogo que esta se aproximando.
"Desculpe..." -- eu digo desviando de seu olhar, com as bochechas coradas.
"Tá tudo bem. É normal estar com os nervos a flor da pele!"— ele coloca a mão em meu joelho, como um consolo.
"É que... normalmente as pessoas não gostam de mim, e principalmente não se importam com o que faço ou deixo de fazer! Eu não estive com pessoas que poderia contar as coisas... então aprendi a ficar mais na minha, mesmo que isso me sufoque..." — eu digo, com tristeza na voz.
"Não sei o que aconteceu, mas pode me contar o que te sufoca como você diz, coitadinha. Mas apenas se você se sentir confortável em me dizer." — ele diz e tira a guitarra de meu lado, colocando-se em seu lugar.
Ele me puxa para ele e fico um pouco encostada em seu peito, respirando seu cheiro... que me ajuda a me acalmar. Acho que se eu contar uma parte da minha vida não vai fazer mal...
"Há um ano atrás..." — eu começo, ele mexe em meus cabelos para me tranquilizar. — "Meus pais morreram, um assassinato enquanto eles dirigiam. Os policiais sempre falavam que apenas foi um acidente. Mas depois de alguns dias descobri que foi com a intenção de me machucar. Por isso vim a cidade. Para fugir dele."
Imediatamente, Drogo fica tenso, o carinho em meu cabelo acabou. Ele suspira fundo como se quisesse absorver tudo que eu disse. Ele parece ter ódio!
"Foi esse cara que fez aquelas coisas em sua costas?" — o vampiro diz, ele pega meu rosto em suas mãos e seus olhos âmbar mergulham nos meus. Esperando por uma resposta.
"Não. As minhas cinco cicatrizes nas minhas costas foram quando eles e seus capangas mataram minha irmã." — eu respondo tremendo. Seu rosto se aproximando do meu.
"Sinto muito. De verdade. Espero que um dia esse cara pague bem caro pelo que fez!" — ele diz e me beija.
Seu beijo é lento e carinhoso, o que me deixa desconcertada. Ficamos assim um tempo até que resolvo me separar de seus lábios.
"Nicolae pode vir a qualquer momento. Ele sabe que saímos juntos ontem, mas não sabe que andamos nos pegando. Se ele souber vai me expulsar do país!" — eu digo rindo. — "Obrigado. Não me arrependo de ter vindo para Mystery Spell!"
Ele acena e se levanta, vai na direção da minha janela e a abre. Então ele desaparece na escuridão da noite. Um sentimento estranho e um pouco familiar cresce cada vez mais dentro de mim.
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Se tiverem ideias para os próximos capítulos, deixem aqui nos comentários!
(Não se esqueça de ler: "Is It Love? Colin - Torre do Alvorecer", nesse mesmo perfil).
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Is it love? Drogo - Rainha das Sombras
FanfictionAelin Archeron chega em uma nova cidade para recomeçar sua vida. Para pagar a faculdade, ela trabalha como babá para um família: os Bartholy. Mas começa a perceber comportamentos estranhos neles, como em seus amigos e... em si mesma. Em meio a guer...