Capitulo 63

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Ele me larga assim que chegamos e começa a andar de um lado para o outro.

"Precisa respirar..." — falo e seu olhar me interrompe.

"O que eu preciso é de respostas!" — o mesmo exclama. Ok, melhor ficar calada.

O guerreiro suspira fundo e diz que devemos treinar, ele começa a caminhar para a porta e eu o sigo.

Chegamos aquela área vazia de treinamento a céu livre, o mesmo pega uma espada e me da, ficando com outra.

Nos posicionamos e ele me permite usar magia. O mesmo avança.

Nossas espadas se chocam, mandando dor para o meu braço. Grunhi.

De novo eu me defendo, preciso pensar. Rowan me da Uma rasteira e me derruba, o mesmo não se incomoda a me ajudar. Me levanto.

Sombras saem de mim, misturadas com o vermelho incandescente das chamas. Eles vão para cima do guerreiro que rebate com gelo e vento. Nós dois estamos estressados.

As espadas ficam largadas no chão e começamos uma luta.

Nossos poderes se chocam uns com os outros, que faz areia voar longe. Meus pés começam a ser arrastados para trás sem que eu possa fazer nada.

Corro contra esse vento e me jogo contra o Rowan, com todo o meu pequeno peso considerável.

Surpreso para reagir a tempo, eu o jogo no chão e prenso seus ombros no solo.

"Me escuta, merda!" — berro e o mesmo fica quieto.

Narrador: Morrigan Whitetorn (mansão).

No meu quarto, deitada na cama fico com pensamentos a mil passando pela minha cabeça.

Rowan Whitetorn é o meu pai! Um dos guerreiros mais ardilosos e mortais de todos os mundos que já visitei é o meu pai! O guerreiro que com meio pensamento pode tirar o oxigênio dos pulmões de alguém. Que pode virar uma águia... um feérico.

O feérico que me caçou e quase me matou, com a perna de uma mesa ele quase me partiu ao meio! Mas o mais estranho, por que não tenho os poderes igual os dele? Se eu pudesse me lembrar de quem eu era antes de tudo acontecer isso ajudaria! Mas fritaram tanto o meu cérebro que isso seria impossível!

Uma ideia se passa por minha cabeça, saio de meu mais novo quarto e vou na direção do Peter. Abro a porta e vejo que não tem ninguém, ótimo!

Fecho-a atrás de mim e abro a tampa de seu piano... tão lindo e perfeito!

Me sento no banquinho e posiciono meus dedos. Lembro de uma vaga melodia, aquela que não me fazia definhar e começo a tocar.

As notas são confusas mas mesmo assim lindas. Ela vai ficando mais rápida e parece que meus dedos ganharam vida própria, quanto tempo...

Percebo que meus raios estão correndo por meu corpo, a névoa azul passeando pelo instrumento.

Fecho os olhos e aproveito a melodia. Preciso tocar na ferida para ela se fechar por completo.

Pedaços de memórias vão cruzando minha cabeça.

Quando eu me transformei em vampira, e matei a primeira pessoa que vi... um dos guardas de Hybern. Quando me vestiram em uma roupa de luta e me deram uma espada... e eu fiz um massacre. Quando conheci Sam e pela primeira vez em muito tempo senti alegria. Quando colocaram substâncias em mim para fazer aço... quando me libertei e matei quase todos. Quando o único vivo foi Hybern e o mesmo matou Sam... e me matou psicologicamente.

Is it love? Drogo - Rainha das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora