Capitulo 51

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O carro anda pelas ruas de Mystery Spell. A ansiedade está tomando cada vez mais conta de mim, estou com medo do que isso vai levar!

Drogo não tira os olhos da estrada, como se estivesse pensando a mesma coisa. Uma escuridão surge e olho para os minhas mãos apoiados no meu colo, aquelas sombras negras circundam nos meus dedos, se mexendo para lá e para cá. Impressionantemente isso me tranquiliza, parece que elas sussurram para eu me acalmar.

Chegamos perto da mansão e passamos direto, um pouco adiante, o vampiro para o carro no início de uma floresta, a floresta da mansão.

Saímos e ele me guia para o local, não acho que no meio da mata seja um local agradável para conversar sobre isso!

Andamos por longos e intermináveis minutos, minhas pernas já pediam por descanso quando avisto uma casa, um pouco grande a minha frente... sinto meus olhos se arregalando.

Drogo entra na minha frente e abre a porta, está tudo escuro e com minhas sombras fica mais ainda. Ele acende as luzes e então consigo ver mais claramente: estou diante de uma sala, com um sofá que cabe três pessoas, um tapede branco no centro, uma lareira está ali, apagada. Tudo aqui é muito aconchegante, lindo.

Escuto o click da porta se fechando e ando pelo local, maravilhada! Isso não é a cara do meu... não, do Drogo, ele não é meu.

Me viro para o mesmo que está à 10 passos de distância de mim, esperando, olhando para os meus olhos castanhos.

"Vamos, fale logo. Não é como se eu tivesse o dia todo!" — falo, tentando parecer o mais fria possível, mas falho e minhas palavras saem com... angústia.

"Acho que..." — ele diz — "Acho que você queira falar alguma coisa, sinto isso. Se sentir a vontade de falar isso..."

Respiro fundo e aceno negando, não tenho forças para acusá-lo de nada... falar nada. Então ele me convida a sentar no sofá enquanto o mesmo fica de pé. Então ele começa:

"Vou ser sincero... eu tinha o planejamento de usá-la, para chamar a atenção daquela garota..." — o vampiro fala mas o interrompo.

"Está me dizendo, que fez tudo isso por conta de uma louca possessiva? Não pode estar falando sério! Tem uma fila de garotas te esperando, como se fossem cachorrinhos esperando pelo seu dono e você me diz que queria chamar atenção?" — rosno essas palavras de maneira furiosa. Drogo apenas abaixou a cabeça, aceitando toda aquela mágoa que eu tinha carregado... o fardo.

"Ela... nós ficamos por algum tempo e comecei a desenvolver sentimentos por ela — ele diz e parece que levei uma pancada no coração... ele ainda sente isso por ela? — "Mas descobri então que era uma aposta de seus amigos se ela conseguia ficar comigo, e então terminei com a mesma. Soube algumas semanas depois que ela começou a ter sentimentos por mim e... os meus já não existiam mais, acho que nunca foi amor... então você chegou."

Agradeço a tudo que é mais sagrado por estar sentada, ou iria cair agora!

"V-oces... vocês dormiram juntos?" — ouso perguntar.

"Não." — ele responde simplesmente e vejo a sinceridade em seu olhar.

"Continue..." — peço para ele.

"Depois que você chegou eu ainda estava perdido, então gostava de irritá-la. Ver a sua cara enquanto ficava vermelha ou quando seus olhos pareciam a própria morte! Foi quando aconteceu aquele jogo... e o nosso beijo!" — Drogo diz e para, como se lembrando do nosso momento — "E tudo isso começou. A ideia de usá-la preencheu minha mente e queria colocá-lo em prática, para machucar aquela garota... mas então comecei a gostar da sua companhia... de seus comentários e sorrisos que brilhavam! Gostei... e gosto da sua personalidade autoritária de ter... não deixa as coisas passarem por cima de você." — o loiro fala e estremeço para conter as lágrimas que ameaçam cair — "Então naquele dia que você descobriu o que aconteceu, fui terminar com a Mare... e você sabe o resto."

"Tem mais alguma coisa que eu devia saber?" — falo com a voz trêmula.

"Quando foi para a Defesa Nebulosa com o Rowan por uma semana eu surtei, e quando voltou o cheiro dele estava junto com o seu, como se tivessem ficado bem próximos..." — ele diz e uma frase sai da minha boca, sem que eu possa impedi-la.

"Eu e ele dormimos juntos!" — digo e os olhos do vampiro se arregalaram, então arrumo o que eu disse — "Quero dizer, meus poderes lá ficam rebeldes, prontos para tomar conta de meu corpo, me controlar. Então dormimos no mesmo quarto, na mesma cama bem longes um do outro... não aconteceu nada além de disso, tirando as lutas!" — falo tentando colocar humor.

"Sinto muito por tudo que te causei..." — ele olhava para mim de forma tão triste.

Drogo caminha até mim para encurtar a distância, mas para no meio do caminho... provavelmente com medo de como posso reagir.

"Não senti falta de seus beijos... suas mãos delicadas... senti falta de você! Sua personalidade e sua voz... caramba, como senti saudades!" — ele exclama balançando as mãos em sua volta, como se tivesse libertado algo.

"Ainda não entendo porque você gosta de mim! Não sou tão tudo isso o que você falou... por que?" — grito, ainda tremendo cada vez mais e me levanto.

Drogo fica em silêncio e corro para a porta, eu esperava que ele sentisse o mesmo por mim... essa maldita esperança!

"Porque eu te amo!" — Drogo fala, e sinto meu coração parar.

O que ele disse? Só posso estar imaginando coisas... isso não é real! Não pode ser!

Me viro lentamente para a sua figura, uma lágrima escapou de meus olhos e consigo segurar as outras.

"O que você disse?" — pergunto perplexa.

O vampiro caminha até mim e coloca suas mãos em meu rosto, como uma concha...

"Que eu amo você!" — ele falou sorrindo, meu coração dando galopadas.

"Mais Uma vez, por favor? É que..." — falo mas sou logo interrompida.

Ele aproximou nossos corpos e disse, com todas as palavras:

"Aelin Archeron, eu amo você. Eu amo você!" — o vampiro fala e seu rosto se aproxima do meu, mais leve, muito mais.

"E eu amo você, Drogo Bartholy. Amo você com todo o meu coração!" — falo e começo a chorar.

Nunca esperaria que isso se tornaria real, jamais! Nossas cabeças se aproximam e lágrimas ainda continuam escorrendo pelo meu rosto, Drogo move seus lábios e beija cada uma delas, tão carinhoso...

Depois de um tempo vejo que seus olhos estão levemente vermelhos, não na íris... e uma lágrima salgada escorre por seu rosto e a limpo.

Ele passou os braços pelas minhas costas e eu passo os meus em volta de seu pescoço, encosto meu rosto em seu peitoral e ele fica ali me abraçando, se deliciando com aquilo... como eu, mesmo que lágrimas e soluços estão escapando de mim, me fazendo tremer... eu o aperto mais forte e ele fica ali me consolando... cheio de amor.

Is it love? Drogo - Rainha das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora